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Magnite? Para Nissan Brasil não faz sentido, mas rival do Compass sim

SUV subcompacto invadiria a faixa de preço do Kicks e isso não é interessante para a Nissan. Mas ir além sim

4 min de leitura

Durante o lançamento da nova Frontier 2023, a Nissan divulgou investimento de R$ 1,3 bilhão para o Brasil para fabricação de novos modelos. De bate e pronto todos especulavam que o tão aguardado SUV subcompacto Magnite finalmente seria anunciado. Mas foi nos bastidores que descobrimos quais os verdadeiros planos da Nissan para o Brasil.

Durante conversas com executivos, diversos deles deixaram claro que o Magnite nunca esteve nos planos para o Brasil. E faz sentido. O modelo é construído sobre a plataforma modular CMF-A do Renault Kwid, a qual não é usada pela Nissan no Brasil. E a sinergia entre as duas montadoras ainda não é tão forte por aqui a ponto de compartilhar linha de montagem.

Nissan Kicks [divulgação]
Nissan Magnite [divulgação]

“Não sei até hoje quem confirmou esse carro, porque não fomos nós. Magnite no Brasil não faz sentido”, contou Humberto Gomez, diretor de marketing da Nissan Brasil.

O rival natural do Magnite, caso viesse ao Brasil, seria o Fiat Pulse, que tem preços entre R$ 89.990 e R$ 125.590. E com o Kicks sendo um dos SUVs compactos mais baratos da categoria, o Magnite o atrapalharia. Hoje o Kicks começa em R$ 109.290 e ele já incomoda o Fiat Pulse em sua versão intermediária Drive turbo de R$ 107.490.

Se não o Magnite, então quem, Nissan?

Se o plano não é ir abaixo de Kicks e Versa, para onde a Nissan vai com o investimento bilionário? A marca afirmou em seu comunicado oficial que investirá para “a fabricação de futuros produtos e modernização da sua fábrica em Resende, no estado do Rio de Janeiro”. Notou o uso de produtos no plural? Não será só um carro.

Nissan Versa Sense Manual [Auto+ / João Brigato]
Nissan Versa Sense Manual [Auto+ / João Brigato]
O mais cotado agora é o Versa. A Nissan não vende mais unidades do sedã compacto porque não consegue aumentar sua cota de importação do México. O que produz lá, atende o mercado local e os EUA, onde ele tem obtido sucesso acima do esperado. Junte isso à crise dos semicondutores e o Brasil logicamente deixa de ser prioridade para a fábrica mexicana.

Mas a grande intenção da Nissan é ir para um degrau superior ao do Kicks. O SUV compacto termina sua faixa de preços em R$ 143.990, enquanto a Frontier 2023 renovada parte de R$ 230.197. Ou seja, existe um buraco de R$ 80 mil entre os dois modelos e que será parcialmente preenchido pelo novo Sentra, mas potencialmente também por um novo SUV.

Nissan Kicks Exclusive com Pack Tech [Auto+ / João Brigato]
Nissan Kicks Exclusive com Pack Tech [Auto+ / João Brigato]
Humberto reforçou que mirar para baixo do Kicks não faz sentido, mas para cima sim. A estratégia ainda não está definida, mas o Qashqai está fora de questão. Ele é caro para produzir e para ser vendido no Brasil, já que é feito na Inglaterra. Um novo projeto feito para as Américas pode surgir, liderado pelo time brasileiro como foi o caso do Kicks.

Esse novo modelo pode tanto ser um SUV médio com pegada de Jeep Compass, como um modelo cupê para complementar o portfólio da Nissan nos EUA e na Europa sem matar o Qashqai ou o substituir. Mas o resultado desse investimento bilionário só aparecerá daqui há uns anos.

Nissan Qashqai [divulgação]

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4 comentários em “Magnite? Para Nissan Brasil não faz sentido, mas rival do Compass sim”

  1. Debora

    Xii, já estava esperando pra trocar meu March pelo Magnite. Vou ter que ir pra outra marca então.

  2. rogerio

    Tbm estava aguardando ansiosamente o magnite, agora sou obrigado a migrar para outras marcas tbm. Carro de entrada da Nissan agora é o kicks, não tem carro menor ? Não vale a pena ter ? Que se dane o consumidor brasileiro que sempre preferiu compactos ? Só vão mirar em modelos maiores e mais caros ? Então adeus, não do meu como de milhares de consumidores que perderão por aqui, qdo se derem conta já será tarde, anotem e guardem essa conclusão.

  3. Ceia

    Tenho um Sandero…aguardando ansiosa pelo Magnite. Li várias reportagens a respeito. Só o diretor que num leu, num viu, não ouviu…misericórdia!

  4. Anderson França Araújo

    Assim como os demais comentários, queria trocar o meu Nissan March por um Magnite, mas como não virá para o Brasil, irei para outra marca também.

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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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