A corrida por alternativas sustentáveis no setor automotivo tem mais um capítulo. A Hyundai está testando um novo tipo de couro desenvolvido pela startup Uncaged Innovations, que diz ir além dos materiais sintéticos tradicionais. A grande novidade é que esse revestimento não só imita o couro natural na aparência e no toque, mas também no cheiro característico.
Como funciona o novo material
Diferente de outros substitutos feitos à base de plásticos derivados de petróleo, a tecnologia da Uncaged usa proteínas vegetais de trigo, soja e milho para recriar a estrutura fibrosa das peles animais.
O resultado, segundo a empresa, é um couro vegetal com pegada de carbono até 95% menor do que a do couro natural. A Jaguar Land Rover também já está envolvida nesses testes.

O grande desafio, no entanto, é a resistência. Materiais automotivos precisam suportar calor intenso e uso constante, algo muito além do que é utilizado em bolsas ou roupas.
A startup já conseguiu resistir a 85°C por 500 horas, bem próximo da meta de 95°C exigida pelas montadoras. Além disso, as fabricantes também querem cheiros próprios exclusivos para seus carros para ter uma jogada diferencial de mercado.
Menos desperdício, mais eficiência

Outro ponto positivo é o aproveitamento da matéria-prima. Enquanto um interior de couro genuíno pode precisar de 2 a 14 peles de vaca — com boa parte sendo descartada por imperfeições como cicatrizes e picadas de inseto, o couro vegetal é produzido em folhas padronizadas, o que reduz perdas e ajuda a baratear o processo.
Hoje, os custos de produção ficam abaixo de US$ 10 por pé quadrado, e a expectativa é de que o preço seja ainda mais competitivo em larga escala. Se der certo, o consumidor poderá comprar um carro com acabamento de couro que, além de convincente, terá impacto ambiental muito menor.
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