Citroën erra na proposta do Aircross XTR, mas acerta em preço | Impressões

Junto da renovação da família C3 no Brasil, a Citroën lançou o Aircross XTR. E repare, apenas Citroën Aircross agora, não mais C3 Aircross como antes. É uma tentativa de deixar o SUV um pouco mais independente e seguir o que foi feito com o Basalt. Mas, dentre tantos acertos e correções feitas, a versão XTR não faz sentido.

Dentro do line up da Citroën com o Aircross 2026, a versão XTR é a mais cara, sendo vendida por R$ 129.990. E sabe qual o diferencial para a então topo de linha Shine? Adesivos, costuras de cor diferente, apliques cinza e…só. É só isso mesmo. Por R$ 3 mil a mais. E sabe a belíssima cor Azul Cosmo? Não tem no XTR: só branco, preto e cinza.

Diferenciação pequena

Especificando mais as alterações, o Citroën Aircross XTR conta com adesivo preto e verde no capô, mesmo tom usado na faixa que divide o teto em duas partes. Os logotipos são todos em cinza acetinado, mesmo material usado na parte inferior do para-choque e nas rodas de liga-leve de 17 polegadas.

Por dentro, ele conta com faixa de imitação de couro no painel com emblema XTR e costuras verdes. O mesmo tom de costura é usado no volante e nos bancos. Só que a grande melhoria de acabamento feita no Aircross XTR também está presente no restante da gama do SUV de sete lugares.

Todas as versões agora contam com faixa macia ao toque no painel, sendo de tecido no Feel e em imitação de couro no XTR e no Shine. As portas também trazem novo revestimento macio seguindo o mesmo material do painel. O couro artificial do volante e dos bancos melhorou substancialmente em relação ao modelo anterior, mostrando mais qualidade.

Outra alteração mais do que necessária foi o reposicionamento do comando dos vidros elétricos. Agora o motorista tem os quatro botões para controle nas portas, enquanto os passageiros traseiros não precisam mais fazem malabarismo para abrir as janelas. Diferentemente do C3, o Aircross 2026 tem botões nas portas traseiras também. 

Latifúndio francês

Um dos maiores destaques do Citroën Aircross é ele ser um SUV compacto com dimensões generosas e espaço enorme dentro. Quem senta na fileira da frente tem muito espaço para as pernas por conta da posição de dirigir vertical. Já os passageiros traseiros tem área para a cabeça bem livre, enquanto o espaço de joelho é suficiente.

Acima da segunda fileira fica um ventilador que capta o ar gelado que sai do ar-condicionado na frente e sopra mais forte para os assentos traseiros. É uma solução de baixo custo que não resolve muito o problema. Pelo menos o acesso à terceira fileira é fácil por conta do sistema de dobra do banco e pelas portas enormes do SUV.

A turma do fundão do Aircross terá acesso a bancos confortáveis, mas com piso bem alto. Surpreendentemente, no entanto, mesmo eu tenho 1,87 m de altura, não raspo a cabeça no teto. Agora há duas saídas USB na fileira do meio e uma no porta-malas para os passageiros lá de trás. Com os bancos dobrados, são 493 litros de capacidade e eles são facilmente removíveis.

Segue o jogo

Com os novos pneus de uso misto do Citroën Aircross XTR, o comportamento não mudou. Você tem um pneu de atuação mais ruidosa e mais áspera, mas nada que comprometa o comportamento típico do carro. Ele ainda é equipado somente com motor 1.0 três cilindros turbo de 130 cv e 20,4 kgfm de torque com câmbio CVT.

É um conjunto muito bem calibrado e que casa bem com a plataforma do Aircross. As acelerações sempre são a contento e não há delay de acelerador ou letargia do câmbio em fazer o Citroën ganhar vida. Como o isolamento acústico é um pouco falho, é possível sempre ouvir o motor 1.0 atuando e até o espirro do turbo é presente.

Como o Aircross é grande e alto, ele tem um certo comportamento “busônico”, em que você sente o tamanho generoso do modelo. Ele tem suspensão macia demais, o que faz com que a carroceria balance em algumas situações e fique mais suscetível a ventos laterais. Apesar disso, é bem robusto e aguenta bem a buraqueira.

A Citroën tem a típica direção levíssima nas manobras e mais pesadinha em alta velocidade, o que ajuda a equilibrar um pouco o comportamento mais molenga do Aircross. Contudo, é um carro bem confortável para longas jornadas. Pena que até hoje o volante não ajuste em profundidade, só em altura.

Veredicto

São aplaudíveis as mudanças feitas pela Citroën na linha 2026 do Aircross. Ele diminuiu muito a sensação de carro barato com as melhorias de acabamento e novos materiais. Não dá mais tanto a sensação de um C3zão de entrada. Além disso, a marca baixou bem os preços e colocou um carro grande de sete lugares com preço de SUV subcompacto.

Só não precisa levar a versão XTR para casa. Pagar R$ 3 mil a mais por adesivos, costura verde e por um pneu de uso misto que não o transformará em um SUV 4×4 não é tão válido assim. Especialmente porque muita gente vai desejar a versão nova e será possível caçar descontos pelo Shine. Esse sim, um custo-benefício imbatível pelo tamanho do Aircross.

Você teria um Citroën Aircross? Conte nos comentários.

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