Houve um tempo em que o portfólio de sedans da Volkswagen tinha Voyage, Polo Sedan, Jetta e Passat. Hoje em dia, o Jetta virou carro de nicho com a versão GLI e o Polo Sedan se tornou VW Virtus. Mas a emancipação do irmão Polo só ocorreu de fato após a reestilização de 2023.
Por R$ 156.990, a versão Highline é a topo de linha do modelo com motor 1.0 TSI, posicionada logo abaixo da atraente Exclusive que testamos recentemente aqui no Auto+. É caro, especialmente para ser um carro aparentemente simples, todavia não dá para negar o quão bom ele é em outros aspectos.
Diferentes modos de economia
Enquanto um certo concorrente do Volkswagen Virtus Highline tem acabamento de carro barato e construção igualmente muquirana, a marca alemã gasta dinheiro onde os olhos não veem, mas o coração sente. Especialmente percebidos pelo sensor de dinâmica do ser humano, o traseiro.

Fazer curvas com o Volkswagen Virtus é uma delícia. O sedan compacto tem compostura, rolando pouco nas viradas mais abusadas, enquanto se mantém estável e firme. A plataforma é bem nascida, dando uma impressão de tratar-se de um modelo acima do segmento de compactos, mas abaixo dos médios por pouco.
Como todo Volkswagen, o Virtus Highline tem direção e suspensão mais duras. Ele aguenta a buraqueira com tranquilidade, mas abre mão do conforto de rodagem por dinâmica de condução mais divertida. Honestamente, prefiro assim. O mesmo vale para a direção, que é mais direta e comunicativa, mas pesadinha nas manobras.

Outro ponto no qual a marca investe forte é em segurança. O Volkswagen Virtus Highline tem de série frenagem autônoma de emergência, assistente de manutenção em faixa, seis airbags e até frenagem automática em manobras, algo raro até em carros mais caros.
Conhecidos da casa
Assim como vários outros modelos da Volkswagen, o Virtus Highline é equipado com motor 1.0 TSI três cilindros turbo de 128 cv e 20,4 kgfm de torque. Ele passou por uma recalibração recente e adotou o agonizante delay de acelerador. Não é tão ruim quanto o do T-Cross, mas ainda assim é irritante.

Ao acelerar, o Virtus demora alguns preciosos segundos antes de reagir. Faz parecer que ao pisar fundo no acelerador, ele pensa se o Voyage saiu de linha ou não, se ele ainda é irmão do Polo, que dia é hoje, para só depois reduzir marcha e começar a ganhar velocidade.
Uma parte da culpa é do já cansado câmbio automático de seis marchas. Ele faz trocas suaves, mas demoradas, além de vacilar na indecisão entre quinta e sexta marcha quando está na estrada em velocidade de cruzeiro entre 100 km/h e 120 km/h.

Isso se traduz em frustração, especialmente ao lembrar do que o Virtus já foi capaz. No passado, o modelo 1.0 TSI parecia um canhãozinho, entregando velocidade rapidamente e reduções rápidas. Agora, ele precisa vencer o cansaço antes de entregar a performance que verdadeiramente tem. Depois que embala, vai bem.
Em alinhamento a isso, os números de consumo não são incríveis. Oficialmente ele marca 8,3 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada com etanol. Já na gasolina faz 12,1 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada. Durante nossos testes, no entanto, ele foi bem pior. Marcou 6,8 km/l na cidade e lutou para fazer 9,6 km/ na estrada.
Sem Virtude

Aplaudo o esforço que a Volkswagen tem em tentar melhorar o acabamento do Virtus Highline. O modelo ganhou tecido nas portas acompanhando o já existente vinil no apoio de braço. O painel traz imitação de couro revestindo plásticos duros em uma tentativa de dar mais requinte. No Highlin, o material é marrom.
O mesmo tom está presente nas laterais dos bancos, enquanto a parte central é de vinil preto tradicional. É um dos maiores diferenciais do Virtus Highline, especialmente porque o Exclusive adota revestimentos em tons de cinza e suede, enquanto o Comfortline fica com o tradicional preto.

Esses detalhes todos tentam disfarçar a simplicidade dos plásticos usados na cabine. Eles são duros, rugosos e deixam claro tratar-se de uma alternativa de baixo custo. Rebarbas não são raras e não parece algo dígno dos R$ 156.990 cobrados pela marca alemã.
Há de pontuar também o fato de que o console central é muito pobre, com freio de estacionamento grande demais, porta-copos pequeno, apoio de braço diminuto e com pouca área para guardar objetos. Em compensação, as portas tem até um compartimento secreto.

Troco tecnológico
Se em acabamento o Volkswagen Virtus é um dos piores da categoria, em questão de telas ele se torna referência. O painel de instrumentos totalmente digital é usado pela Volkswagne há mais de uma década, mas ainda assim tem qualidade nos gráficos, é fácil de usar e completo.
Já a VW Play parece um iPad instalado no painel. Não somente pela qualidade gráfica e intuitividade do sistema, mas também pela qualidade do display e do vidro liso como o de um smartphone. Na evolução, chamada de VW Play Connect, há conexão com a internet que deixa apps como Spotify e Waze funcionarem independentes do celular.

Mas, se quiser, há Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Ele também traz carregador de celular por indução com ventilação para evitar que seu smartphone vire uma batata quente. O ar-condicionado é digital de uma zona e, infelizmente, com comandos sensíveis ao toque ruins de usar.
O bicho é grande
Não julgo tanto as pessoas capazes de confundir o Virtus com o Jetta. Afinal, eles não são somente parecidos visualmente (como todo Volkswagen), mas também tem porte semelhante. Com 4,56 m de comprimento, 1,75 m de largura, 1,47 m de altura e entre-eixos de 2,65 m, ele esbarra nos sedans médios em porte.


O reflexo disso é um interior muito espaçoso. O motorista pode se sentar baixo e deitado que ainda assim caberá um passageiro atrás sem sofrimento. A posição de dirigir é bem variável, contando com ajuste de altura e profundidade para o volante. Já quem senta atrás tem boa área para joelhos, cabeça e ombros.
Com 521 litros, o porta-malas é o segundo maior da categoria, perdendo apenas para o Fiat Cronos. Pena que aqui foi onde a Volkswagen deixou muito claro que economiza em acabamento. O revestimento de carpete usado no porta-malas beira o inaceitável e grita ser um tecido barato. Além disso, só metade da tampa é revestida.

Itens de série
Além dos itens anteriormente citados nessa matéria, o Volkswagen Virtus Highline ainda conta com chave presencial, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, farol com acendimento automático, luz de neblina, sensor de chuva, câmera de ré (com qualidade ruim), vidros elétricos nas quatro portas e três revisões grátis.
Há ainda retrovisor elétrico com rebatimento automático, lanternas e faróis full-LED, luz no porta-luvas, sensor de fadiga, alerta de pressão nos pneus, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, saída de ar para o banco traseiro e quatro entradas USB do tipo C.
![Volkswagen Virtus Highline [Auto+ / João Brigato]](https://uploads.automaistv.com.br/2025/09/volkswagen-virtus-higline-cinza-22-1320x743.webp)
Veredicto
Ainda que o Volkswagen Virtus Highline tenha acabamento ruim e delay no acelerador, ele é um carro muito gostoso de dirigir e competente para conviver. Não é um sedan que simplesmente tem um porta-malas grande e pouco liga para quem vai pilotá-lo, como a maioria dos seus rivais.
Ele é um carro para quem quer mais espaço dentro, mas ainda não quer um SUV ou prefere a dinâmica de um carro mais baixo e pensado para atender aos prazeres de um entusiasta. A versão Exclusive é mais legal? Claro, mas se o orçamento te possibilitar o Highline, leve sem medo de ser feliz. É um carro muito bom.
![Volkswagen Virtus Highline [Auto+ / João Brigato]](https://uploads.automaistv.com.br/2025/09/volkswagen-virtus-higline-cinza-15-1320x743.webp)
Você teria um Volkswagen Virtus Highline? Conte nos comentários.



Melhor dar uma revisada no texto, cheio de erros de digitação.
Execelente carro, o problema está no EIXO TRASEIRO QUE QUEBRA
Tenho um e’ muito bom pra dirigir
Compraria, se não fosse o terrível delay do acelerador, que carros inferiores de outras marcas não tem.
Tive um porém não recomendo, barulhos internos, atendimento péssimo nas concessionárias VW, o carro mais depreciado da VW na revenda, enfim os pontos positivos já estão na reportagem.
Nem deveria existir, o modelo topo de linha é o Exclusive com motor condizente para um sedan!