Ao vivo
Home » Curiosidades » O perigo de misturar duas identidades visuais completamente opostas

Curiosidades

O perigo de misturar duas identidades visuais completamente opostas

Carros como Hyundai HB20, Fiat Cronos e Toro misturaram duas identidades visuais diferentes e o resultado é polêmico

4 min de leitura

Quando falamos sobre o design de um carro, ele é sempre regido por uma identidade visual. Ou seja, um conjunto de elementos de estilo que compõem as características daquele modelo como membro de uma família, no caso, uma montadora. Por isso todos os carros de uma marca se parecem. Mas o perigo de misturar duas identidades visuais é grande.

Vamos pegar como exemplo alguns carros que fizeram isso recentemente: os Fiat Cronos e Toro, além do Hyundai HB20 da segunda geração antes da reestilização, o conhecido HB20 bagre. No caso dos Fiat, o caso é ainda mais latente por se tratar de uma reestilização de modelos, enquanto o Hyundai foi uma mudança de geração.

O caso Fiat

A nova identidade visual dos carros da Fiat é toda baseada no novo Grande Panda europeu, que deve ser vendido no Brasil como novo Fiat Uno. Ele é bem quadrado, lotado de elementos verticalizados e luzes em forma de pixel. É um completo oposto à identidade visual anterior da Fiat feita com linhas mais arredondadas e esportivas, faróis afiliados e mais curvas.

Quando você pega a Toro, por exemplo, ela foi a grande percursora dessa identidade visual anterior. É um carro mais esguio, mas com linhas fortes e arredondadas, um jeito mais aerodinâmico e fluido, com uma forte linha na dianteira que conecta os faróis e que puxa uma pestana para a lateral. Elementos esses que também estão no Cronos.

Só que, na reestilização de ambos, a Fiat trouxe linhas retas, quadradas e verticalizadas. Elementos esses que contrastam fortemente com a identidade visual mais horizontal e arredondada do projeto original deles. Por isso, parece haver um conflito de imagem nos carros, onde o redondo briga com o quadrado e o horizontal com o vertical. Só os pixels combinam.

Isso fica especialmente claro na dianteira da Fiat Toro, onde os faróis principais, na parte intermediária do para-choque, são rebuscados e conflitam com os cortes retos que a nova grade e entradas de ar formaram. A traseira, como houve mudança nos metais, orna mais. Mas não pode ser vista junto da lateral.

No Cronos, o para-choque foi a única mudança significativa, deixando ainda mais claro o desenho mais orgânico do capô e das laterais. A traseira, como só mudou a base do para-choque, ficou pesada e sem tanta harmonia. Para que essa nova identidade visual funcione, é preciso uma nova geração.

O efeito HB20 bagre

Outro modelo que ficou conhecido por esse conflito visual, foi o Hyundai HB20 de segunda geração. A marca sul-coreana ainda queria manter elementos do primeiro HB20, o qual era fortemente influenciado pelo i30 de segunda geração. Quando chegou a hora da renovação, a identidade visual era outra.

Os faróis puxados e altos, não teriam como combinar com a grade frontal em formato de leque, a qual deixou a frente baixa demais. Como resultado? Uma face de um bagre, na qual a própria marca não conseguiu defender no lançamento, tanto que fez duas palestras sobre design. A traseira com lanternas em forma de logo da Nike também era conflitante.

Para sanar isso, a reestilização do HB20 de segunda geração trouxe uma ruptura com a identidade visual do primeiro modelo e assumiu um estilo puramente Hyundai. Talvez ciente disso, a marca não cometerá o mesmo erro na terceira geração, que já está em desenvolvimento e deve ser influenciada pelo Kona.


YouTube video

0 comentário em “O perigo de misturar duas identidades visuais completamente opostas”

  1. Luiz Serbino

    Quanto à Toro, analisando apenas a parte dianteira, eu gostei, porque ficou com cara de ‘mau’. Mas, realmente destoou do projeto como um todo. Quanto ao HB2O, os design’s da primeira geração, inclusive o facelift da grade, foram os melhores. Daí em diante só desastres. Inclusive as lanternas traseiras, totalmente ridículas por sua falta de criatividade em suas funções. As da primeira geração eram muito melhores.

Deixe um comentário

João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

Você também poderá gostar