O ano de 2025 será marcado por grandes lançamentos com peso gigantesco para suas marcas. O Volkswagen Tera chegou para ser o que Fusca e Gol fora. O Nissan Kicks mudou de geração para se solidificar como o produto mais importante da marca. Já o Renault Boreal se apresenta como o carro que vai definir se a marca terá ou não futuro no Brasil.
Diferentemente do Kardian, que foi um pontapé inicial em um segmento que a marca já atuava indiretamente com o Stepway, o Renault Boreal coloca a marca onde ela nunca esteve no Brasil. Ele vai tentar trazer um novo cliente para a marca francesa, além de botar fim à imagem de Dacia tupiniquim. Seu sucesso, inclusive, permitirá que carros novos sejam feitos.
A ideia da Renault com o Boreal é voltar a ter um público mais sofisticado e de poder aquisitivo mais alto, o qual Mégane e Fluence antigamente captavam. Entretanto, como sedan médio não vende no Brasil se não for o Toyota Corolla, a ideia é pegar esse público com um SUV médio, quase grande.
A volta da Renault raiz
O Boreal traz de volta o acabamento sofisticado e bem cuidado que a marca francesa já teve, antes de vender só modelos da Dacia. Por dentro, ele tem muito material macio ao toque nas portas, painel e luzes ambientes. É um nível de esmero e cuidado que o Captur (que era um SUV compacto) nunca chegou a ter e que só o Mégane elétrico chega perto.
Outro ponto no qual o SUV médio se destaca frente a tudo que a Renault fez no Brasil até então é em tecnologia. Nacionalmente, nunca tivemos um Renault com teto solar panorâmico: ele tem. Além de porta-malas elétrico, central multimídia com sistema Google embarcado, 24 tipos de sistemas ADAS, entre outros.
Visualmente também ele representa uma nova fase. Enquanto o Kardian ainda tem muito do Dacia Sandero, o Boreal nada compartilha com o Dacia Bigster, do qual ele é aparentado. O estilo é total da marca francesa, mas com personalidade própria. Visto que, lá na França, cismaram em deixar os Renault com cara de Peugeot.
Adicionalmente a isso, o Renault Boreal usará o elogiado motor 1.3 quatro cilindros turbo flex com câmbio automatizado de dupla embreagem. Até então, esse motor era combinado à transmissão CVT da Nissan. Mas, com o divórcio entre as marcas, a caixa de dupla embreagem banhada a óleo veio. A marca, inclusive, diz que todos os seus futuros modelos usarão esse câmbio.
Os desafios do Renault Boreal
Mas a marca terá alguns desafios para que o Boreal faça sucesso. Primeiro é que os vendedores das concessionárias estão acostumados a um cliente de Kwid, Sandero, Logan e Duster. Alguns até conseguem vender um Megane, mas é um público bem mais restrito. Será preciso ter um treinamento para lidar com um público mais premium e, inevitavelmente, mais exigente.
Outro ponto é que o preço do Boreal é um ponto delicado. Ele precisa custar na mesma faixa de Toyota Corolla Cross e Jeep Compass, mas tomar muito cuidado com as versões mais caras na faixa dos R$ 200 mil porque ali residem SUVs chineses híbridos. E, para o brasileiro, francês e chinês ainda é considerado um tipo de carro exótico.
Todavia, outra via espinhosa é a progressão de clientes. O salto de um Kardian para um Boreal é grande demais e a Renault não preparou esse cliente do meio do caminho. Afinal, o Duster é um carro bem mais simples e esquecido até pela marca. Não está no novo padrão que a Renault quer atingir e não faz uma escada entre os dois modelos da nova fase.
Por isso, um ponto de atenção primordial para a Renault é encontrar um substituto para o Duster. Um modelo que seja tão moderno e robusto quanto o Kardian, mas que seja menor que o Boreal, sendo levemente menos sofisticado do que ele. Afinal, um SUV compacto hoje para se destacar, precisa mais do que uma fama de parrudo como o Duster tem.
Vem mais, se ele fizer sucesso
Se fizer sucesso, o Renault Boreal vai abrir portas para novos modelos da marca por aqui. A caminhonete intermediária Niagara é a próxima na linha de montagem da marca. Ela é derivada diretamente do Boreal, compartilhando a dianteira, portas e interior. Tal qual a Tarok varia com o VW Taos e como, na intimidade, Jeep Compass e Fiat Toro são parentes.
Além disso, um novo SUV pode surgir ainda derivado do Boreal. Se ele seguir os passos ao Austral, seu equivalente na Europa, pode haver uma versão de sete lugares ou uma variante cupê. A segunda seria a mais acertada, visto que não há um SUV cupê de porte médio no Brasil de marca generalista. Só o GWM Haval H6 GT, mas que é bem grande.
Você acredita que o Renault Boreal vai fazer sucesso no Brasil? Conte nos comentários.
Vou repetir: Renault e Nissan até sabem fazer carros, esse grupo não sabe é vender. O carro vai receber vários elogios da mídia especializada, muito marketing e tudo mais. Mas quando chegar nas lojas, certamente vão enfiar algum abacaxi e os clientes vão fugir em desespero. Daí eu não duvido de nada.
Só o consumidor brasileiro que não entende de carros, despreza uma marca com valor da Renault, que é uma das maiores campeãs da F1. Tive vários Renault e nunca tive problemas graves. Apenas coisas leves, resolvidos na concessionária. É uma excelente montadora, uma das melhores do mundo!
Inveja… carros franceses são para pessoas de bom gosto e com condições de manter um carro elegante.
Sim acredito
Tenho certeza que se a Renault tivesse escolhido uma versão de 7 lugares e uma cupê para fazer uma ofensa contra a concorrência seria mais fácil…..Mas creio que quando o público olha o novo SUV da marca vai se apaixonar!!
Acredito que vai chegar precificado errado, igual o Megane
O Boreal é muito bonito e, eu torço para que faça muito sucesso.
Sou cliente fiel do Duster porém acho que a falta da suspensão independente na traseira vai comprometer o Boreal já que ele veio para ser uma evolução para o Duster.
Se deixar de ser Jurassic e precificação de preço ideal, ou seja, abaixo de 200 mil pode brigar
Concordo com você deveria vir abaixo de R$200.000,00 para estimular uma troca com benefício para nós usuários afinal é uma grana que gastamos.