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Cinco marcas brasileiras que morreram ao longo do caminho – Parte 3

Anunciado há 2 semanas, fim da Troller marca o triste destino de marcas nacionais. Mas não é a única; chegamos na terceira e última parte da história

Bianco S [divulgação]
Bianco S [divulgação]

O fim da Troller, anunciado no início deste mês pegou a todos de surpresa, depois de rumores de possível venda da marca. Desde então, começamos a lembrar um pouco da nossa história e vimos que ela se repete muitas vezes. Endividamento é uma das principais causas, assim como a falta de incentivo ao que é desenvolvido aqui, como matriz – e não filial.

Depois da primeira parte com IBAP, Miura, Puma, Gurgel e CBT (veja aqui), a segunda parte com Engesa, FNM, JPX, Lobini e Santa Matilde (veja aqui) e com a participação ativa de alguns internautas, decidimos chegar em uma terceira e última parte. Apesar da terceira sequência, ainda sobram algumas marcas como Aurora e Futura, além de alguns exemplos mais contemporâneos. E curiosamente, as histórias parecem se repetir.

Adamo

Apesar de pouco conhecida, a Adamo foi fundada em 1968 por Milton Adamo, que queria criar um carro concorrente para a Puma. O primeiro carro foi o GT, revelado em 1968 no Salão do Automóvel de São Paulo. A versão de produção do carro foi revelada só em 1970. Assim como o Puma, ele era desenvolvido a partir de uma base Volkswagen e usava o motor 1.3 do Fusca. A segunda geração do GT, conhecido também como GT II, aprimorava seu design.

Adamo GTL [divulgação]
Revelado em 1974, também no Salão de São Paulo, tinha carroceria em fibra de vidro e motor 1500. O mais belo Adamo foi o GTL de 1978, com motor 1600 e um design parecido com os carros da Ferrari, como o 308 GT. Ele trazia faróis escamoteáveis como charme principal. Algumas unidades chegaram a ser exportadas para EUA e África do Sul. A empresa encerrou suas atividades em 1990, após dificuldades com o Plano Cruzado, que a prejudicou financeiramente, e a chegada dos importados.

Bianco

Revelado no Salão de São Paulo de 1976, também era desenvolvido com base Volkswagen e carroceria de fibra de vidro. O Bianco S/Furia, de linhas aerodinâmicas e com estilo europeu teve nos seus primeiros meses de vida, vender 180 unidades, gerando filas de espera pela produção limitada de 20 unidades mensais. O motor era o 1600 da VW que entregava 65 cv, com câmbio manual de 4 marchas e tração traseira.

Bianco S [divulgação
Depois, a marca apresentou o S Série 2 em 1978, que manteve as mesmas linhas gerais do S, mas com algumas alterações internas. A Bianco ainda apresentou o Tarpan também em 1978, que tinha uma dianteira mais parecida com os carros da Puma. Em 1981 foi apresentado o Tarpan TS, que usava a mesma mecânica do Volkswagen Passat TS, com 81 cv. No fim, por condições financeiras, a empresa deixou de existir em 1983.

Brasinca

A marca que deu vida ao Uirapuru foi fundada em 1964 com o nome Sociedade Técnica de Veículos Ltda (STV), que surgiu de uma divisão da Brasinca. Operou com essa marca até 1967, vendendo o 4200 GT Uirapuru. O esportivo era um gran turismo com carroceria de aço moldado à mão e que chegou a ser testado em túnel de vento aeronáutico, um avanço gigante para uma marca tão pequena para a época.

Brasinca 4200 GT Uirapuru [divulgação]
O carro vinha com motor 4.2 de seis cilindros em linha, de origem GM, que entregava 155 cv e 32,7 kgfm, que para a época era algo bastante surpreendente. Em algumas preparações feitas pela marca, ele poderia chegar aos 170 cv, com câmbio manual de 4 marchas. Apesar de moderno e além do seu tempo, tudo isso tinha um custo. Por ter produção limitada, as turbulências do Brasil da década de 1960 e os altos custos para produzi-lo tiraram o carro de linha em 1967.

Corona

Calma, muitos anos antes do Coronavírus se espalhar pelo mundo e antes mesmo do Toyota Corona, o Brasil tinha uma marca de automóveis com esse nome. Fundada em 1979 e com sede em Diadema (SP), a empresa era propriedade do Grupo Caloi, conhecidíssima empresa de bicicletas. Projetado por Toni Bianco, criador da Bianco, o Dardo foi lançado em 1979 com inspiração no Fiat X1/9.

Corona Dardo [divulgação]
Usando fibra de vidro, o Corona Dardo foi apresentado com motor 1300 do Fiat 147, que inclusive dá uma pista do parentesco com a Fiat pela versão “F 1.3”. Ele desenvolvia 72 cv e com o mesmo câmbio manual de difíceis engates do hatch. Além do motor, ele trazia componentes de vários outros modelos, até mesmo de Volkswagen. Na época, passou até a

ser atendido na assistência técnica da Fiat, o que deu maior credibilidade ao carro. Em 1981 recebeu o motor 1500 com 96 cv e uma reestilização, mas deixou de ser produzido em 1983.

Farus

Assim como a Corona, a Farus surgiu em 1979 por meio de Alfio Russo e Giuseppe Russo, pai e filho, que fundaram a marca em Belo Horizonte (MG). Assim como a Corona, a Farus não usava só motor Volkswagen, mas Fiat e Chevrolet também. A marca chegou a ter cinco modelos ao longo da sua história, com destaque para o ML 929, primeiro carro da marca. O cupê usava motor 1300 de 72 cv e 10,8 kgfm, com câmbio manual e tração traseira.

Farus Beta [divulgação]
O ML 929 evoluiu para TS e depois para Beta, modelo da foto acima, em 1984. No ano seguinte, o modelo ainda recebeu o Cabriolet, a versão conversível do Beta. O segundo carro da marca apareceu apenas em 1989, o Quadro. Com um estilo que lembra o Volkswagen Santana, do qual usava a base, tinha motor 1.8 de 90 cv e 14,6 kgfm. Com a abertura do mercado para importados em 1990, a Farus também acabou deixando de existir naquele período.

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