Durante uma sessão de testes organizada por um canal local no circuito V1, em Tianjin, na China, o SUV elétrico recém-lançado Xiaomi YU7 Max passou por uma situação não tão agradável. Depois de algumas voltas rápidas, as pinças de freio dianteiras pegaram fogo por superaquecimento, com registro de temperaturas acima de 619 °C; o carro conseguiu voltar aos boxes. Como disse o Faustão em um meme: “tá pegando fogo, bicho!”
Segundo a própria Xiaomi, o problema aconteceu porque o carro foi levado ao limite sem realizar uma volta de resfriamento, o que causou o acúmulo de calor nos freios. A empresa chinesa confirmou que a chama teve origem em compostos orgânicos presentes nas pastilhas, que podem entrar em combustão em temperaturas acima de 600 °C.
A versão envolvida no teste era a YU7 Max, que entrega 690 cv, torque de 86,6 kgfm e pesa mais de 2,3 toneladas. Isso exige muito dos freios em frenagens fortes, ainda mais quando o assunto é em pistas.

Para piorar, o modelo não estava com o modo Master Mode ligado — um modo que aumenta a regeneração de energia, que segura o carro só com o motor elétrico, e reduz a carga nos freios mecânicos. Sem esse auxílio, todo o trabalho de frear fica por conta do sistema de atrito tradicional, o que aumenta ainda mais o superaquecimento.
Esse tipo de problema acontece porque a maioria dos carros, mesmo os mais potentes, saem de fábrica com pastilhas do tipo NAO (Non-Asbestos Organic) ou cerâmicas com baixo teor metálico, freios pensados para o uso urbano, para andar no trânsito, parar devagar, aquele uso do dia a dia. Essas pastilhas são mais macias, não fazem barulho, desgastam menos o disco e são mais confortáveis, mas aguentam só até uns 350–400 °C.

Em relação aos carros elétricos, como eles têm freio regenerativo, os freios de verdade são pouco usados no dia a dia. Então, as montadoras economizam e colocam pastilha mais simples para o uso do dia a dia. Isso não quer dizer que todo elétrico vai sofrer com isso, claro.
O Mustang Mach-E, por exemplo, usa freios dianteiros Brembo mais esportivos, com melhor resistência térmica, o que ajuda a evitar esse tipo de falha. Ainda assim, em uso de pista, até esses freios podem precisar de upgrades se o motorista quiser ir ao limite sem risco de superaquecimento.

Nessas temperaturas extremas ocasionadas em pistas, onde o condutor tem que tirar a performance extrema de um carro, o material resseca, perde aderência ou até pode pegar fogo — como aconteceu com o YU7 Max.
O recomendado nessas situações de uso mais severo em pistas é que o carro seja preparado com peças mais resistentes ao calor. Ou seja, pastilhas esportivas que suportem até 700 °C, discos ventilados, fluidos de freio de ponto de ebulição alto e até linhas de aço inox. Tudo isso ajuda a manter a estabilidade térmica e a sensação firme no pedal.
Xiaomi YU7 Max é mais um esportivo elétrico

Apesar de todo episódio não ser tão legal para a Xiaomi, o YU7 Max continua sendo um dos elétricos mais avançados e aguardados da China. O SUV foi lançado oficialmente em junho e acumulou 289 mil pedidos em apenas uma hora. Só nas primeiras 18 horas, 240 mil unidades já estavam com pedido confirmado.
A Xiaomi tem duas fábricas em Pequim para dar conta da demanda e ainda planeja uma terceira, mas a fila de espera já chega a 60 semanas em alguns casos. O YU7 Max faz parte da nova ofensiva da Xiaomi no setor. Ele é o segundo modelo da marca. O primeiro veículo foi o SU7, o sedã esportivo rival do Porsche Taycan.
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