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Cinco marcas brasileiras que morreram ao longo do caminho – Parte 2

Com o fim da Troller, apenas a Agrale e Hitech continuam como sonho nacional; há ainda outras marcas que se perderam pelo caminho da nossa história

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Depois de recebermos a notícia do fim da Troller, a história se repetiu com a marca cearense. Apesar que de maneira diferente, o mercado brasileiro perdeu mais uma das suas marcas e que dá continuidade a uma espécie de maldição de marcas nacionais que não conseguem passar dos 30 anos, como é a maioria dos exemplos.

Após muitos comentários na primeira parte, decidimos criar uma segunda parte com outras empresas que se perdemos no caminho da nossa indústria. Mesmo sendo uma das principais potências em quesito de capacidade produtiva e de mercado, o Brasil segue na esperança de alguma de suas marcas nacionais sejam reconhecidas internacionalmente.

Engesa

Fundada em 1958, a Engesa foi uma das marcas brasileiras mais conhecidas. A fama veio por produzir tanques de guerra e caminhões. Além do Brasil, exportou para 18 países, tanto da América do Sul quanto da África. Entre os automóveis, apostou no jipe Engesa 4. Apresentado em 1984 como Engesa EE-12, ele foi criado para ser rústicos e com grande capacidade off-road.

Engesa 4 [divulgação]
A versão civil do jipe foi revelada em 1985 já com o nome Engesa 4 e era equipado com motor 2.5 de quatro cilindros do Chevrolet Opala com 81,5 cv. A Engesa encerrou suas operações em 1993, depois da marca se endividar e até levar um calote da Arábia Saudita por seus blindados, no valor de US$ 200 milhões na época, no final dos anos 1980.

FNM

A Fábrica Nacional de Motores (FNM, popularmente Fenemê) ficou conhecida pela produção de caminhões. Fundada em 1942, tinha parceria com a Alfa Romeo desde 1950, o que rendeu o 2000 JK lançado em 1960 e depois rebatizado de 2150 em 1969. Baseado no Alfa Romeo 1900, o sedã foi apresentado com um motor 2.0 de 95 cv e 15,9 kgfm.

FNM 2000 JK [divulgação]
O 2000 JK ainda foi o primeiro automóvel nacional com câmbio manual de 5 marchas. Com uma aposta luxuosa, valia na época o equivalente a 150 salários mínimos. Em 1968, a FNM foi absorvida pela Alfa Romeo, que aperfeiçoou o sedã em 1969 e em 1977 a marca encerrou sua operação depois que a Alfa foi vendida para a Fiat. Hoje, a FNM tenta retornar com caminhões elétricos.

JPX

Criada já durante a liberação dos carros importados no Brasil, em 1992, a JPX Motors seguiu o mesmo caminho de outras marcas ao apostar em jipes com o Montez. Criação de Eike Batista, a empresa tinha fábrica em Pouso Alegre (MG). Lançado em 1994, era a versão nacional do francês Auverland A-3.

JPX Montez [divulgação]
Em 1995, o Montez recebeu uma versão picape. No entanto, o modelo ficou conhecido por alguns problemas técnicos como o sistema de arrefecimento do motor e a rede de concessionárias que não sabia resolver o problema. Com uma crise de imagem, a marca até tentou se reerguer em 1997, mas os resultados não foram satisfatórios e a produção foi encerrada em 2001, quando já era equipado com motor Peugeot. Como marca, a JPX encerrou as atividades em 2002.

Lobini

Criada em 1999, a Lobini era uma das marcas brasileiras mais promissoras. Ela ficou conhecida pelo Lobini H1, que parecia que daria continuidade à história de esportivos nacionais. A produção começou apenas em 2005 depois de um investimento de US$ 2 milhões. O H1 usava o motor 1.8 turbo do VW Golf GTI com 180 cv e 23 kgfm, tudo isso em um carro de 1.025 kg.

Lobini H1 [divulgação]
O Lotus brasileiro não fazia feio. Acelerava de 0 a 100 km/h em 6 segundos e chegava à velocidade máxima de 218 km/h. Na época, o H1 zero quilômetro custava R$ 157.000, o que era considerado muito caro para a época. Em 2006, a empresa foi vendida para a Brax Automóveis e a produção do cupê foi até 2011, depois de 69 unidades vendidas em seis anos de produção.

Santa Matilde

Fundada em 1978 na cidade de Três Rios (RJ), a Santa Matilde criou seu esportivo usando motor 4.1 seis cilindros em linha do Chevrolet Opala. O cupê brasileiro usava também o chassi com as longarinas do GM e ganhou o título de veículo mais caro do país quando apresentado.

Santa Matilde SM [divulgação]
O motor desenvolvia 171 cv, que aliado ao baixo peso de 1.270 kg, chegava aos 100 km/h em 13,1 segundos. Em 1983, problemas relacionados com os freios, acabamento e detalhes mecânicos foram reparados. Além dessas melhorias, ficava mais equipado com ar-condicionado e novos cintos de segurança. Em 1984 foi apresentada a opção conversível, mas a produção encerrou em 1990.

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