Na época da pandemia de Covid-19, as montadoras sofreram com a falta de chips e semicondutores para equipar seus carros. O Brasil não ficou de fora e toda a produção automotiva foi duramente afetada. Agora, uma nova possível crise de semicondutores assombra tanto a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) quanto determinadas marcas que produzem carros em solo brasileiro.
Um dos piores momentos da primeira crise foi em 2021. Naquele momento, diversas fabricantes tiveram de reduzir drasticamente suas linhas de produção. Como exemplo, podemos citar as montagens dos Hyundai HB20, HB20S, Nissan Kicks e o finado V-Drive (o Versa de primeira geração rebatizado). Na época, as marcas alegavam que a falta de chips era o motivo principal dessa paralisação.
Foi neste período que muitas demissões e suspensões de contrato foram impostas. Para se ter ideia do transtorno, a Volkswagen suspendeu o contrato de cerca de 1,5 mil funcionários da planta de São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, em meados de outubro de 2021. A primeira crise de semicondutores que o Brasil enfrentou rendeu férias e redução de turnos de produção de diversos carros, como do SUV Nivus.
![Stellantis [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2023/04/STELLANTIS_Jeep1MI_03_edited-1200x719.jpg)
Acharam solução
O transtorno de produção afetou as montadoras por um bom tempo, tanto é que em meados de 2022, empresas ainda sentiam os efeitos. Mas, como era preciso ter lucro, muitas marcas encontraram soluções para desviar dos problemas. A Mercedes-Benz, por exemplo, produzia seus modelos sem alguns elementos eletrônicos. Posteriormente, toda essa parte deixada de lado era retomada sem grandes preocupações.
Nos Estados Unidos, a Chevrolet vendeu algumas unidades das suas caminhonetes sem o sistema Start & Stop. Mas, tempos depois os donos podiam equipar seus modelos com os itens que faltavam. A Volkswagen produzia nessa época versões do hatch compacto Polo, sedan compacto Virtus e o Nivus Comfortline sem a central multimídia, já que o sistema dependia de chips e semicondutores.
![Fábrica Volkswagen em São Bernardo Do Campo (SP) [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Nivus-Highline-40_edited-1200x720.jpg)
Nova crise?
Quem comprasse algum desses modelos, podia instalar a tela como um item opcional. Desse modo, a produção deles não foi duramente afetada. As linhas de montagens das montadoras ficaram instáveis até perto do fim de 2022, quando a parte mais forte da crise dos semicondutores diminuiu. Mas, recentemente um novo colapso alertou todo o setor automotivo.
O que aconteceu foi que o governo holandês interviu e mudou algumas decisões de uma empresa chamada Nexperia, a qual é uma das maiores fabricantes de chips do mundo. Trata-se de uma empresa de um grupo chinês e que é estatal. Ou seja, tem participação do governo da China. O problema é que os governantes chineses não gostaram nada dessa mudança.

Por isso, impuseram restrições às exportações de semicondutores e outros componentes eletrônicos que eram fabricados na China. A BMW e a Volkswagen que possuem instalações europeias já começaram a sentir os efeitos dessa restrição e sofrem com paralisações temporárias. Como o Brasil depende bastante destes componentes, já está em alerta e pensa em soluções.
Geraldo Alckmin, atual vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, afirmou que uma reunião com representantes da indústria já foi marcada para discutir saídas para uma possível nova crise de semicondutores por aqui. Ele ainda pontuou que o Governo Federal está atento e acompanha de perto toda essa história.

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Todos aparelhos eletrônicos no mundo usam Chips e semicondutores, desde um aparelho de celular, computadores, até uma geladeira. Más só falta semicondutores para as empresas automobilísticas! Porque será?