É nos menores frascos que estão os melhores perfumes — e essa frase clássica cai como uma luva para descrever um rocket pocket. Um carro pequeno nas dimensões, mas aceso nas reações. Se a Mercedes-AMG segue a filosofia One Man, One Engine, a Mini adota o lema Go-Kart Feeling, traduzido ao volante pelo comportamento radical da linhagem John Cooper Works (JCW).
Uma assinatura de alto desempenho, tal como a BMW M, que atravessou décadas carregando o nome de John Cooper, engenheiro e fabricante de carros de corrida nascido em Surrey, no Reino Unido, em 17 de julho de 1923. Não importa a carroceria ou o ano: se é um JCW, a premissa é diversão garantida ao volante.
Essa característica já presente anos atrás em modelos como Mini Cooper JCW, Mini Cooper JCW Cabrio, Mini Coupé JCW e Mini Countryman JCW All4, agora encontra a eletrificação. Se os carros movidos a bateria são um caminho sem volta, o Mini JCW E prova que mesmo elétrico mantém todos os atributos dessa grife, que sabe construir um verdadeiro rojão de bolso de respeito.

Mini JCW E é um rocket pocket elétrico
Alguns carros mostram que eletrificação também pode rimar com emoção, principalmente pelo torque instantâneo. Há quem reclame da ausência do ronco do motor a combustão, mas basta acelerar poucos metros para resetar a cabeça — e sentir o corpo colado ao banco nas acelerações.
Pequeno e rápido no gatilho, o Mini JCW E entrega um comportamento sui generis, seja nas retas ou nas curvas, graças às proporções compactas: 3,85 m de comprimento e 2,52 m de entre-eixos. É direto ao volante como poucos automóveis à venda atualmente e previsível nas reações, mesmo quando levado ao limite.

Essa receita permitiu atacar as curvas de alta do traçado do Haras Tuiuti, no interior de São Paulo, sem aliviar o pé do acelerador. Sempre transmitindo alta manobrabilidade. Afinal, você o coloca onde quiser… e imediatamente! Sem rolagem de carroceria, ele devora o circuito a cada volta e justifica o investimento de R$ 330.990.
Claro, a ausência do sopro do turbocompressor, do ronco gutural e dos pipocos no escape ao aliviar o acelerador faz falta. Mas os números compensam: 258 cv, 34,7 kgfm de torque instantâneo, 0 a 100 km/h em 5,8 segundos e velocidade máxima de 195 km/h. Nada mal, não é mesmo?

Um Mini livre de poluentes
Toda essa capacidade dinâmica vem do acerto específico das suspensões, enquanto a direção, rápida ao esterço e ao retorno, coopera na condução. Há ainda o botão Boost na borboleta à direita do volante: ao ser acionado, confira o carro para o máximo de desempenho por até 10 segundos, como se fosse um nitro — só que sem precisar de recarga. Essa função, aliás, também é encontrada no BMW iX2.
A energia vital do Mini JCW E fica armazenada em uma bateria de íon de lítio de 54,2 kWh brutos (49,8 kWh líquidos), instalada no assoalho para garantir baixo centro de gravidade. A autonomia, segundo o Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, é de até 306 km.

Nas acelerações mais fortes, o hatch tende a sair de frente, mas o comportamento é facilmente corrigido ao aliviar o pedal do acelerador. O contato com o solo é garantido pelas rodas de liga leve de 18 polegadas, calçadas com pneus 225/40, que deixam à mostra os freios dimensionados para dar conta do desempenho É um elétrico intrigante: quanto mais se dirige, mais se quer permanecer ao volante. E você aí achando que todo elétrico é sem graça… melhor rever seus conceitos!
Visual de carro de corrida
Tudo no Mini JCW E foi pensado para favorecer a aerodinâmica, essencial em um modelo 100% elétrico. A carroceria traz saias laterais, apêndices aerodinâmicos na coluna C e spoiler na tampa do porta-malas inspirado no Mini John Cooper Works GP, que prolonga visualmente o teto.
Com olhar intimidador, ao abrir a porta o interior acomoda bem os ocupantes — guardadas as devidas proporções. Destaques para o Head-Up Display, que projeta informações essenciais como velocidade, e para o display OLED de 240 mm, compatível com Android Auto e Apple CarPlay.

A tela concentra funções de mídia, navegação, telefone e climatização, podendo ser operada por toque ou voz. O console central ganhou espaço para o carregador por indução de smartphone. Além disso, a cabine aposta em tecidos nas cores vermelha e preta.
Como bom esportivo, a diversão está nos bancos da frente: o espaço traseiro é limitado e o porta-malas de 210 litros apenas cumpre sua função. Para efeito de comparação, o Mini Cabrio JCW oferecia 150 litros.



Veredicto
O Mini JCW E comprova que um carro elétrico pode, sim, ser divertido. Pequeno e rápido no gatilho, como Jesse James, entrega os mesmos números de desempenho do Mini John Cooper Works Aceman E (258 cv e 34,7 kgfm), crossover maior que custa R$ 345.990 e oferece um 0 a 100 km/h em 6,3 segundos, além do alcance máximo de até 312 km, de acordo com o Inmetro.
Para quem busca um carro visceral ao volante e livre das idas ao posto de combustível, ele é uma opção tentadora. Já quem não abre mão do cheiro da gasolina e do ronco no escape pode optar pelos modelos a combustão da linha JCW, como o Cooper, o Cabrio e o Countryman.

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