Carros esportivos pequenos são meu ponto fraco. Especialmente quando falamos de hot hatches como Toyota GR Corolla e Honda Civic Type-R. Mas, mesmo eles têm alguns pontos de inconveniência para o dia-a-dia. Por isso, SUVs esportivos são um meio termo interessante. E é ai que o Fiat Pulse Abarth entra.
Desenvolvido totalmente no Brasil, o SUV subcompacto picado pelo veneno do escorpião tem motor potente, dinâmica apurada, ronco interessante e não arrebenta com a sua coluna ou raspa toda dianteira entregar diversão ao volante quando levado ao limite. E tudo isso por R$ 157.990. Ou R$ 159.480 se optar por esse cinza sem graça.
Alterações para subir de nível
Na linha 2026 do Fiat Pulse Abarth a Stellantis deu ao modelo alguns itens novos para dar ao SUV subcompacto um ar mais refinado. Ele é o único da categoria a ter teto solar e banco elétrico, equipamentos que são de série nele e no seu irmão Fastback, mas somente na versão Abarth.

O teto pode ser encontrado em outras versões, mas como opcional. E, confesso, vale a pena. Por mais que muita gente ache um crime ele ser fixo, vejo pouco problema nisso. Afinal, a maior parte do tempo precisamos andar com os vidros fechados por questão de segurança. O teto solar adiciona mais visão e luz para a cabine.
Já o banco elétrico merece todos os elogios, não somente pela conveniência do ajuste, mas também pelo assento em si. Ele é confortável na medida certa para não cansar em viagens, mas tem bons apoios laterais para poder abusar das curvas sem tirar o traseiro do lugar. Agora as portas também tem uma parte maior em couro.

Outro ponto a ser elogiado é a qualidade do couro usado nos bancos e também no volante. Parece algo de carros mais caros e que deixa o Volkswagen Nivus GTS passando muita vergonha. Pena que a maldição do Pulse continua: o porta-luvas segue desalinhado e parece não ser uma preocupação da Fiat.
Baixou o tom
Confesso que as mudanças externas do Fiat Pulse Abarth me desagradaram. Não por conta do novo para-choque com desenho quadrado que não conversa com o resto anguloso do carro. Essa parte superei e até gostei do visual como foi trabalho na versão esportiva. Mas sim pela baixada de tom.

O Abarth sempre teve faixa lateral com o nome da divisão e até opção de retrovisor vermelho. Agora é tudo em preto e nada de adesivo na leteral. Um Abarth clássico, como Punto e 500, exibiam belos retrovisores vermelhos e os primeiros Pulse eram assim. Triste que o sport-chic dominou dessa vez.
Destaque ainda para as rodas de liga-leve de 18 polegadas raiadas que compõem um estilo melhor do que antes para o modelo apimentado. Por dentro, além dos bancos novos com o logo do escorpião, a faixa macia imitando fibra de carbono e a faixa vermelha que contorna o painel é de bom gosto.

Por falar em interior
Já que estou falando do interior, deixa aproveitar para falar da qualidade de acabamento. Ela é boa, com plásticos bem feitos e bem encaixados. O painel de intrumentos poderia ser menos lento na mudança de menus e ter uma tela com melhor definição, visto o que já fazem outros modelos de preço parecido.
Já a central multimídia pode ser vista como referência. Fácil de usar, rápida, com tela bonita e grande. Pena que a Fiat deixou uma borda exagerada para dar a impressão de que é maior. Conta com Android Auto e Apple CarPlay com conexão sem fio. Mas, se preferir, tem entrada USB normal e USB C no console central.


O carregador de celular por indução traz ventilação para não transformar seu celular em uma batata quente. Além disso, como herdou o cosole central do Fastback, o Pulse Abarth traz porta-copos removível (menor do que deveria), freio de estacionamento eletrônico, porta-objetos fechado e apoio de braço.
Quem senta atrás carece de espaço. Pense que o Fiat Pulse é derivado do Argo, que é um carro pequeno. Some isso ao fato de que os bancos ficaram bem parrudos, comprometendo a área para os joelhos, enquanto o teto é baixo. Não há material macio nas portas traseiras, mas, pelo menos, temos saída de ar e USB atrás.


O porta-malas do Fiat Pulse Abarth é de 320 litros. Não tem abertura elétrica, obviamente, mas a tampa é bem leve. O piso é fundo, exigindo um pouco de jeito e força para tirar as cargas lá de trás.
Sem redução de potência
Enquanto todos os modelos da Stellantis equipados com motor 1.3 quatro cilindros turbo flex perderam força, o Pulse Abarth manteve os 185 cv e 27,5 kgfm de torque. Ele é aliado a uma transmissão automática de seis marchas que tem uma boa conversa com o motor, mas já parece cansada.

Em reduções ou na estrada, o câmbio demora a baixar as marchas para fazer o Pulse ganhar fôlego. Além disso, há situações em que ele reduz uma ou duas marchas, pensa se foi suficiente, percebe que não, reduz mais uma e aí começa a embalar. Isso é atenuado pelo modo Poison, mas ainda presente.
Em dados oficiais, temos um SUV esportivo chegando aos 100 km/h em 7,6 segundos e com velocidade máxima de 215 km/h. Em tempos nos quais carros elétricos sem pretenção esportiva entregam números semelhantes, o Pulse Abarth pode parecer que deve algo. Mas não, é tudo questão de dinâmica e experiência.

Não me segura
Boa parte do trabalho da Abarth com o Pulse ficou para suspensão e volante. Ele é nitidamente mais firme que as demais versões do SUV subcompacto, sendo mais sensível a buracos e devolvendo com mais ímpeto os solavancos de uma estrada ruim. Mas está longe de ser um carro punitivo.
O Pulse Abarth não bate seco ou devolve um golpe na sua coluna a cada buraco. Além disso, por ser mais altinho, não raspa em entradas de garagem e tem uma valentia extra. Claro que o comportamento de SUV se torna inexistente e uma estrada de terra com ele não é recomendada.

A direção faz lembrar o acerto dos Peugeot, que é extremamente leve nas manobras e relativamente pesada em estrada e alta velocidade. Ela não é muito direta, mas foi calibrada de maneira suficiente a entregar uma sensação de esportividade a contento pela proposta do carro.
A carroceria inclina pouco e o Pulse Abarth tende a quicar controladamente a traseira em curvas mais fortes para se manter no eixo. O mais legal, entretanto, é o ronco vindo da saída dupla de escape. Ele é grosso, encorpado e com cara de carro mexido. Isso tudo sem apelar para ronco simulado, viu dona Volkswagen.

Convivência facilitada
Mesmo sendo um carro de alma esportiva, o Fiat Pulse Abarth tem consumo até que ok. Oficialmente são 7,2 km/l na cidade e 8,8 km/l na estrada com etanol. Já na gasolina, ele faz 10,5 km/l e 12,2 km/l, respectivamente. Considerando que são números até melhores que Renegade, Compass e Toro com esse motor, está bem.
Ainda que careça de piloto automático adaptativo e mais itens de sistema ADAS, o Fiat Pulse Abarth traz frenagem autônoma de emergencia bem calibrada. Um contraste com o sistema de manutenção em faixa que corrige a trajetória de maneira um tanto quanto brusca. Falta uma calibração melhor.

Itens de série
Sabendo que o Abarth é o modelo topo de linha do Pulse, a Fiat equipiou bem o SUV subcompacto apimentado. Ele conta com chave presencia, teto solar panorâmico, banco do motorista com regulagem elétrica, carregador de celular por indução, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
Há ainda itens como bancos e volante revestido em couro, ajuste de altura e profundidade do volante, painel de instrumentos totalmente digital, frenagem autônoma de emergencia, quatro airbags, sistema de manutenção em faixa, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro.

O Pulse Abarth ainda é equipado com farol com acendimento automático e assistente de luz alta, luz de neblina em LED, controle de tração e estabilidade, monitoramento de pressão dos pneus, vetorização de torque, freio traseiro a tambor, ar-condicionado digital de uma zona e retrovisor interno fortocrômico.
Veredicto
É possível achar fácil o Pulse Abarth nas concessionárias por menos do que os R$ 157.990 anunciados pela Fiat. Com isso, ele se torna uma compra com custo-benefício. Anda muito bem, é divertido de dirigir, tem itens que os rivais nem cogitam, além da sensação de refinamento interno justo pelo que foi pago.

Só não espere dele o que é importante em um SUV: espaço interno e valentia para o off-road. Na prática, ele é um pouco mais alto que um hatch compacto, o que traz a vantagem de ser usável no dia-a-dia, mas tão apertado quanto o seu irmão quase gêmeas Argo. Se for para duas pessoas, abrace um sem medo.
Você teria um Fiat Pulse Abarth? Conte nos comentários.



Sim, eu teria um Pulse Abarth. Principalmente se compará-lo com seus principais concorrentes ele ganha. Com esse motor 1.3 preparo esportivo, ficou ótimo.
É tanto erro de português nesse texto
Fato inconteste !
Tenho um Fastback Abarth 2024 e só sinto Muita falta do piloto adaptativo é muita segurança e do banco elétrico é muito conforto.Estou esperando a Fiat me ouvir ai troco o meu. O teto panorâmico lamentei não ter quando comprei. O carro é uma boa diversão até em autódromo. E todo mundo me diz que carro lindo mas uma razão para ter um