O Heavy Metal é caracterizado por guitarras altas e distorcidas, levadas de bumbo duplo frenéticas e vocais poderosos. Alguns carros até se encaixam nesse estilo musical pelo ronco gutural e dirigibilidade rápida, sendo o Ford Mustang Dark Horse o novo integrante à venda em nosso mercado.
Com um V8 5.0 naturalmente aspirado aprimorado sob o capô, em trabalho conjunto ao câmbio automático de oito marchas, esta é a primeira vez que temos três variantes do Ford Mustang no Brasil: GT Performance (R$ 549.000), GT Performance manual (R$ 600.000) e a estreante Dark Horse, que por R$ 649.000 se coloca lado a lado de esportivos alemães.
Tudo foi voltado ao desempenho em pista, contudo sem abdicar da usabilidade no dia a dia. A carroceria, com capô longo e traseira curta, recebeu modificações estéticas que o diferenciam dos irmãos GT Performance e GT Performance manual. É um olhar de poucos amigos para intimidar modelos do clã BMW M Power, Mercedes-AMG ou RS da Audi.
Ford Mustang Dark Horse tem cara de poucos amigos
A dianteira mostra o para-choque com acabamento escurecido, enquanto a capa dos retrovisores segue a mesma pegada, há faixas exclusivas sobre o capô e faróis full LED com máscara negra. Paralelamente, a silhueta mostra as rodas exclusivas de 19 polegadas, deixando aparente os freios com pinças Brembo e logotipo alusivo à configuração nos para-lamas.
O ímpeto do Mustang Dark Horse continua na traseira, exibindo as quatro saídas de escape escurecidas mostrando ponteiras uma polegada maior em relação ao GT Performance, o logo Dark Horse ao centro da tampa do porta-malas e o aerofólio com função aerodinâmica para gerar mais força descendente, contribuindo na condução radical.
Só que um esportivo não é apenas sobre o exterior, pois ao abrir a porta o condutor e os ocupantes são recepcionados pelos bancos em couro e suede com cintos de segurança azuis, volante com emblema Mustang escurecido, soleiras de portas exclusivas e placa numerada no painel indicando a posição da unidade na linha de produção.
Tudo posicionado às mãos contribui para a ergonomia, e à frente dos olhos o motorista enxerga o quadro de instrumentos digital de 12,4 polegadas, o multimídia de 13,2 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, mais GPS integrado, e o longo capô, que esconde o propulsor V8 naturalmente aspirado modificado para gerar mais de 500 cv de potência.
V8 aprimorado
O propulsor V8 5.0 Coyote do Ford Mustang Dark Horse foi aprimorado, com bielas e virabrequim do GT500, agora rendendo 507 cv a 7.250 rpm e 57,8 kgfm a 4.900 rpm, o que significa mais de 100 cv/litro. De acordo com o fabricante, foi providenciada calibração exclusiva para o Brasil por conta do combustível.
Independente da geração ou do ano, o Ford Mustang é um carro sensorial. Seja pela carroceria mexendo lateralmente ao apertar o pedal do acelerador, quanto pelo berro emitido pelo sistema de exaustão. No Dark Horse, tudo é elevado, e nosso primeiro contato ocorreu por ruas e avenidas de São Paulo, bem como no traçado do Autódromo Velo Città, no interior de São Paulo.
Na condução urbana, o Ford Mustang Dark Horse se comporta amigavelmente e não é desconfortável, assim como não enrosca nas valetas. A dinâmica traz suspensões independentes Magneride adaptativas com calibração exclusiva, além de molas frontais, coxins e buchas mais rígidas, barra traseira sólida e direção 25% mais responsiva.
Toda essa engenharia é traduzida ao colocar o Ford Mustang Dark Horse na pista. Aí tudo faz sentido, principalmente pela forma como ele aponta a dianteira com extrema rapidez em relação ao GT Performance. É um carro que você coloca onde quiser e pregado no chão. A distribuição de peso, na ordem de 55% na dianteira e 45% na traseira, o torna extremamente manobrável, mesmo com 4,82 m de comprimento e 2,71 m de entre-eixos.
Quebra-nozes
Esta capacidade de serpentear e fazer um balé nas curvas possibilita entrar de pé cravado em curvas de alta, sem oscilações de carroceria, tampouco transferência de carga entre os eixos dianteiro e traseiro. Um canhão dinâmico equipado com pneus de medidas 255/40 R19 à frente e 275/40 R19 atrás, oferecendo frenagens eficientes asseguradas pelos freios dianteiros com disco flutuante da Brembo.
A forma de atuação da direção assistida eletricamente é rápida e direta. Além disso, as saídas de curva com mais carga no pedal do acelerador possibilitam fazer drift, deixando a traseira escapar de forma previsível e sem sustos ao motorista. Para completar, a sonoridade do V8 é evidenciada pelo sistema de exaustão com ponteiras uma polegada maiores em relação ao GT Performance.
Para quem deseja levar o Mustang Dark Horse para track days, a Ford o equipou com diferencial traseiro Torsen com sistema de arrefecimento, transferindo torque entre as rodas de maneira progressiva e controlando a temperatura para evitar sobreaquecimento em uso severo.
Já a transmissão automática muda rapidamente as dez marchas, contribuindo para o desempenho, com acerto específico para o Dark Horse. Também estão disponíveis cinco modos de condução, seis perfis personalizáveis, três modos de direção (normal, esportivo e conforto), quatro de escapamento (normal, silencioso, esportivo e pista) e quatro programas para suspensão (normal, esportivo, pista e drag).
Ford Mustang Dark Horse: quanto vale o show?
Além de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos (relação peso-potência de 3,61 kg/cv), o Ford Mustang Dark Horse ainda oferece som assinado pela B&O com 12 alto-falantes, ar-condicionado de duas zonas, bancos dianteiros com refrigeração e aquecimento, sistema de detecção automática de buracos e um pacote completo de segurança.
Em termos de proteção, estão presentes sete airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelho para o passageiro), controlador adaptativo de velocidade, alerta de colisão com detecção de pedestres, frenagem autônoma de emergência à frente e em marcha à ré, assistentes de manobra evasiva, de manutenção e centralização em faixa.
Falando do seu bolso, o Ford Mustang Dark Horse tem preço sugerido de R$ 649.000, que o coloca no seleto grupo do BMW M2 Coupé (R$ 673.950, que entrega 480 cv, faz de 0 a 100 km/h em quatro segundos, e do Porsche 911 Carrera (a partir de R$ 930.000, 394 cv, 0 a 100 km/h em 4,1 s).
Veredicto
É preciso reconhecer e elogiar a Ford por trazer ao nosso mercado modelos como F-150 Tremor, Maverick Tremor, além do Mustang GT Performance, GT Performance manual e agora o Dark Horse. Ou seja, mais uma alternativa para os consumidores ávidos por modelos esportivos.
É um canhão com motor V8 que impressiona não apenas pela aceleração, mas também pela desenvoltura nas curvas. No duelo do Super Trunfo, é mais rápido que um 911 Carrera ou um M2 Coupé. E, assim como esses alemães, pode ser usado no dia a dia e encarar um dia de track day, voltando para casa sem preocupações.
O que você achou do Ford Mustang Dark Horse? Você compraria ele ou preferiria um modelo alemão da Audi, BMW, Mercedes-AMG ou Porsche? Conte sua opinião nos comentários!
