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É um híbrido de fato?

Fiat Fastback 2026 é um SUV cupê, híbrido…nem tanto | Avaliação

O Fiat Fastback é um SUV cupê com eletrificação para reduzir o esforço do motor e beneficiar tanto o consumo quanto a emissão de poluentes

11 min de leitura

A vida é feita de evoluir, tanto no pessoal quanto no profissional, sempre em busca de melhores resultados. O Fiat Fastback não foge a essa regra. Lançado há praticamente três anos, ele chega à linha 2026 com o primeiro facelift. As alterações são pontuais, com a adição de novos elementos visuais e equipamentos, mantendo o modelo atraente para os clientes de SUVs cupê e até transmitindo uma pegada à la BMW.

O SUV cupê da Fiat é construído no Polo Automotivo Stellantis em Betim (MG) e compartilha a plataforma com o Pulse, sendo mais longo que o Jeep Compass, mas com entre-eixos menor que o do Citroën C3. São quatro versões civis, além da esportiva Abarth, cujos preços vão de R$ 119.990 a R$ 177.990 na variante assinada pelo escorpião, equipada com 185 cv e 27,5 kgfm de torque.

Fato é, que os utilitários esportivos cupê viraram moda e queridinhos entre os consumidores brasileiros e ao redor do mundo, mas esse estilo de carroceria não é exatamente uma novidade. Em 2005, o Ssangyong Actyon foi o primeiro utilitário esportivo do mundo a adotar esse design, que se tornou tendência de sucesso em modelos como o BMW X6 e o Volkswagen Nivus.

SUV cupê Fiat Fastback Impetus Hybrid cinza parado de frente com muro ao fundo
Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026 [Auto+ / Rafael Pocci Déa/

Ao surfar a onda dos SUVs cupê, o Fiat Fastback registrou 31.366 unidades licenciadas nos sete primeiros meses deste ano, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O desempenho se aproxima do Jeep Compass, que emplacou 32.466 unidades, e supera o Pulse, com 25.099, consolidando o Fastback como uma opção competitiva em nosso mercado.

Ares de frescor no Fiat Fastback

Uma das principais armas do Fiat Fastback está na plataforma MLA (sigla em inglês para arquitetura modular), que também dá origem ao Pulse. Embora a silhueta com o caimento suave do teto tenha permanecido, a dianteira ganhou novos traços geométricos e verticalizados, inspirados no Novo Uno / Grande Panda à venda no mercado europeu.

Essa nova escola estilística já foi aplicada no Pulse, no Cronos e, mais recentemente, na caminhonete monobloco Toro. A dianteira do Fiat Fastback adota a nova grade do radiador, com filetes verticais, enquanto a porção inferior do para-choque frontal exibe elementos quadrados e grandes tomadas de ar retas nas extremidades da peça.

A adoção do novo para-choque dianteiro aumentou ligeiramente o comprimento do Fiat Fastback, passando de 4,42 m para 4,44 m de ponta a ponta (o Jeep Compass mede 4,40 m). Outra novidade da versão Impetus T200 semi-híbrida está nas molduras plásticas pintadas na cor da carroceria, que criam a impressão visual de reduzir o tamanho da coluna C.

Para ter esse detalhe, é preciso optar pelo Pack Sunroof, que custa R$ 4.990 e inclui o tão requisitado teto solar, além das luzes de neblina em LED e os espelhos no para-sol do motorista e do passageiro com iluminação. Ainda falando de valores, a cor metálica cinza Silverstone com teto preto adiciona R$ 1.990 ao preço final do SUV cupê da Fiat.

Fiat Fastback Impetus Hybrid cinza parado de  lateral com muro ao fundo
Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026 [Auto+ / Rafael Pocci Déa/

Onde mora o Calcanhar de Aquiles do Fiat Fastback

Com esses dois opcionais, o preço final do Fiat Fastback Impetus T200 com sistema semi-híbrido chega a R$ 174.970. O valor fica acima da versão Limited Edition T270 (a partir de R$ 171.990), que não utiliza eletricidade para auxiliar o propulsor nem contribuir para a diminuição da emissão de poluentes, e abaixo da esportiva Abarth T270, cujo preço parte de R$ 177.990.

Tudo é uma questão de escolha, mas é inegável que a capacidade volumétrica do porta-malas do Fiat Fastback é um capítulo à parte, oferecendo 516 litros. Em comparação, outro SUV cupê de marca generalista disponível no mercado brasileiro, o Volkswagen Nivus, comporta até 415 litros no compartimento de bagagens. É um ponto positivo para o SUV cupê da Fiat.

Apesar disso, nem tudo são flores: o calcanhar de Aquiles do Fiat Fastback está na distância entre-eixos de 2,53 m. Trata-se da mesma medida do Fiat Pulse e menor que a do Citroën C3 (2,54 m), o que resulta em espaço apenas suficiente para as pernas e joelhos dos passageiros da segunda fileira.

Em contrapartida, o Fiat Fastback oferece saídas de ar dedicadas e entradas USB-A e USB-C. O caimento suave do teto garante 1,54 m de altura, permitindo que pessoas de estatura baixa ou mediana não encostem a cabeça. Além disso, a visibilidade traseira não é prejudicada pelo desenho do vidro, com as balizas auxiliadas pela câmera de ré e pelos sensores de estacionamento.

Espaço traseiro do Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026
Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026 [Auto+ / Rafael Pocci Déa/

Qual é o recheio de série?

O Fiat Fastback Impetus T200 com sistema semi-híbrido traz de série o multimídia de 10,1 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, quadro de instrumentos totalmente digital de sete polegadas, quatro airbags (dois frontais e dois laterais para tórax e cabeça), ar-condicionado automático/digital, faróis em LED e carregador por indução.

O pacote ainda inclui sensor de estacionamento frontal, freio de estacionamento com função Auto Hold (que mantém o carro parado sem pressionar o pedal), banco traseiro bipartido na ordem de 60/40 e banco do motorista ajustável em altura, além de um conjunto de recursos de segurança voltados à proteção dos até cinco ocupantes.

Entre os recursos de segurança estão a frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança involuntária de faixa, comutação automática de farol alto, controles eletrônicos de tração e estabilidade, sinalização de frenagem de emergência, assistente de partida em rampas, Isofix, TC+ (que garante mais tração em pisos de baixa aderência) e monitoramento da pressão dos pneus.

Apesar do preço inicial maior, a Limited Edition T270 compartilha o mesmo tamanho de rodas de 18 polegadas com pneus 215/45. No entanto, a grande diferença está no motor 1.3 16V T270 com câmbio automático de seis marchas, que entrega 176 cv e 27,5 kgfm, enquanto a Impetus T200 com tecnologia semi-híbrida utiliza o 1.0 tricilíndrico turbo com caixa CVT de sete marchas simuladas, oferecendo 130 cv e 20,4 kgfm.

SUV cupê Fiat Fastback Impetus Hybrid cinza parado de frente e visto do alto
Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026 [Auto+ / Rafael Pocci Déa/

O Fiat Fastback é um híbrido de verdade?

O movimento da Fiat em democratizar a eletrificação é, sem dúvida, memorável. No entanto, mais uma vez, nem tudo são flores no Fiat Fastback. A adoção de sistemas MHEV surge como uma alternativa viável para prolongar a vida dos motores a combustão interna, sobretudo diante das regras de emissões e consumo que ficam cada vez mais rigorosas.

Esse sistema semi-híbrido da Fiat foi desenvolvido especialmente para o Brasil, sendo produzido integralmente no país e compatível tanto com gasolina quanto com etanol. Diferente dos sistemas utilizados em modelos como Toyota Corolla e Corolla Cross, ele não traciona as rodas. Ainda assim, a solução contribui para reduzir o esforço do motor e melhorar o consumo de combustível.

A dirigibilidade do Fiat Fastback Impetus T200 é eficiente e, quando abastecido com etanol, estão disponíveis 130 cv e 20,4 kgfm já a partir de 1.750 rpm. Dessa forma, o SUV Cupê da Fiat acelera com disposição, mantendo números de desempenho semelhantes mesmo sem o auxílio direto da eletrificação. O 0 a 100 km/h é feito em 9,4 segundos, com velocidade máxima de 196 km/h utilizando o combustível vegetal.

Ok, o Fiat Fastback se diz ser um híbrido, mas não tem a capacidade de mover o carro sozinho. O pequeno motor elétrico de 3 kW atua apenas para aliviar o esforço do motor a combustão, reduzindo as rotações do 1.0 turbo e suavizando a resposta ao acionar o pedal do acelerador. Ainda assim, o consumo foi beneficiado com essa ajuda eletrificada, não é mesmo?

Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026 [Auto+ / Rafael Pocci Déa/

Fiat Fastback e o consumo

Em relação ao consumo, o Fiat Fastback com sistema semi-híbrido registra, segundo o Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, as médias são de 8,9 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada com etanol. Bebericando gasolina, os números sobem para 12,6 km/l e 13,9 km/l, respectivamente. Já a emissão de poluentes é de 100 g/km.

Para comparar a frequência aos postos de abastecimento, o Fastback Turbo 200 sem a ajuda da eletrificação entrega 8,5 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada com etanol, enquanto com gasolina registra 12,1 km/l e 14,3 km/l, respectivamente. Já a emissão de poluentes é de 102 g/km.

Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026 [Auto+ / Rafael Pocci Déa/

Paralelamente à eletrificação e ao sistema semi-híbrido, o Fiat Fastback conta com direção elétrica de resposta leve e suspensões do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. O acerto privilegia o conforto na absorção das irregularidades do piso, sem deixar de lado a boa dinâmica nas curvas.

O conjunto trabalha de forma silenciosa na absorção de impactos, enquanto as rodas de 18 polegadas utilizam pneus Continental de medidas 215/45 com índice de velocidade H (210 km/h). Na hora de frear, o sistema de frenagem bem calibrado do SUV cupê da Fiat conta com discos ventilados de 284 x 22 mm na dianteira e tambores de 203 mm de diâmetro na traseira.

Rodas de 18 polegadas do Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026
Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026 [Auto+ / Rafael Pocci Déa/

Câmbio CVT

O câmbio é continuamente variável (CVT) com sete marchas simuladas e oferece a opção de trocas sequenciais pelas borboletas atrás do volante ou diretamente na alavanca. A transmissão aproveita bem o potencial do conjunto mecânico e mantém o giro majoritariamente entre 1.500 e 2.500 rpm, o que privilegia o conforto acústico dos ocupantes e garante uma condução progressiva.

Ao pressionar o pedal do acelerador, as sete marchas simuladas são trocadas em torno de 3.000 a 3.500 rpm. Apenas acima das 4.000 rpm o ruído metálico do motor três cilindros invade a cabine. Para quem busca uma dose extra de emoção ao volante, a tecla Sport faz as trocas em giros mais altos aproveitando os números de desempenho do SUV cupê da Fiat.

Para quem circula por ruas com lombadas e valetas ou enfrenta estradas de terra, o Fiat Fastback Impetus com tecnologia semi-híbrida oferece ângulo de entrada de 20,2º e de saída de 24,5º, com altura mínima em relação ao solo de 198,6 mm na configuração Impetus Hybrid. Além disso, a linha 2026 do Fastback ainda ganhou o revestimento das laterais de portas frontais e o couro claro da cabine coopera na sensação de requinte.

No entanto, as laterais de portas traseiras não acompanham o estilo das frontais. Na hora de estacionar ou manobrar em espaços apertados, como vagas de prédios, shoppings ou supermercados, o Fiat Fastback Impetus possui raio de giro de 10,5 m. Além dos 516 litros do porta-malas, a capacidade de carga do SUV cupê da Fiat é de 400 kg, segundo o fabricante.

Veredicto

inegável o esforço da Fiat em popularizar a eletrificação tanto no Fastback quanto no Pulse. Trata-se de uma tecnologia de segmentos superiores disponível, entre as marcas generalistas, na faixa abaixo de R$ 180.000, de forma semelhante ao Kia Stonic MHEV (a partir de R$ 154.990).

Embora leve o sobrenome Hybrid, o sistema do Fiat Fastback não traciona as rodas, fornecendo apenas suporte ao motor a combustão, reduzindo seu esforço e contribuindo tanto para a diminuição da emissão de poluentes quanto no consumo. Para quem busca entrar na eletrificação e precisa de espaço no porta-malas, ele é uma opção interessante, além de agora oferecer o tão requisitado teto solar.

Fiat Fastback Impetus Hybrid 2026 [Auto+ / Rafael Pocci Déa/

E você, o que acha do Fiat Fastback? Caso seja proprietário ou ex-proprietário, compartilhe sua experiência nos comentários!


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7 comentários em “Fiat Fastback 2026 é um SUV cupê, híbrido…nem tanto | Avaliação”

  1. Sérgio

    Consideramos ótima aquisição de um Audace Hybrid, anda bem, econômico não sendo espaço traseiro um problema, bem como os pneus h=50, é só calibrar corretamente.

  2. George

    Não confio que vá se manter em produção por muito tempo e a concorrência vem trazendo melhores soluções e custo benefício pelo preço igual.

  3. Eduardo M.

    Deveria ser proibido anunciar um carro desses como híbrido. Enganação descarada. Ainda por cima vai queimar o filme da tecnologia híbrida, pois quem não conhece vai pagar caro pelo “Hybrid” e não vai ver benefício real. Sendo que quando o híbrido é de verdade, dá resultados excepcionais (minha Maverick Hybrid faz mais de 16 km/L de gasolina rodando 70% estrada, que é a pior condição para um híbrido — ou seja, a tecnologia de verdade faz uma picape desse tamanho ser bem mais econômica que esse carrinho compacto).

  4. Aristidesgoncalvesalmeida

    As linhas ângulosas da dianteira ,obra de realização recente,destoam da traseira e o entregador eixos muito curto deixam o carro lateralmente muito feio , com as rodas muito próximas do centro da carroceria, pelo preço deveria ter maior cuidado no desenho!!!

  5. Demilso Conceição

    Eu , gosto muito asdim poder adquiro um acho muito bonito .

  6. Cristiano

    Por 170k, tem que ser burro pra comprar. O Dolphin GS é totalmente híbrido e custa menos. O King é híbrido de verdade e custa um valor próximo. Esses híbridos brasileiros, fora Toyota, são enganação. Mas como tem trouxa que compra…

  7. Fernando

    Muitos barulhos internos, porta lateral traseira, porta dianteira, encosto do banco traseiro, porta malas, aquela parte plastica entre a porta traseira e o encosto do banco traseiro, ja levei meu carro umas 5x na concessionária, fui bem atendido, alguns barulhos eles conseguiram solucionar, mas tem uns que persistem, vou retornar para deixar o carro (Novamente) para eles tentarem resolver o problema.
    Tem barulhos do vento nas portas que não somem, resumindo o carro é bacana, mas tem muitos barulhos que tiramos o encanto do carro.

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Rafael Dea

Cursou Jornalismo para trabalhar com carros. Formado em 2005, atuou na mídia impressa por mais de 16 anos e também em veículos on-line. Embora tenha uma paixão por caminhonetes, não dispensa um esportivo — inclusive, foi o único brasileiro a participar do lançamento global do Porsche Panamera GTS.

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