Curiosidades

Mitsubishi juntou os grupos Peugeot e Fiat antes da Stellantis

Muito antes de a Stellantis acontecer, uma mesma plataforma serviu a carros da Fiat, Dodge, Chrysler, Jeep, Peugeot e Citroën

Stellantis
Mitsubishi ASX [divulgação]

Se você acredita que sua cidade é um ovo, o mundo dos carros é bem parecido. Antes mesmo da fusão entre os gigantes grupos PSA e FCA acontecer para criar a Stellantis, as marcas de ambos os grupos trabalharam indiretamente juntas. Mas não é o caso das vans Peugeot, Fiat e Citroën. Mas sim de uma intervenção causada pela Mitsubishi.

O grupo Chrysler nunca conseguiu andar sozinho. Por isso, em 1985 assinou um acordo com a Mitsubishi para criar a Diamond-Star Motors. A aliança previa fabricar carros da japonesa nos EUA, desenvolvimento de projetos comuns e até uma marca, a Eagle. A parceria se desfez em 2004, mas não antes de render uma prévia da Stellantis.

Antes da dissolução, Mitsubishi e o grupo Chrysler trabalhavam em uma nova plataforma global para carros de porte compacto e médio. Ela visava substituir a base PL e a JR da Chrysler, além de oferecer uma base modular para diversos modelos da Mitsubishi. Assim, surgiu a plataforma GS. Hoje essa base é usada só e somente pela marca japonesa.

Global multiplicada

Em 2006 foi lançado o primeiro produto com essa plataforma: o Mitsubishi Outlander. E sua importância é tamanha porque ele é justamente o modelo que faz o link com o lado PSA da Stellantis. Afinal, entre 2007 e 2012, Peugeot e Citroën venderam os modelos C-Crosser e 4007 – SUVs que não passavam de versões francesas do Mitsubishi Outlander.

Enquanto isso no grupo Chrysler de 2007, a marca norte-americana lançava o Sebring, enquanto a Jeep revelava a primeira geração do Compass e o Patriot. A Dodge, depois de desistir de fazer uma versão própria do Mitsubishi Lancer, pegou a base para o SUV compacto Caliber.

Dodge Caliber [divulgação]
No mesmo ano, a Mitsubishi apresentou o novo Lancer e a minivan Delica D:5. A plataforma ainda foi aproveitada pelo Chrysler Sebring conversível e pelo Dodge Avenger em 2008, além do Mitsubishi Lancer Evolution. Por fim, 2009 foi o ano da estreia do Dodge Journey, que foi vendido no Brasil.

Em 2010, o Mitsubishi ASX foi lançado e novamente puxou a PSA para a brincadeira. Ele deu origem ao Citroën C4 Aircross e ao Peugeot 4008 em 2012, ficando em linha até 2017 – diferentemente do ASX que já passou por inúmeras plásticas e segue vivo na mesma geração. Ou seja, tínhamos modelos da Peugeot, Citroën, Chrysler e Dodge com plataforma igual.

Pré-Stellantis

Com a criação da FCA em 2014 (mas operando conjuntamente desde 2009), o grupo Fiat pode finalmente colocar as mãos na nova plataforma. Assim, lançou o Fiat Freemont em 2011 na Europa e também no Brasil. O modelo foi o primeiro e único Fiat lançado com plataforma Mitsubishi na história.

A Lancia rebatizou o Chrysler 200, sucessor do Sebring, e o lançou na Europa em 2011. A base não serviu para mais nenhum lançamento até 2017, quando a Mitsubishi revelou o Eclipse Cross. Nesse meio, a FCA lançou a base CUSW que é usada até hoje.

Chrysler 200 [divulgação]
O último modelo do lado Stellantis a usar essa base e sair de linha foi o Dodge Journey em 2020. Coincidência ou não, fora o Journey, todos os carros da Chrysler, Fiat, Jeep, Dodge, Peugeot e Citroën lançados com a plataforma GS foram um gigante fracasso nas vendas.

Foi o contrário da Mitsubishi, que sempre teve boas vendas com Outlander, ASX, Lancer, Delica e depois em 2017, o Eclipse Cross. Aliás, o SUV médio foi o último lançamento com essa base. Ela servirá até o fim de vida do Eclipse Cross. Até porque o ASX já virou um Renault Captur fingindo não ser francês.

Mitsubishi Eclipse Cross
Mitsubishi Eclipse Cross [divulgação]

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