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Ele é bom, mas...

Honda City Hatch EX tem custo-benefício bom para Hondeiro  | Avaliação

Bem equipado, bom de dirigir e bonito. Mas o fato de o preço do Honda City Hatch EX ser igual ao dos rivais top de linha, é o que pesa

7 min de leitura

Alguns carros quando pensados como casos isolados, fazem muito sentido. Um deles é o Honda City Hatch EX. Quando analisado dentro de sua gama, a versão de R$ 132.600 entrega um ótimo custo-benefício ao custar um preço interessante e ter boa lista de itens de série. Mas só faz sentido para quem é Hondeiro

Isso porque, dentro do lineup de versões do Honda City Hatch, o EX é o segundo mais barato, ficando acima do LX de R$ 117.500 e abaixo do EXL de R$ 139.800, que não compensa o valor extra. Só que: todos os outros hatches compactos rivais do City EX são versões topo de linha.

Cobrando o prestígio de uma marca japonesa e o tamanho quase de hatch médio, o City EX custa mais que Peugeot 208 GT (R$ 128.990), VW Polo Highline (R$ 131.650), Chevrolet Onix Premier (R$ 129.190) e Hyundai HB20 Platinum (R$ 129.650). Comparado a eles, o Honda claramente perde em equipamentos e mecânica. Mas isso o torna um carro ruim?

Honda City Hatch EX vermelho de traseira
Honda City Hatch EX [Auto+ / Joâo Brigato]

Aspirado vs turbo

Apesar de a Honda já ter feito motores turbo incríveis (com o 1.5 que estava no Civic G10 e o 2.0 do Type-R), o cliente tradicional da marca preza pelo conjunto aspirado. Por isso, o City Hatch conta com um 1.5 quatro cilindros aspirado de 126 cv e 15,8 kgfm de torque. A potência é superior ao Polo, HB20 e Onix, perdendo só para o 208. 

Contudo, em torque ele fica inferior aos rivais diretos. O troco da Honda é oferecer um 0 a 100 km/h dentro da média, com 10,6 segundos. Só que parece ser mais lento. Isso se dá por conta da transmissão CVT que raramente simula marchas e gosta de manter o giro do motor bem alto em acelerações fortes.

motor do honda city hatch
Honda City Hatch EX [Auto+ / Joâo Brigato]

Com isso, o City berra alto, mas entrega a performance necessária. A vantagem do CVT perante rivais como Polo e Onix que contam com câmbio automático tradicional, é que não há delay para redução de marcha. Com isso, o City responde instantaneamente ao pedal do acelerador. Entretanto, o CVT do Peugeot é mais moderno.

A performance, no final das contas, fica a contento. A vantagem, no entanto, está no consumo de combustível bem baixo. Oficialmente ele faz 9,2 km/l com etanol na cidade e 10,5 km/l na estrada com o mesmo combustível. Já com gasolina, marca 13,2 km/l na cidade e 15 km/l na estrada.

Honda City Hatch EX vermelho de frente
Honda City Hatch EX [Auto+ / Joâo Brigato]

Os números do INMETRO, no final das contas, se tornam pessimistas frente ao real resultado que o City Hatch consegue. Durante nossos testes, ele conseguiu fazer média de 11,5 km/l com etanol e impressionantes 16,7 km/l com gasolina. Quem precisa de um híbrido com um consumo assim?

Espírito da Honda

Além do motor aspirado, o Honda City Hatch também foi um carro pensado para o conforto. Mas seu temperamento é um pouco diferente do irmão sedan. Isso porque a Honda deixou a direção mais firme e a suspensão seguiu pelo mesmo caminho. Ele tem uma dinâmica interessante, típica da marca japonesa. 

Honda City Hatch EX vermelho de traseira
Honda City Hatch EX [Auto+ / Joâo Brigato]

Curvas são o lugar certo do City Hatch, onde a carroceria rola pouco, a suspensão mais firme segura ele bem, enquanto a direção entrega respostas rápidas e a firmeza necessária. Entretanto, ele segue confortável para ser usado em ruas esburacadas ou de paralelepípedo, além de não ser cansativo em longas distâncias. É um conforto com um pé na esportividade.

É bem equipado, mas…

Considerando que a EX é a segunda versão mais barata do City Hatch, a lista de equipamentos é generosa. Mas você perceberá algumas economias de versão de entrada, como os bancos de tecido, volante sem revestimento de couro e a ausência de sensor de estacionamento traseiro.

Honda City Hatch EX vermelho de frente
Honda City Hatch EX [Auto+ / Joâo Brigato]

Perceba como ele é bem equipado: de série, o City EX conta com seis airbags, chave presencial, ar-condicionado digital de uma zona, central multimidia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, farol com acendimento automático e assistente de luz alta, freio a disco nas quatro rodas e frenagem autônoma de emergência.

Tem ainda câmera de ré, piloto automático adaptativo, sistema de manutenção em faixa, sistema de centralização em faixa, retrovisores elétricos com rebatimento elétrico, vidros elétricos nas quatro rodas, freio de estacionamento eletrônico com função auto-hold (único na categoria) e carregador de celular por indução.

Justamente bem feito

interior do honda city hatch ex
Honda City Hatch EX [Auto+ / Joâo Brigato]

O interior do Honda City EX é mais simples por conta do uso de tecido nos bancos e da ausência de couro no volante. Mas, ainda assim, é muito bem feito. Todos os encaixes são milimétricos, o plástico usado é de qualidade e a ergonomia deveria servir de exemplo para toda categoria.

Volante e banco do motorista tem plenitude de ajustes, tornando a posição de dirigir algo fácil de achar. Naturalmente, o City é mais baixo do que alguns de seus rivais, o que instiga uma condução mais divertida. Comandos estão todos sempre à mão, tendo como destaque o ar-condicionado com botões giratórios super fáceis de serem usados.

O painel de instrumentos é analógico e não conta com velocímetro digital nem nas funções do computador de bordo. É um sistema simples, mas eficiente. Já a central multimídia é ruim. Ela é lenta, a tela tem definição ruim e o brilho não se ajusta automaticamente quando os faróis são acesos, necessitando apertar um botão para isso.

Herdeiro do Fit

Por falar de bem feito, o Honda City Hatch herdou do Fit o sistema Magic Seat. Simplesmente genial, ele permite que os bancos traseiros sejam deitados completamente retos em relação ao porta-malas ou ter o assento elevado para cargas altas. Isso sem comprometer o espaço interno. 

A desvantagem é que o tanque de gasolina foi deslocado para baixo dos bancos da frente, reduzindo o espaço para os pés. O tanque também é pequeno, com 39 litros. Por outro lado, temos o espaço para os passageiros traseiros muito mais farto do que de concorrentes diretos. Já o porta-malas de 268 litros fica abaixo da média de 300 litros da categoria.

Veredicto

O Honda City Hatch EX é um carro de ótimo custo-benefício dentro da gama de versões do modelo. Contudo, ao trazer a segunda versão do portfólio no mesmo preço dos concorrentes diretos que se apresentam com motor turbo e variante topo de linha, a briga fica injusta. 

Honda City Hatch EX [Auto+ / Joâo Brigato]

No final das contas, mesmo entregando muitos itens de série e uma boa performance, ele fica diretamente abaixo de tudo o que é oferecido no mercado nacional pelo mesmo preço. A vantagem clara está na economia forte de combustível, no espaço interno e na fama de indestrutível que os carros da Honda possuem.

Você teria um Honda City Hatch? Conte nos comentários. 


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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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