Vendas e Preços

Anfavea prevê queda de 40% em vendas

Associação acredita que mercado volte ao patamar de 2004, com 1,6 milhão de unidades licenciadas no fechamento de 2020

Setor de veículos no Brasil (reprodução)
Setor de veículos no Brasil (reprodução)

O PIB (Produto Interno Bruto) deverá fechar o ano de 2020 em -7,5%. O câmbio, continuará na faixa entre R$ 5 e R$ 6. Esses são alguns dos efeitos causados pela pandemia da Covid-19, que refletem diretamente na drástica queda do mercado de veículos no Brasil. Com base nisso, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) precisou rever suas perspectivas de vendas. De acordo com a entidade, o mercado deverá voltar ao patamar de 2004, com 1,67 milhão em licenciamentos. Em 2019, o setor fechou em 2,78 mi de vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Em janeiro, a previsão da associação era fechar o ano de 2020 com 3,05 mi unidades, ou seja, 9,4% de crescimento em relação ao fechamento do ano passado, mas, com a revisão, o número caiu em 45%. “Não conseguimos fazer projeções para o mercado de exportações, pois cada país está agindo de uma maneira”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, que também prefere não falar em produção. “As fabricantes estão reabrindo gradualmente e cada uma no seu ritmo, por isso, não é possível cravar números concretos.”

Questionado sobre como será o novo consumidor no período pós-pandemia, Moraes afirma que os serviços de pós-vendas, redes de concessionários e os próprios prestadores de serviço ao redor da indústria (como táxis e manobristas) deverão estabelecer novos padrões, mas “ainda não é possível saber quais seriam, especificamente”, afirma. Melhora em acabamento de veículos para a facilitação de limpeza é, também, algo que está em estudos, porém, “ainda embrionários”, como define o executivo.

Consumidor poderá contar com novos padrões de serviços no período pós-pandemia (reprodução)

Melhora gradativa
Os resultados de maio foram melhores que os de abril, o que não chega a configurar boa notícia, já que o mês anterior foi o de paralisação quase completa das fábricas e das concessionárias por todo o país. Na comparação com o mesmo mês de 2019, houve queda de 84,4% na produção de veículos (43,1 mil unidades produzidas), de 63,9% na de caminhões (4,1 mil unidades) e de 29,5% na de máquinas agrícolas e rodoviárias (3,6 mil unidades).

As exportações de veículos registraram recuo de 90,8%, e de 39,4% no caso de máquinas. O único dado positivo de maio foi o crescimento de vendas de 23,3% das máquinas, na comparação com o mesmo mês de 2019, pois o agronegócio continua bombando.

Nesse quesito, carros e comerciais leves caíram 74,7%. Já os caminhões, recuaram 47,2%. “Embora junho sinalize algum retorno mais efetivo às atividades, teremos sem dúvida o pior trimestre da história do setor automotivo. Resta esperar por uma reação no segundo semestre”, salienta Moraes.

Caminhões e ônibus
No setor de caminhões, a crise econômica originada pela pandemia do novo Coronavírus terá menor impacto. O motivo é a necessidade de alguns setores, que estão demandando maior nível de transporte, sobretudo o agronegócio.

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