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Estratégia da Renault com Bigster e Symbioz não faz sentido

Renault esticou Duster e Captur para criar o Bigster e o Symbioz, mas esqueceu do mais importante: os bancos na terceira fileira

3 min de leitura

Quando uma marca cria uma versão alongada de algum modelo, em geral uma minivan ou um SUV, é para ter mais espaço interno e, consequentemente, sete assentos. Temos o Jeep Compass que cresceu para virar o Commander ou o Hyundai Creta que, esticado, é o Alcazar. Mas o que explica o que a Renault fez com o Bigster e o Symbioz?

Apresentados neste ano, os dois novos SUVs da Renault e da Dacia são, literalmente, versões esticadas de Captur e Duster. E não haveria problema algum nisso, caso houvesse a terceira fileira de bancos. Afinal, com Hyundai Alcazar e Jeep Commander foi justamente isso o que aconteceu. Mas alguém na marca francesa esqueceu dos bancos extras. Ou será que eles são a volta das peruas?

Grand Duster?

O caso do Bigster é ainda mais latente, porque não há alteração estética entre ele e o Duster, fora, apenas, a traseira esticada. A tampa do porta-malas é igual, as lanternas também, fazendo com que um olhar desatento apenas pense que tem algo esquisito naquele Duster. Os mais atentos vão reparar que há um para-choque dianteiro levemente diferente. 

Dacia Bigster [divulgação]
Dacia Bigster [divulgação]

Ele se difere do Duster trazendo vidros mais grossos, isolamento acústico aperfeiçoado, ar-condicionado de duas zonas e com saída para a segunda fileira. Mas só. O Bigster é o maior modelo da Dacia lançado até hoje. Ele mede 4,57 m de comprimento, 1,81 m de largura e tem 1,71 m de altura.

Para efeito de comparação, o Duster conta com 4,34 m de comprimento, 1,81 m de largura e a altura é de 1,69 m. Já o porta-malas leva 667 litros contra 475 litros do Duster. É uma melhoria substancial de 192 litros. Mas é difícil pensar um consumidor que vai pagar a mais pelo Bigster somente para ter 192 litros a mais de porta-malas e nada prático além disso.

Capturzão

Renault Symbioz [divulgação]
Renault Symbioz [divulgação]

Quando analisado o Renault Symbioz, há algumas diferenças. Ele e o Captur têm dianteira e interior idênticos, mas traseira bem, diferente. O Symbioz é 14 cm mais longo que o modelo menor, chegando a 4,41 m. O porta-malas também é maior: 624 litros no Symbioz com os bancos deslizados para a frente, marcando exatos 132 litros extras em relação ao Captur. 

A vantagem do modelo é que o banco deslizante aumenta o espaço interno. Mas, com os passageiros privilegiados, o porta-malas fica só 8 litros maior que do Captur, batendo 492 litros. Apesar do recurso interessante, novamente não há tanto efeito prático ao consumidor, que certamente valorizaria mais os sete lugares. 

Renault Symbioz [divulgação]
Renault Symbioz [divulgação]

Na essência, a Renault está transportando a utilidade das peruas para os SUVs esticados, mas sem um porta-malas verdadeiramente tão maior assim. Além disso, a falta dos sete lugares é sentido nesse tipo de segmento, mesmo que, na prática, o consumidor não os use. Será que, no futuro, o Kardian pode ganhar uma versão esticada?

Você acha que a estratégia da Renault em lançar versões de porta-malas maior de seus SUVs será bem sucedida ou faltam os sete lugares? Conte nos comentários.



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4 comentários em “Estratégia da Renault com Bigster e Symbioz não faz sentido”

  1. Tootsuki

    Eu fiquei me perguntando no lançamento desses dois qual o sentido deles. Igual o João mesmo disse, são as novas "peruas".

  2. Wagner Lanza

    Pra mim dou mais importância no porta malas que bancos extras..e se vier 4×4 melhor ainda…tive 2 Duster…ótimo carro encaixa na minhas necessidades

  3. Pado Padoveze

    O mercado europeu é muito maior. Talvez o pensamento seja o seguinte: tem gente que viaja muito por lá, como podem transitar sem problemas por toda a União Europeia por rodovias de primeiro mundo, uma opção com grande porta malas seja interessante. Tem pessoas que realmente moram em um país, mas trabalham em outro todos os dias, há países realmente bem pequenos por lá.

  4. LucasEF

    Que matéria fraca! Quem compara Compass e Commander não está spmente procurando 2 assentos a mais no porta-malas. Duster e Bigster se parecem no visual, mas também não estão na mesma proposta.
    Os carros além de serem maiores são mais 'requintados'. Paga-se mais para levar mais em conforto, acessórios, tamanho, e não somente pq tem 5 ou 7 lugares.

    O mercado carece de modelos 7 lugares, concordo. Por outro lado a grande maioria, tenho certeza, que 5 assentos são suficientes, mas com necessidade de uma porta malas maior.

    Aliás, nos últimos lancamentos até mesmo 5 lugares é otimismo. Leva-se no máximo 3 crianças. Pois 3 adultos irão entalados e desconfortáveis no banco traseiro!

Os comentários estão encerrado.

João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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