Cada vez mais, os fabricantes chineses conquistam espaço no Brasil, tornando-se uma alternativa para consumidores que buscam uma nova experiência de condução ou de marca. Juntamente com a Geely, que retornou ao país sob a responsabilidade da Renault, a Omoda & Jaecoo surge como outra alternativa, interessada em atrair tanto o público brasileiro quanto aqueles interessados em um híbrido pleno.
Deixe de lado os preconceitos: o país da Grande Muralha aprendeu a fazer carros. Os novos produtos chineses não lembram em nada os primeiros modelos vendidos aqui na década passada e, agora, já mostram qualidades suficientes para incomodar marcas tradicionais e até mesmo as premium. Nesse cenário, o Omoda 5 HEV desponta no horizonte.
A missão é clara: atrair os olhares de clientes de Jeep Compass (a partir de R$ 169.990), Toyota Corolla Cross (R$ 188.990) e Honda HR-V (R$ 163.200), para citar, oferecendo versões Prestige e Luxury, com preços de lançamento de R$ 159.990 e R$ 184.990, respectivamente. Tudo isso com tecnologia híbrida plena, sem necessidade de recarga externa.

Com um design de conceito e fora do lugar comum, o Omoda 5 HEV aposta em uma silhueta de SUV cupê. Sustentado pela plataforma T1X, mede 4,44 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,58 m de altura e 2,63 m de entre-eixos, garantindo bom espaço para até cinco ocupantes. O porta-malas comporta 372 litros, podendo chegar a 1.079 litros com o rebatimento da segunda fileira.
Como o Omoda 5 HEV se apresenta
O Omoda 5 também chama para a briga utilitários esportivos compactos, como o Hyundai Creta, além dos modelos das compatriotas BYD e GWM. Híbrido pleno mais barato à venda no Brasil, o estreante aposta em linhas futuristas, com destaque para a dianteira, o caimento suave do teto e a traseira com lanternas interligadas.
Essa tendência estilística atual entre SUVs e alguns sedans é reforçada pelas rodas de liga leve de 18 polegadas. Além disso, outro trunfo para conquistar o público brasileiro está no pacote de série desde a versão de entrada Luxury, da mesma forma, que a qualidade interna com o uso de materiais de qualidade empregados ao acabamento e bons arremates, embora os comandos tenham um visual de Mercedes-Benz.



A lista ainda contempla quadro de instrumentos totalmente digital e central multimídia que somam 24,6 polegadas, faróis com acendimento automático, ar-condicionado de duas zonas, sete airbags, chave presencial, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, além de coluna de direção com ajuste de altura e profundidade para ajudar na ergonomia, por exemplo.
Na topo de linha Prestige, o Omoda 5 HEV acrescenta bancos dianteiros aquecidos, ventilados e ajustáveis eletricamente, carregador de smartphone por indução, tampa do porta-malas com abertura e fechamento elétricos, e pacote de assistentes à condução ADAS, com controlador de velocidade adaptativo, manutenção em faixa, alertas de ponto cego/tráfego cruzado, farol alto automático e frenagem autônoma de emergência.


Tecnologia híbrida plena
Posicionado em uma faixa de preço que o coloca na disputa com SUVs compactos e médios, além de modelos puramente elétricos como o GWM Ora 03 Skin BEV48 (R$ 154.000), o Omoda 5 HEV traz sob o capô um conjunto eletrificado que reduz as visitas aos postos de combustível e ainda elimina a chamada ansiedade de alcance por também ser alimentado por combustível fóssil.
A propulsão do Omoda 5 HEV é assegurada pelo motor 1.5 turbo de quatro cilindros somente a gasolina, associado a um motor elétrico, entregando números combinados de 224 cv e 30,1 kgfm. O fôlego é orquestrado pela transmissão direta do tipo DHT. Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro, registra médias de 15,1 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada.

Com tração unicamente dianteira, o Omoda 5 acelera de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos e crava 175 km/h de velocidade máxima (relação peso-potência de 11,45 kg/cv). O motor a combustão rende 135 cv e 20,4 kgfm, enquanto o elétrico entrega 204 cv e 30 kgfm. A energia do sistema híbrido pleno (HEV) é armazenada em uma bateria de 1,83 kWh.
Ao volante, o comportamento agrada pelas respostas imediatas e pelo baixo turbolag (atraso antes do turbocompressor pegar para valer). Apesar disso, o ruído do motor a combustão invade a cabine quando exigido em regimes mais altos, conforme percebemos na primeira experiência na pista do Haras Tuiuti (SP). Nada que comprometa o projeto ou tire o conforto acústico dos ocupantes.


Bom de chão
O Omoda 5 ganha velocidade sem esforço, auxiliado pelo sistema híbrido pleno, da mesma forma, que retoma bem a velocidade. Pelo seletor de modos de condução, é possível escolher entre os programas Eco e Sport, que alteram a forma de entrega de desempenho: o primeiro é mais comedido, enquanto o Sport libera todo o potencial do SUV.
A boa primeira impressão se repete com a calibração da direção assistida eletricamente, bem como pelo conjunto de frenagem, que emprega discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira. Paralelamente a isso, o estreante também se mostra bom de curva, principalmente pela facilidade com que a dianteira ingressa auxiliando o contorno.

As suspensões adotam arquitetura McPherson na dianteira e Multilink na traseira, assim como no Jeep Renegade, garantindo uma dinâmica bem acertada, com baixa rolagem da carroceria e sem tendência ao mergulho nas frenagens mais fortes. Um carro bem-nascido, sim, o ajuste do pedal de freio poderia estar mais alinhado às preferências do público brasileiro. Nada que um ajuste fino não resolva.
Veredicto
O Omoda 5 chegou oferecendo o título de híbrido pleno mais acessível à venda em nosso mercado. Com visual de protótipo, que acabou de sair da prancheta, cabine bem construída e, principalmente, pela eletrificação, ele é uma opção a ser considerada entre os utilitários esportivos compactos e médios, ou até mesmo diante de modelos totalmente livres de emissões.
É um SUV diferente no visual, que reduz as visitas frequentes aos postos de combustível e, ao contrário de outros modelos da Omoda & Jaecoo, não depende de recarga externa. Afinal, o próprio motor a gasolina carrega a bateria do sistema elétrico, em conjunto com o sistema regenerativo dos freios.

O que você achou do Omoda 5? É um SUV que você considera comprar? Compartilhe sua opinião nos comentários!



