Seat Exeo: o velho Audi A4 que falava espanhol

Se você vive em uma família grande, certamente passou por isso. O primo mais velho cresceu e doou algumas de suas roupas para você, que vai usar um tempo até passar para o próximo. Esse compartilhamento entre familiares é bem comum, mas o que a Volkswagen fez com a Seat e a Audi nos anos 2000 foi bem exótico, para dizer o mínimo.

Sem um sedan para competir no segmento de Volkswagen Passat, Ford Fusion / Mondeo, Honda Accord, Toyota Camry, Citroën C5 e Peugeot 407, a Seat resolveu usar a roupa de sua prima em 2008. No instante em que a Audi tirou a terceira geração do A4 de linha, surgiu o Seat Exeo.

Ao invés de desenvolver inteiramente um carro novo para a Seat, a marca espanhola simplesmente pegou todo o ferramental de produção do Audi A4 em Ingolstadt, Alemanha, e migrou para Martorell, Espanha. E não foi somente o A4 Sedan, mas também a perua A4 Avant antiga foi parar na Seat.

Nova tradição?

Ao contrário de todos os carros da Seat na fase Volkswagen, o Exeo era o primeiro a não usar o nome de uma cidade espanhola. O nome vinha da palavra latina “Exire”, que significa ir além. E, de fato, eles foram além vendendo um Audi em uma marca generalista. Seu lançamento aconteceu em março de 2009 e a recepção foi fria.

Afinal, o Seat Exeo não mudava muito em relação ao A4. A lateral era idêntica, não passando por modificações de para-lamas para receber o novo visual, fazendo com que as mudanças de estilo da Seat ficassem limitadas. Na dianteira, ele trocou a grade frontal contínua por um sorriso mais contido, faróis arredondados e três aberturas de ar.

Era evidente que a identidade visual mais quadrada da Audi de 2004 não combinava com uma marca em 2008 que usava formas mais angulosas em seus carros. A traseira contava com lanternas de formato muito semelhantes às do A4, invadindo a tampa traseira. A plata, contudo, ficava no para-choque traseiro.

Por dentro, somente o volante mudava. Felizmente, a Seat manteve o acabamento de qualidade Audi no Exeo. Inclusive, as marcantes saídas de ar triplas dessa geração do sedan das quatro argolas se mantiveram no primo espanhol. Em 2011, ele foi reestilizado com novos faróis de xenon com LED diurno e grade frontal diferente.

Eu sou um Audi

Além de compartilhar com o Audi A4 toda a estrutura, acabamento e componentes, o Seat Exeo também usava os mesmos motores que um dia equiparam o primo. Contudo, como o posicionamento da marca espanhola não era premium, foi proibido ao Exeo qualquer motor que não fosse de quatro cilindros. 

As versões de entrada usavam um fraco 1.6 quatro cilindros aspirado de 102 cv. Já os intermediários vinham com um 1.8 quatro cilindros turbo de 120 cv ou de 150 cv (que depois subiu para 160 cv em 2010). O motor mais forte era o 2.0 TFSI de 213 cv, mas também havia versão de 200 cv. 

Com diesel, o modelo teve somente motor 2.0 quatro cilindros turbo, mas com acertos de 120 cv, 143 cv e 170 cv. A depender da versão, ele poderia ser equipado com câmbio manual de seis marchas ou transmissão CVT com seis ou sete marchas simuladas. Os motores eram os mesmos para o Exeo sedan ou para a perua Exeo ST.

Não deu

Em 2013, a Seat resolveu desligar o disjuntor do Exeo e encerrar definitivamente sua atuação no segmento de sedans grandes. O modelo não obteve o sucesso esperado porque, no final das contas, era um Audi A4 confuso no tempo. Os clientes preferiam comprar um A4 usado de verdade. Com pico de 23 mil vendas em 2009, ele morreu sem deixar sucessor.

Você teria um Seat Exeo? Conte nos comentários.

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