Honda City Sedan Touring não é caro se você fizer as contas | Avaliação

Algumas vezes um produto pega fama sem sequer saber como justificá-la. De fato um sedan compacto por quase R$ 150.000, como o Honda City Touring, fica com um valor salgado. Mas muitas vezes a opção mais barata não é a melhor. Segure seus dedinhos nervosos se você já está pensando em dizer que essa matéria é comprada. Nossos principios éticos e nosso compromisso com os nosso leitores não são negociaveis.  

Para poupar seu tempo, que sabemos que é muito valioso, vamos te antecipar algumas coisas. Se você é um amante da Honda, se prepare para sentir algumas alfinetadas (merecidas). Se você acha o City Sedan Touring (R$ 146.700) caro e ponto, pode se preparar também, pois ele tem mais pontos que justificam o preço do que você imagina.  

Desempenho

Em tempos de motores turbo, a Honda ainda mantém o velho, porém bom motor 1.5 aspirado. São 126 cv entregues a uma rotação alta de 6.200 rpm e 15,5 kgfm de torque entregues a 4.600 rpm. Os números não deixam elevar qualquer expectativa. Ainda mais se considerarmos que tem muito motor 1.0 turbo que entrega mais de 20 kgfm de torque e em baixa rotação. Isso até chegarmos na página dois da ficha técnica.  

Para ir de 0 a 100 km/h o Honda City precisa de 10,6 segundos. Uma marca boa para um sedan automático. Embora os números não sejam empolgantes, o acerto da motorização e transmissão é quase impecável, o que eleva e muito a experiência de dirigir. Isso não quer dizer que ele entrega um desempenho animador, mas também não decepciona. 

O Honda City Sedan é para quem prioriza mais uma direção confortável (isso é inquestionável) do que desempenho ao volante. A proposta do japonês é familiar: ele acomoda bem os passageiros e tem uma dirigibilidade agradável. Com isso, cumpre muito bem o seu papel.  

Quanto ao desempenho é o suficiente. Até 100 km/h você não sentirá grandes esforços ou falta de fôlego. Acima disso, você é lembrado dos dados técnicos. Você terá que pisar mais fundo no acelerador na estrada e esperar um pouco mais para ter o que quer. Mas está longe de ser um carro manco.  

Um pouco mais de potência e torque fariam bem para o Honda City Sedan, ainda mais considerando que essa versão aqui já custa R$ 146.700. Nessa faixa de preço, o consumidor quer um pouco mais de motor. E vale reforçar: abaixo dos 100 km/h o acelerador é bem mais sensível. 

Assistente do motorista 

O City Sedan Touring acaba compensando o desempenho mais comedido em outros quesitos. Ele tem um pacote de assistentes de condução bem completo para o segmento e faixa de preço. A versão topo de linha conta com piloto automático adaptativo muito bem calibrado, frenagem automática de emergência, assistente de centralizador de faixa, assistente de permanência em faixa e assistente de farol alto. 

Consumo 

O consumo é outro ponto muito positivo do Honda City Sedan Touring. Na cidade, faz 9,3 km/l com etanol e 12,8 km/l com gasolina. Na estrada marca10,4 km/l com etanol e 15,5 km/l com gasolina. Para um sedan 100% a combustão, é um consumo elogiável.

Design, espaço e conforto 

O Honda City é um carro atraente aos olhos. A nova geração realmente marca uma grande evolução estética. Embora, ainda esteja longe de substituir o Civic, é inegável que ele tem o DNA do irmão. A dianteira consegue ser marcante e atual sem grandes invencionismos e sem precisar seguir a tendência de grade gigante.  

Inclusive, na reestilização de meia vida apresentada no final de 2024, ele recebeu algumas mudanças pontuais. O cromado ficou mais fino, dando espaço para uma grade mais ampla. O para-choque também teve mudanças sutis e ganhou novos faróis de neblina. A traseira ganhou alguns vincos no para-choque e os refletores que eram verticais agora são horizontais, dando uma sensação de maior largura. As rodas aro 16 também ganharam novo desenho.  

O painel do Honda City também é bem acertado. Mais do que peças bem encaixadas, os componentes têm uma boa harmonia. Embora não me agradem as saídas centrais de ar-condicionado (automático e de duas zonas) coladinhas na central multimídia. Acho que é a única parte que ficou mais poluída.  

Um ponto muito positivo no City e nos carros da Honda em geral é como eles são funcionais. A quantidade de botões é na medida certa, para o ar-condicionado e ajustes do som. Tem um botão com a função de voltar, que é ótimo quando você dá a seta e não quer as imagens da câmera lateral direita apareçam na tela e sim o mapa.  

Com o facelift o City ganhou freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold. No lugar da alavanca do freio foi instalado um carregador por indução, que é prático, mas deixa a desejar porque o celular desencaixa com facilidade em um declive, por exemplo. Os materiais, no geral, são de qualidade até mesmo o plástico duro da parte superior do painel tem uma boa aparência. E infelizmente, quem não tem plástico duro nessa faixa de preço? 

Espaço e conforto

Os bancos da Honda merecem nossos elogios. Os dianteiros tem abas largas no encosto que acomodam muito bem pessoas de todos os portes e estaturas. Quem vai atrás também conta com bons bancos e o melhor saídas de ar-condicionado traseiras. Esse mimo você não encontra em sedans como Hyundai HB20S ou Chevrolet Onix Plus. Mas tem no VW Virtus.

Há duas saídas USB-C para a segunda fileira de bancos também. Uma pena que quem vai na frente conte apenas com entrada USB. O espaço para pernas é bom. Claro que se for possível colocar as pessoas mais altas no bancos dianteiros e as mais baixas nos bancos traseiros todo mundo viajará com mais conforto.  

Quanto ao porta-malas, essa é a cereja do bolo. São 519 litros. Um dos maiores do segmento. Fica coladinho no VW Virtus. Uma pena que o porta-malas não é plano. Acaba dificultando um pouco não só para colocar as malas, pois uma hora ou outra vai acabar raspando, como para organizar as bagagens de uma forma mais eficiente.  

Em suma o Honda City tem um bom espaço para até quatro ocupantes adultos e uma criança e espaço generoso para as bagagens. Ah, o porta-malas não tem abertura elétrica. Contudo, é um carro confortável que cumpre bem a proposta de sedan familiar.  

Itens de série e segurança do Honda City Touring

Vários quesitos justificam o preço do Honda City (não estamos defendendo a Honda cobrar R$ 146.700 em seu sedan de entrada. Apenas dizendo que ele de fato entrega itens que justificam o valor). Veja bem, os carros da Honda tem uma desvalorização baixíssima. Além de serem referência em qualidade e durabilidade. Por isso são tão confiáveis.  

E produtos de confiança têm seu preço. Quanto a segurança e itens de série a Honda não decepciona e onde o preço acaba sendo mais palpável, se é que me entende. Além dos assistentes de direção e dos itens obrigatórios, o City Touring conta com seis airbags, e alarme de segurança com imobilizador. 

Freio de estacionamento com função Brake Hold, sistema de luzes de emergência, alerta de pressão dos pneus, cinto de segurança com sistema de tensionamento, lembrete de afivelamento dos cintos de segurança, trava infantil nas portas traseiras, isofix, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro completam a lista de itens de segurança.  

Quanto ao conforto, design e tecnologia a lista é maior ainda: carregador sem fio para smartphones, entradas USB dianteiras tipo A + 2 Entradas traseiras tipo C, desligamento automático dos faróis, ar-condicional automático de duas zonas com saída traseira, espelho retrovisor interno fotocrômico, botão de partida do motor (START/STOP) e volante e alavanca do câmbio revestidos em couro. 

O City traz ainda oito alto-falantes, central multmídia de oito polegadas com espelhamento sem fio, modo de condução economico, painel digital TFT 7″ de alta resolução, limpador de pará-brisa com sensor de chuva, acabamento das rodas – Diamantado e fundo preto, chave com sensor de aproximação. 

Lanternas traseiras em LED, luz de placa em LED,  conjunto óptico com DRL em LED (Luzes de Rodagem Diurna), faróis com acendimento automático (sensor crepuscular) Full LED, faróis de neblina em LED completam a lista.  

Veredicto

São poucos os carros novos na faixa de R$ 150.000 que entregam uma lista de equipamentos tão extensa quanto a do Honda City Touring. Ainda mais se descartarmos marcas chinesas e focarmos em marcas tão renomada quanto a Honda. Quer exemplos? O Toyota Corolla é um sedan mais caro que não é tão completo quanto o City. O VW Virtus, um dos seus principais concorrentes também não.  

Considerando a qualidades do materiais e o visual mais sofisticado a pontuação só aumenta. Além disso, é muito econômico para a categoria. Já o desempenho, é de um carro com proposta familiar. Não espere empolgação. Contudo, considerando outras opções, concluimos que o Honda City sedan vale a pena por R$ 150.000. Mas se você gosta mesmo é do VW Virtus, seja feliz e compre um. Só não diga que o City não vale o preço.  

Agora queremos saber de você: pagaria R$ 150.000 para estacionar um Honda City sedan da garagem? Conte para nós nos comentários.