Todo mundo sabe que a Nissan não anda bem das pernas há algum tempo. A marca vem passando por uma reestruturação pesada, cortando despesas a qualquer custo. Mas agora, a situação parece estar prejudicando até quem vende carros da marca. Um concessionário nos Estados Unidos enviou uma carta furiosa a colegas, acusando a empresa de “ganância corporativa” e dizendo que o negócio está se tornando insustentável.
Segundo o site DealershipGuy.com, o revendedor, que preferiu não se identificar, afirmou que as metas impostas pela fábrica são tão altas que as concessionárias praticamente não conseguem lucrar.
Carta pesada
De acordo com a carta enviada, enquanto o lucro médio de um revendedor costuma ser entre 2% e 4%, as lojas da Nissan estão operando com menos de 0,004% de margem. Ou seja, vendem muito, mas quase não ganham nada.

O texto diz ainda que os concessionários estão presos em um ciclo vicioso, pois o portfólio de carros envelheceu, as vendas caíram, e a própria fábrica continua forçando volume de produção, o que gera estoques altos e margens ainda menores.
“É difícil atrair novos clientes quando não há produto competitivo, e é difícil investir em novos produtos quando as vendas não dão retorno”, diz o trecho da carta.

Apesar disso, há alguns sinais de reação. A Nissan vem renovando sua linha global, porém mais devagar que outras montadoras — algo esperado de uma empresa que está em crise. Um dos modelos que está prestes a chegar nos EUA é a nova geração do Sentra com design mais moderno, interior refinado e bom consumo.
Ofensiva de carros
Por lá, ainda há também planos de lançar SUVs e picapes, carroceria que americano valoriza. É especulado um novo Xterra, SUV com foco off-road; uma nova geração Rogue para 2026 com sistema híbrido plug-in; o SUV Murano também acabou de receber uma nova geração.

O Nissan Leaf de nova geração será lançado em breve também no mercado norte-americano como o carro elétrico mais barato do país, além de ser especulado da fabricante querer resgatar o espírito esportivo com modelos como Silvia e 240Z, em uma pegada parecida com Toyota GR86 e Mazda Miata.
Ainda assim, o revendedor diz que a marca precisa de algo mais urgente, como um híbrido competitivo. Além da nova linha de produtos, a Nissan está revendo processos internos e cortando gastos, eliminando práticas antigas, para devolver a lucratividade para as lojas e ajustar a operação à nova realidade do mercado.

E enquanto tudo vem se ajustando na Nissan, os concessionários estão se unindo para pressionar a marca por mudanças rápidas. O Autor da carta até disse: “o problema não é o cliente, e sim o sistema”.
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