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Um detalhe muda tudo

Carros híbridos plug-in poluem quase tanto quanto os a gasolina

A análise foi feita com 800 mil carros e aponta que muitos proprietários não recarregam as baterias, fazendo os híbridos plug-in emitirem quase tanto quanto carros a combustão

4 min de leitura

Os carros híbridos plug-in (PHEV) são vistos por muitas pessoas como a ponte perfeita entre o carro a combustão e o elétrico por unirem o melhor dos dois mundos em ter um motor elétrico capaz de rodar entre 40 e 100 km só na bateria e um motor a combustão, tendo uma autonomia total que pode passar dos 1.000 km. Na teoria é lindo, mas a prática está mostrando outra realidade.

De acordo com um estudo do Transport & Environment (T&E), organização europeia de pesquisa ambiental, os carros híbridos plug-in estão emitindo quase cinco vezes mais CO2 do que o divulgado oficialmente. 

O levantamento analisou 800 mil carros híbridos plug-in em uso real na Europa e revelou que, em média, esses veículos liberam 135 gramas de CO2 por quilômetro, contra os 35 g/km declarados nos testes oficiais do WLTP, o órgão europeu que define o padrão de medição.

BMW 330e [divulgação]
BMW 330e [divulgação]

Na prática, isso significa que os PHEVs poluem praticamente o mesmo que carros a combustão ou híbridos convencionais, que registram 166 g/km. Ou seja, o carro verde que promete reduzir emissões está, na realidade, muito mais próximo dos modelos tradicionais do que parece.

Por que isso acontece

O estudo aponta um motivo muito simples que diversos proprietários cometem, inclusive no Brasil. A maioria dos consumidores desses veículos não recarrega a bateria. Muita gente compra um híbrido plug-in achando que ele vai funcionar igual a um híbrido comum, como um Corolla Hybrid, por exemplo, mas há uma diferença crucial. 

BMW 330e M Sport (divulgação)

O híbrido plug-in depende da recarga externa para ter a eficiência prometida. Quando o motorista não conecta o carro à tomada, ele acaba rodando quase sempre no modo a combustão, carregando um veículo mais pesado (por causa das baterias) e gastando muito mais combustível do que deveria.

Além disso, diversos híbridos plug-in têm baterias que se esgotam completamente, deixando o motor a combustão responsável por mover sozinho um carro que foi projetado para funcionar em conjunto com o sistema elétrico. O resultado é um desempenho pior, consumo alto e emissões extremamente altas.

Tiguan
Volkswagen Tiguan [Divulgação]

Outro ponto que o estudo cita é o uso do carro em condições reais, como acelerações fortes, temperaturas frias e subidas de serra fazem o sistema híbrido acionar o motor a combustão com mais frequência, o que aumenta ainda mais o consumo e as emissões.

Diferença cresce a cada ano

A diferença entre o que os testes oficiais prometem e o que acontece nas ruas está aumentando. Em 2021, o WLTP apontava 38 g/km de CO2, enquanto o estudo mostrava 133 g/km. Já em 2023, o número oficial caiu para 28 g/km, mas as medições reais subiram para 138 g/km, ou seja, uma diferença de quase 400%.

Volvo XC60 [divulgação]
Volvo XC60 [divulgação]

E esse erro de cálculo não é só ambiental, é também econômico. Segundo o T&E, não usar a bateria de um PHEV pode custar até 500 euros por ano (cerca de R$ 3.100) em consumo extra de combustível, já que o motorista está rodando apenas com o motor a combustão, sem aproveitar a parte elétrica.

As marcas mais afetadas

O estudo também revelou quais fabricantes têm as maiores diferenças entre os números declarados e os reais. Renault, Stellantis e Volkswagen aparecem com médias de 300% de discrepância, enquanto a Mercedes-Benz tem diferença de até 500%. Isso significa que alguns modelos da marca poluem cinco vezes mais do que o divulgado nos testes oficiais.

GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]
GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]

E tem mais. Segundo o T&E, as montadoras deixaram de pagar cerca de 6 bilhões de euros (R$ 37,5 bilhões) em multas ambientais graças às medições do WLTP, o que mostra como os números oficiais acabam beneficiando as fabricantes.

Com todo esse estudo, o que podemos então entender é que o híbrido plug-in é, sim, uma ótima ideia no papel, mas não adianta ter um carro que precisa de tomada e nunca ser ligado na tomada.

E você, o que acha sobre os carros híbridos plug-in? Deixe seu comentário!


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6 comentários em “Carros híbridos plug-in poluem quase tanto quanto os a gasolina”

  1. Rafael

    Jênios, qualquer um que possua 1 neurônio já sabia que isso iria acontecer. Não existe infraestrutura para carro elétrico, fato!!

    • Fabio Neumann

      Outro que nem leu a reportagem.

  2. Edson

    Carro elétrico é para rodar nas cidades e, em pequenos trechos
    Motores térmicos vao existir sempre.

  3. Igor

    Sempre achei ridículo o tal do híbrido plugin. Um carro pra ser ligado na tomada. Fala sério. O híbrido convencional é muito mais prático.

    • Fabio Neumann

      Ele não “precisa” ser ligado na tomada. Esse é justamente o ponto da reportagem. Jesus.

  4. Willian de

    Isso é matéria paga é ridículo um carro deste poluir assim.
    Sou uber gasto 100 reais de gasolina por dia enquanto amigos que tem o prius da Toyota gastam 100 reais cada 10 dias e eles não carregam nada o carro e espetacular como pode eu gastando 2000 mil por mês enquanto eles gastam de 300 a 400 por mês e poluem o mesmo.
    Viro guerra mesmo contra carros a combustão e tem gente que acredita nisso.

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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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