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Honda HR-V Touring é tão bom que você esquece a fortuna que custa | Avaliação

Com o título de SUV compacto a combustão mais caro do Brasil, o Honda HR-V Touring entrega muito e custa muito

8 min de leitura

Desde que essa geração do Honda HR-V foi lançada, o SUV compacto ficou com estigma de carro caro. Afinal, ele é o mais custoso da categoria e, por isso, demorou a engrenar. Só que agora a maioria dos seus rivais tem preço bem próximo. Ele ainda é o que mais cobra, mas, honestamente, entrega tão bem que você esquece a fortuna que custa.

Testei a versão topo de linha Touring que sai por salgados R$ 209.900, sendo o único da categoria a de fato custar mais de R$ 200 mil. É preço que coloca esse SUV compacto no mesmo patamar de valor de modelos como Toyota Corolla Cross, Jeep Compass e VW Taos, que são SUVs médios. Só que há atributos para até seduzir os compradores de cima?

Conjunto redondo

A parte mecânica do Honda HR-V Touring não teve alterações junto da reestilização. O modelo segue equipado com motor 1.5 quatro cilindros turbo flex de 177 cv e 24.5 kgfm de torque. É mais potente que o T-Cross 1.4 e que o Jeep Renegade 1.3, mas perde para ambos em torque.

motor Honda HR-V Touring
Honda HR-V Touring [Auto+ / Rafael Pocci Dea]

O bom é que a transmissão CVT sabe aproveitar ao máximo a entrega de torque e potência desse motor, ainda que sacrifique a dirigibilidade para isso. É que para andar de verdade, o Honda HR-V esgoela o motor 1.5 turbo com rotação alta e constante, algo típico dos Honda CVT.

Se você quiser que ele simule as trocas das sete marchas, é preciso pisar fundo no acelerador. Mas até 120 km/h, ele fará, no máximo, duas trocas simuladas, que mais parecem engasgos. A gritaria também é mais sentida porque o isolamento acústico do motor deixa a desejar. Ou seja, o tempo todo o 1.5 se faz presente na cabine.

Honda HR-V Touring vermelho de traseira
Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]

Entretanto, temos um carro que anda muito bem em qualquer situação. As retomadas são ágeis e o conjunto consegue fazer com o que o Honda HR-V ganhe velocidade sem delay ou letargia. Não é um esportivo, claro, mas anda mais do que seria necessário para sua categoria. E bem melhor que o modelo aspirado.

Vantagens de ser um Honda

Como todo carro atual da Honda, o HR-V Touring ainda é econômico para a performance que entrega. Ele faz 8.1 km/l na cidade com etanol, enquanto com gasolina, a média urbana é de 11.5 km/l. Na estrada, 9.1 km/l com etanol e 12.9 km/l na gasolina. Nossos testes foram feitos com gasolina mantendo uma média de 11,3 km/l. Um resultado bom.

Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]
Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]

Além disso, ele tem a pegada típica da marca, na qual consiste em ter conforto, mas com um pouco mais de esportividade. A suspensão é mais durinha e firme que a média do segmento, o que agradará a quem queria ter um hatch, mas precisou subir de categoria e de curso de suspensão.

Ele não encara buracos como um Renegade, mas absorve relativamente bem os impactos da malha viária precária brasileira. A direção é leve, mas ganha firmeza necessária durante as velocidades mais altas. Ela é relativamente mais direta que outros SUVs compactos, mostrando um potencial para uma versão de fato esportiva – se a Honda quisesse.

Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]
Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]

Um dos pontos que sempre me chama atenção no novo HR-V em relação ao modelo de primeira geração é como a carroceria ficou mais sólida e firme. O modelo anterior era um pouco mole na traseira, criando muito ruído. Ele roda sólido como se fosse um carro melhor que o ZR-V…até porque ele é, mesmo sendo de uma categoria abaixo.

Inclusive, o comportamento do HR-V em altas velocidades é excelente, se mantendo firme e estável, mesmo com o câmbio CVT fazendo o 1.5 berrar. Há, contudo, muito barulho de vento vindo dos retrovisores, que dá a impressão de vidros abertos. Já os pneus, pouco se ouve por conta do isolamento extra do Touring. 

É tudo na medida

interior do Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]
Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]

O Honda HR-V Touring não tem o interior que se espera de R$ 200 mil, mas também não decepciona. Há muito plástico duro, mas os materiais usados são de qualidade. O mesmo vale para o couro presente no painel, que reveste uma superfície dura, mas tem qualidade. Destaque maior é a qualidade do material dos bancos e portas, que parece de carro mais caro.

Um contraste total que o Honda HR-V Touring tem em relação aos materiais inaceitáveis usados em Volkswagen T-Cross e Chevrolet Tracker nos bancos e portas. Só o couro do volante que é estranho. Apesar de ter qualidade perceptível alta, a sensação levemente aveludada é que o volante está empoeirado. Ele tem ajuste de altura e profundidade.

cabine Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]
Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]

Outro ponto que a Honda é impecável é em relação a ergonomia. Todos os comandos são fáceis de alcançar, estão em pontos visíveis e o que precisa ter botões, está presente. Ar-condicionado digital de duas zonas tem botões para todas as funções, assim como elementos básicos primordiais da central multimídia.

Por falar na central, ela melhorou em relação ao antigo Honda HR-V. Tem melhor definição, mais cores e perdeu o tubo atrás. Mas ainda é ruim. Ela é lenta, trava constantemente e tem layout que parece um Samsung de 2010. Há conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.

Mas é irritante ter que, todas as vezes que o Honda HR-V passa por um lugar escuro, é preciso mudar o modo de visualização da central. Esse é um recurso extremamente básico e que deveria ser conjugado aos faróis ou ser controlado pelo dimmer de brilho do painel de instrumentos. Falando nele, só o velocímetro e analógico, mas o painel é excelente e de fácil visualização.

Espaço de Fit

Em espaço interno, o Honda HR-V dificilmente é superado na categoria. O motorista conta com regulagem elétrica a qual o permite dirigir baixo como se estivesse em um hatch, ou alto como no falecido Fit. E, mesmo na posição mais esdrúxula, sempre sobra espaço no banco traseiro.

Apesar do perfil quase de SUV cupê, os passageiros traseiros não reclamam de área para a cabeça ou joelhos. O passageiro central sofre um pouco por conta do banco elevado, que praticamente o restringe a uma carona rápida. Mas, o Magic Seat está lá para mostrar a genialidade japonesa de organização de espaço e deixar Marie Kondo com inveja.

O assento pode ser elevado para levar objetos grandes ou deitado totalmente reto em relação ao porta-malas. A divisão é 60/40, com o posto central conjugado ao assento direito. Isso amplia ainda mais o porta-malas de 345 litros, que é largo, fundo e bem aproveitado.

porta-malas honda hr-v
Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]

Aliás, o Honda HR-V é um raro caso de SUV compacto com abertura elétrica de porta-malas. Ele pode ainda, através de um botão, fechar automaticamente ao detectar que a chave saiu de perto da parte traseira do carro. Mimo que ajuda muito ao retirar objetos pesados lá de trás.

Itens de série

Sendo a versão topo de linha do Honda HR-V, o Touring é lotado de itens de série. Para além dos já citados na avaliação, ele conta ainda com seis airbags, chave presencial, piloto automático adaptativo, sistema de manutenção em faixa (referência na categoria em funcionamento), alerta de tráfego cruzado e frenagem autônoma de emergência.

Traz ainda vidros elétricos nas quatro portas com função um toque, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro e traseira, faróis full-LED com acendimento automático, sensor de chuva, retrovisor elétrico, câmera auxiliar no retrovisor direito, assistente de luz alta, freio de estacionamento eletrônico e partida remota.

Veredicto

O Honda HR-V Touring é um carro delicioso de dirigir, do tipo que te faz ficar horas atrás do volante sem cansar e ainda querendo mais. É divertido de guiar porque coloca isso como prioridade, ao contrário da maioria dos rivais. Além de ter um interior muito modular e prático.

Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]
Honda HR-V Touring [Auto+ / João Brigato]

Sim, custa caro e a central multimídia é irritante, além de não ter acabamento tão sofisticado quanto seus rivais diretos. Mas é um carro recompensador pelo que se propõe a fazer. Se você ainda ama dirigir, mas percebeu que precisa de um SUV compacto na vida, esse pelo menos alimenta seu lado entusiasta muito bem.

Você teria um Honda HR-V Touring? Conte nos comentários. 


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8 comentários em “Honda HR-V Touring é tão bom que você esquece a fortuna que custa | Avaliação”

  1. Reinaldo

    Sim. Desde que viesse com sistema start&stop, teto solar panorâmico e iluminação do porta luvas. Por 210 mil, é o minimo……

    • José

      Graças a Deus não tem start-stop

  2. Paulo Castro

    Tenho um Touring 2024 e não teria outro. Porta-malas irrisório, retrovisores que se inclinam nas manobras em detrimento da visibilidade dos carros que vêm atrás, consumo elevado, concessionárias pouco confiáveis. Meu carro é 2024, e, já tive melhores pelo mesmo preço.

  3. Sergio

    Estou gostando muito desse carro,quanto mais anda mais satisfeito ficamos,entrega muito apesar do preço,passa muita segurança ao dirigir e surpreendendo na economia na estrada.

  4. Lauro

    Taí um carro que não vale mêsmo o que pede! Pelo valor dele tenho N opções com melhores entregas, inclusive híbridos.

  5. Jorge Guimarães

    Eu tenho um exl 2021 um dos últimos a serem fabricados.
    Tem alguns componentes do Touring. Dá p identificar.
    Mas nao compraria nem o Advance modelo novo.
    Acho que o Boreal vai custar o mesmo q o Touring.
    Ou o Haval simples ou um da BYD.
    O Japa pisou na bola.

  6. Eugênio Paccelli

    Prefiro meu gol bolinha.

  7. Luis Carlos de Avila.

    Comprei um HR-V ELX 2025/2026 e simplesmente estou super feliz. Conforto e dá vontade de andar o dia todo de tão gostoso de dirigir.
    Luis Avila/Pirapora. Mg.

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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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