Na indústria automotiva, é comum ver parcerias entre marcas para cortar custos e acelerar lançamentos. Porém, algumas alianças chamam atenção por reunir montadoras que, em teoria, jamais estariam no mesmo projeto. Nesse caso, modelos compartilham peças, plataformas e até fábricas, mas cada um tenta manter sua própria identidade. Vamos conhecer alguns carros que tiveram parceria inusitadas.
Toyota Supra e BMW Z4
![Toyota GR Supra [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/11/toyota_gr_supra_677_edited-1200x719.jpg)
A nova geração do Toyota Supra, lançada em 2019, dividiu opiniões e foi uma 5 carros que nasceram de parceria inusitada. Os fãs do famoso clássico que apareceu no filme Velozes e Furiosos de 2001, fez o público se surpreender ao descobrir que o esportivo japonês foi desenvolvido junto com o BMW Z4.
Ambos usaram o mesmo motor 3.0 turbo de seis cilindros de 340 cv e 51 kgfm de torque de origem alemã, além do câmbio automático de oito marchas e da plataforma.
No entanto, o Supra que agora se despede do mundo, utiliza o atualizado B58 alemão de mesma litragem, só com 435 cv e 58,1 kgfm de torque. Já o Z4 usa o S58 de 382 cv e 52,5 kgfm de torque. Eles são montados na mesma fábrica da Magna Steyr, na Áustria.

Por mais que eles possuam similaridade na força motriz e plataforma, a proposta dos dois é bem diferente. O Z4 é um roadster com capota retrátil e foco em luxo. Já o Supra é um cupê mais afiado, com acerto de suspensão exclusivo e visual inspirado nos modelos da Toyota Gazoo Racing.
Ford Ranger e Volkswagen Amarok

A segunda geração da Volkswagen Amarok, lançada em 2022 na Europa e África é baseada na atual Ford Ranger. Ou seja, o chassi, os motores, a eletrônica e até a planta são da Ford. Elas são tão similares que o interior uma da outra é praticamente idêntico, exceto alguns detalhes.
A aliança entre a parceria inusitada da Ford e Volkswagen começou em 2019, com o projeto Cyclone, tendo foco no desenvolvimento conjunto de veículos comerciais. E foi justamente na nova geração da Ranger que essa colaboração se materializou de forma.

A atual Amarok vendida na Europa, África e Oceania é, basicamente, uma Ranger de roupa trocada. Elas compartilham o mesmo chassi, motores, câmbio, parte do interior e toda a estrutura eletrônica.
Mas há diferenças. A Volkswagen se empenhou em dar identidade visual própria à Amarok, além de ajustes exclusivos de suspensão e direção em algumas versões. Ainda assim, a essência mecânica é a mesma. Isso permitiu reduzir custos de desenvolvimento e acelerar o lançamento da nova geração.
Curiosamente, a América do Sul ficou de fora. Por aqui, a Ford lançou a nova Ranger em 2023, vinda da Argentina, com grande sucesso.
![Volkswagen Amarok [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2023/01/volkswagen_amarok_v6_4motion_11_edited-1200x719.jpg)
Já a Volkswagen não mexeu quase nada na Amarok, que permanece na mesma geração desde 2010 devido aos altos custos, e principalmente a disputa entre Ford e Volkswagen sobre onde o modelo seria fabricado — na planta da Ford ou na Volks? Ninguém se decidiu e cada uma ficou com a sua.
Honda Prologue e Chevrolet Blazer EV
Quer entrar no mundo dos carros elétricos, mas sem perder tempo? Foi isso que a Honda fez ao firmar uma parceria inusitada com a General Motors para lançar seu SUV elétrico chamado de Honda Prologue, um SUV 100% elétrico que compartilha praticamente tudo com o Chevrolet Blazer EV.

A colaboração foi anunciada em 2020. De um lado, a Honda sabia que precisava acelerar sua entrada no mercado de elétricos, mas ainda não tinha uma base pronta nos EUA. Do outro, a GM já havia investido bilhões na plataforma Ultium, que daria origem a uma família de elétricos. A solução? Juntar forças. O Prologue é o primeiro Honda construído sobre a plataforma Ultium, com baterias e motores desenvolvidos pela GM.

Na prática, ele compartilha o chassi, powertrain, eletrônica e até parte da estrutura interna com o Blazer EV, mas tem design e afinação exclusivos da Honda. Porém, em 2022, a Honda e a GM cancelaram a parceria de produzir carros elétricos baratos por conta da baixa rentabilidade dos carros elétricos baratos, isso segundo a Reuters.
Dodge Journey e GAC GS5
O Dodge Journey já foi um dos SUVs mais populares da marca nos Estados Unidos. Mas quando a primeira geração saiu de linha, a Dodge não tinha uma nova plataforma pronta e nem tempo a perder. Foi aí que surgiu uma parceria inusitada pouco comentada, mas bem estratégica, com a GAC, uma das maiores fabricantes da China e uma das mais poderosas do mundo.
![Dodge Journey [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2024/02/dodge_journey_39_edited-1320x793.jpg)
Na China, a GAC tem o GS5, um SUV médio com visual elegante e bom pacote tecnológico. E foi justamente esse modelo que serviu de base para a segunda geração do Dodge Journey. A FCA (hoje parte do grupo Stellantis) basicamente pegou o GS5 e rebatizou seu nome e adaptou o visual dianteiro com a identidade Dodge e começou a vendê-lo no México e outros mercados latino-americanos a partir de 2021.
Na prática, o novo Journey é quase idêntico ao GS5 por dentro e por fora — com exceção dos logotipos, grade e alguns detalhes pontuais. Ou seja, o Journey atual é, de fato, um SUV chinês com passaporte americano.
Mercedes-Benz Classe X e Nissan Frontier
A ideia parecia ousada, mas criativa: criar uma picape de luxo baseada na Nissan Frontier. Assim nasceu a Mercedes-Benz Classe X, fruto da parceria inusitada entre a Daimler e a Aliança Renault-Nissan.

A Classe X usava a mesma estrutura da Frontier, mas recebia acabamento premium, suspensão recalibrada, interior mais sofisticado e motorização V6 turbodiesel (exclusiva da Mercedes). A produção foi feita na Argentina, de 2017 a 2020.
Apesar da proposta interessante, o modelo teve vendas fracas. O público não abraçou a ideia de pagar caro por uma picape que, no fundo, era derivada de um projeto popular. O fracasso levou ao fim da produção em poucos anos.
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Uma pena que a pick-up Mercedes não deu certo deveriam ter baixado o preço igual da frontier.