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Chery quer emancipação da CAOA e trará três marcas ao Brasil

Enquanto operação da Chery está nas mãos da CAOA, a chinesa dará a volta trazendo modelos de outras marcas

4 min de leitura

Em um evento realizado na China com jornalistas brasileiros, a Chery confirmou os planos de sua parcial emancipação da CAOA. O grupo brasileiro, que detém 51% da operação da marca chinesa por aqui, será deixado de lado na importação de três novas marcas do grupo: todas nascidas a partir de carros da Chery.

As informações divulgadas pelos nossos parceiros do Motor1, revelam que a Chery está bastante otimista com a operação brasileira independente da CAOA. Para isso, já planeja abrir 40 concessionárias no Brasil até 2024, mas sem especificar se serão combinadas entre Jaecoo, Exeed e Omoda ou cada uma para cada marca.

A ideia da Chery também é produzir carros das três marcas no Brasil. Também não foi especificado se a planta de Jacareí será usada ou se uma nova unidade será erguida. Vale lembrar que, em fevereiro de 2021, a CAOA fechou a fábrica de Jacareí e prometeu adaptá-la para fazer híbridos e elétricos até 2025. Com isso, ela pode não ser usada pela CAOA, mas sim pelas novas marcas da Chery. 

Exeed M3X [divulgação]
Exeed Yaoguang [divulgação]

Omoda

Todas as marcas que a Chery vai trazer ao Brasil, nasceram a partir de modelos que eram originalmente Chery. A mais forte delas é a Omoda, que também será oferecida na Europa e já teve seu SUV flagrado diversas vezes por aqui. Nascido como Chery Omoda 5, ele foi emancipado como Omoda C5 e será oferecido aqui também em variante elétrica (E5).

O modelo a combustão usará o mesmo conjunto semi-híbrido dos Tiggo 5X Pro e Tiggo 7 Pro: trata-se de um 1.5 quatro cilindros turbo a gasolina com um pequeno motor elétrico substituindo o alternador e o motor de partida. No Omoda, são 156 cv. Já o elétrico tem frente bem diferente, 224 cv e autonomia de 450 km.

Omoda C5 EV [divulgação]

 A marca não deve oferecer o S5, que é um Arrizo 6 com outra grade frontal. Visto que a CAOA Chery já vende o sedã médio por aqui, mas com vendas baixas. 

Jaecoo

Ainda sem um posicionamento claro no mercado, a Jaecoo (pronuncia-se djêicu), a marca nasceu a partir do modelo J7, que seria vendido como um SUV parrudo da Chery. Contudo, recentemente a marca passou a vender também o Tiggo 9 como Jaecoo J8. Lá na China, o Tiggo 9 também será vendido pela marca recém criada Fengyun.

Jaecoo J7 [divulgação]

O J7 tem capacidade para cinco pessoas, enquanto o J8 é um modelo de sete lugares um tanto quanto maior que o Tiggo 8. O J7 usa os mesmos motores do Tiggo 8 no Brasil: 1.6 quatro cilindros turbo e híbrido plug-in com 1.5 turbo. Já o J8 vem com motor 2.0 quatro cilindros turbo em versão puramente a combustão ou híbrida plug-in.

Exeed

Motivo maior da briga entre Chery e CAOA, a Exeed era prometida pelo grupo brasileiro, mas ficou nas mãos da chinesa. A fabricante é considerada uma marca de luxo e virá para brigar com Audi, BMW, Volvo e Mercedes. Por isso, deve ter revendas separadas da Jaecoo e da Omoda por conta do posicionamento de luxo.

Exeed VX [divulgação]

A marca trará somente modelos híbridos e elétricos, repetindo a estratégia da BYD e da GWM. Seu primeiro modelo será o RX, um SUV de porte de Tiggo 8, mas com jeito de cupê. Haverá também o VX, um modelo de grande porte, maior que o Tiggo 9 / Jaecoo J8. A marca também contará com a linha de elétricos Exlantix, constituída por um SUV e um sedã. 

Acha que a empreitada da Chery com três marcas no Brasil vai dar certo sem a CAOA? Conte nos comentários.

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6 comentários em “Chery quer emancipação da CAOA e trará três marcas ao Brasil”

  1. Tulio

    Não vai dar certo!! Primeiro que fazer fábrica não é fácil, segundo
    Que se realmente Quiser é vierem com modelo caros sabe se que Vai vender menos que caoa chery
    Não faça isso chery
    Com a caoa vcs ainda tem oportunidade

    • Norival de Souza Cavalcante

      Você é viúva da CAOA cidadão? Os chineses estão muito certos em dispensar a fanfarrona CAOA e seu marketing apelativo. Paga uma fortuna para aparecer no horário nobre mais caro da TV e a anos viver de 1% de mercado, um fracasso total.
      Se continuar com essa parceria vai passar vergonha comparado com as novas montadoras chineses que vão atropelar. Daqui a pouco a Ford como importadora vai superar também.

    • Jeferson

      Essas marcas virão para o Brasil de qualquer forma, principalmente Exeed e Omoda, pois ambas estão em testes no Brasil há bastante tempo e com desenvolvimento para adaptar os veículos para as condições do mercado e das estradas brasileiras. Existem ótimas agências de publicidade no Brasil, então se desfazer do marketing da CAOA em tese não é uma grande dificuldade.

      A grande questão é quanto a produção local no futuro. Recentemente, uma delegação chinesa esteve na fábrica de Jacareí, analisando as condições no local, que está operando como centro de distribuição e certificação dos veículos da Chery que vem importados. A manutenção dos equipamentos está em dia.

      O que ocorre é que os chineses querem preparar a retomada a produção na planta de Jacareí, mas o pessoal da Caoa não quer investir na fábrica agora. Afinal, a fábrica de Jacareí pertence 50% Chery/50% Caoa, enquanto a fábrica de Anápolis pertence integralmente à Caoa. Uma fábrica de veículos à combustão pode ser convertida para híbridos e elétricos em apenas seis meses, dependendo do porte da planta. Só que o pessoal da Caoa parece que prefere esperar o fim do ciclo de investimentos em Anápolis e mesmo aguardar para ver se conseguem uma nova prorrogação do Regime Automotivo do Centro-Oeste para decidir o que fazer em Jacareí. Sem a renovação da isenção de 31 pontos no IPI, que é oferecido para montadoras no Centro-Oeste, por estarem fora dos grandes centros consumidores, a logística da operação em Goiás fica comprometida.

      Mesmo que os chineses assumam sozinhos a retomada da operação em Jacareí, há necessidade de modernizar as plataformas de montagem, pois elas não permitem a montagem de veículos com entre-eixos maiores, já que os chineses, quando se instalaram no Brasil, cometeram o erro de focar em veículos compactos, quando o mercado já sinalizava para SUV. A plataforma atual não permite nem mesmo a montagem do Tiggo 5X. Como a Caoa não quer investir agora em Jacareí, vai levar mais tempo para a retomada das operações, isso se ela ocorrer algum dia. Além disso, diante de tudo o que ocorreu com a operação, vai ser necessário desenvolver cadeia local de fornecedores (algo que GWM e principalmente a BYD, já se comprometeram a fazer), para evitar a exposição ao choque da variação cambial e dos custos logísticos de transporte e importação, o que foi o que efetivamente matou a operação em Jacareí e quase matou a operação em Anápolis, não fossem as desonerações fiscais no Centro-Oeste.

      Em tempo, o “Sr. Caoa Jr.” precisa decidir o que ele quer fazer: Apoiar a iniciativa dos chineses e investir na retomada das operações em Jacareí, permitir que os chineses operem sozinhos ou colocar a fábrica à venda. Pela localização da fábrica e o porte, certamente terá muitos interessados, seja operando como indústria, seja como centro de distribuição, ao menos gerando emprego, renda e novos negócios na região.

      Também há outra questão importante. Pelo contrato atual, a Hyundai irá assumir toda a operação no Brasil em 2028 e não há intenção de prorrogar esse prazo, pois a relação com a CAOA está bem desgastada. Ou o Sr. CAOA Jr. entra em um consenso com a Chery, ou ele vai destruir todo o legado do pai.

  2. Tulio

    Esses carros fazem mais sentido ser vendido como chery
    Caoa chery iria vender bem mais

  3. Tony Carlo

    Sem a Caoa será uma empreitada bem difícil.
    Caoa está no mercado há muitos anos. Tem experiência e mais de 100 concessionárias no Brasil.
    Temos que lembrar também que a Hyundai foi trazida pela Caoa.

  4. Matheus Fontana

    Essa cultura chinesa de fazer trocentas marcas pode funcionar lá que é um mercado muito maior, como nos EUA. Mas aqui só confunde e dificulta a operação. Gostei do DJ-Cu. Dizem que vem com ótimos bancos de couro meio texturizados em tons de rosa a preto mesclado.

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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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