No final dos anos 1990, os sedãs de luxo de entrada se tornaram uma febre. O BMW Série 3 vendia como nunca, o Mercedes-Benz Classe C era um ícone e o Audi A4 acabara de surgir. Com o sucesso se tornando um incômodo nos EUA, a GM decidiu que era a hora da Cadillac ter seu sedan de entrada. Pena que o Cadillac Catera era só um Opel Omega.
Ao invés de desenvolver um modelo totalmente novo para a Cadillac ou usar algum Holden ou Opel como base para isso, a GM foi pelo caminho mais fácil. Ela pegou a segunda geração do Opel Omega, trocou a grade frontal, os logotipos e as lanternas traseiras e se deu por satisfeita.
A estratégia até poderia parecer fazer sentido em um primeiro momento. Afinal, se os compradores norte-americanos de carros de luxo de entrada queriam os modelos alemães, ter um carro genuinamente alemão na Cadillac poderia surtir um belo efeito. O problema é que ser alemão não bastava.



Afinal, seria como se a Audi decidisse vender o Volkswagen Passat com uma grade diferente. Mesmo sendo um carro bem refinado, o Opel Omega era um modelo de marca generalista, o que o deixava devendo em acabamento para os rivais alemães de luxo. Ainda que, na Europa, muita gente cogitava um Omega frente a um Série 3 por ser maior e mais barato.
Omega do Tio Sam
Lançado em 1996, o Cadillac Catera era idêntico ao Opel Omega, salvo alguns detalhes. A dianteira recebia a grade frontal típica da Cadillac com elementos cromados em forma de trama. As rodas de liga-leve eram cromadas, para dar um ar mais norte-americano a ele. Já as lanternas se tornavam conectadas com refletores.

Esse visual permaneceu até 2001, quando o Catera recebeu uma grade frontal menor e mais quadrada, novo capô e lanternas traseiras tão genéricas que poderiam ser usadas em qualquer carro. Só que, com ou sem reestilização, o que entregava que ele não era um Cadillac de verdade era o interior.
O volante, saídas de ar e layout geral da cabine eram os mesmos do Vectra, que foi vendido no Brasil como Chevrolet. Alguns comandos, como os dos vidros e iluminação, eram compartilhados com o Corsa. O que não era problema dentro da Opel, mas para um Cadillac, faltava. Havia muito material macio, mas não no nível de um BMW.

Cadillac que faz zig-zag
Com o Cadillac Catera, a GM tentava dar um ar mais jovial e divertido para a marca. Para tanto, trouxe um mascote, o Ziggy, uma espécie de pássaro que acompanhava o Catera em suas propagandas. Além disso, o slogan “the Caddy that zigs” (algo como o Cadillac que faz zig-zag) , dava a intenção de um carro mais ágil que as típicas banheiras da marca.
Ele contava com tração traseira e foi vendido durante toda a sua vida com motor 3.0 V6 de 211 cv. Na Europa, ele contava com um V6 ainda mais forte, que entregava 218 cv, além de motores quatro cilindros que nunca foram considerados para os EUA. O câmbio sempre era automático de quatro marchas apenas.





Retirado de linha em 2001, o Cadillac Catera foi um grande arrependimento da GM. Ele vendeu mal para os padrões esperados pela marca, mas não manchou sua reputação como o Cimarron, que era um Monza chique. Foram 94.801 unidades vendidas entre 1996 e 2003, com pico em 1997 com 25.411 emplacamentos.
Ele foi substituído pelo CTS, que se tornou um sucesso e marcou uma mudança radical de estilo e posicionamento dentro da Cadillac. Ele, finalmente, foi o modelo que fez a marca de luxo da GM brigar em pé de igualdade com BMW e Mercedes-Benz. Hoje em dia, seu lugar na gama é preenchido pelo CT5.

![Cadillac CT5-V Blackwing [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/02/cadillac_ct5-v_blackwing_85_edited-1200x719.jpg)
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