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Volkswagen T-Cross tem poucos pecados a confessar | Avaliação

Todo SUV compacto tem pecados a confessar, mas será que o Volkswagen T-Cross comete todos os sete pecados capitais?

10 min de leitura

Nos últimos anos, o segmento de SUVs compactos se tornou o mais disputado. Todas as marcas querem um modelo na categoria e brigam ferrenhamente por um pedaço do bolo. Mas que hoje tem a fatia maior é o Volkswagen T-Cross. Prestes a ser renovado, o SUV alemão tem alguns pequenos pecados a confessar.

Para entender o que é bom, o que precisa melhorar e quais pecados capitais ele cometeu, levamos para o teste a versão topo de linha Highline lotada com todos os opcionais. Por essa versão, a Volkswagen pede R$ 163.510, mas do jeito que está o T-Cross avaliado, são R$ 178.790. E aí está o primeiro pecado dele…

Soberba

Dentre os 7 pecados capitais, a soberba está ligada à uma pessoa que age como se estivesse acima de tudo e de todos. No caso do Volkswagen T-Cross, ele está acima de tudo e de todos…em preço. Só não é o SUV compacto mais caro do Brasil porque a Honda pede R$ 184.500 pelo HR-V Touring.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Para chegar aos R$ 178.790, o Volkswagen T-Cross  precisa estar equipado com a cor Vermelho Sunset, pacote Bicolor (R$ 2.750), pacote Sky View do teto solar (R$ 6.860) e com o Pacote Tech que engloba (por R$ 3.760) park assist, faróis full-LED com regulagem automática de facho de farol.

Deu para entender porque é tão raro ver algum T-Cross na rua com os faróis full-LED? É um kit caro que traz itens um tanto quanto dispensáveis. Mas equipamentos de série virão em outro pecado. O custo alto do modelo é tão evidente que por R$ 178.020 você leva um Taos Comfortline para casa – um modelo maior e superior em acabamento.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]

Avareza

Por falar em acabamento, esse é justamente outro pecado capital cometido pelo Volkswagen T-Cross. Ele é o Chevrolet Tracker tem o pior acabamento da categoria. Ambos estão a quilômetros de distância de qualidade no interior das referências Jeep Renegade e CAOA Chery Tiggo 5X.

Os plásticos usados são bem montados e com encaixes justos, mas a qualidade deixa a desejar. Todos são duros, mas a faixa central do painel em cinza brilhante com uma faixa imitando aço escovado chega a ser oca. Couro no volante decepciona pela qualidade que um dia essa peça teve (nos primeiros Nivus).

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
O couro dos bancos também não é bom, ficando bem longe da qualidade do Jetta GLI, mas ainda assim superior ao que a Volkswagen usa em Polo e Nivus. Um carro tão caro, merecia muito mais cuidado em seu acabamento. Até mesmo os tapetes de carpete, que vêm de série com a versão Highline, tem qualidade ruim e já estavam desgastados em um carro que pouco rodou.

Mas no que a Volkswagen não economizou foi na tecnologia do interior. O painel de instrumentos totalmente digital é o melhor da categoria, com gráficos claros, boa quantidade de funções e leitura fácil. O mesmo vale para a central multimídia com tela de ótima qualidade, rápida e fácil de usar. Outra referência no segmento de SUVs.

Luxúria

Mas há uma contrapartida no interior que é um tanto quanto propenso aos praticantes do pecado da luxúria: o espaço interno. Como o entre-eixos do T-Cross brasileiro é o mesmo do Virtus (2,65 m), 9 cm mais longo que o do Nivus e do Polo (e que do T-Cross europeu), a área para passageiros traseiros é bem ampla.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Ele acomoda bem pessoas altas, além de ser um carro largo com 1,76 m, o que permite boa área para os ombros. Um terceiro passageiro na traseira, como na grande maioria dos carros, vai sofrer. Só que o restante dos que estão acomodados no Volkswagen, se sentirão bem. Não que recomende atuações pecaminosas de luxúria dentro dele, mas se quiser, terá espaço.

A dianteira chama atenção pela posição bem alta dos bancos. O T-Cross te leva como um grande cadeirão, onde as pernas ficam pouco esticadas verticalmente e mais horizontalmente. Ele permite colocar o banco bem baixo, mas o desenho do painel te convida a dirigir mais alto. Não incomoda, ao contrário do Honda HR-V que tem banco exageradamente alto.

Como o teto é mais alto, mas revestido de tecido preto, há uma certa sensação de diminuição da área para cabeça – menos que o Honda HR-V, vale lembrar. Mas essa sensação é aliviada pelo teto solar. É um opcional caro? Sim, mas que vale à pena no T-Cross. Por fim, o porta-malas de 373 litros é pequeno para a categoria, mas chegaria a 420 litros.

Chegaria porque os bancos traseiros podem ser inclinados um pouco para a frente e o tampão do porta-malas desce para um andar inferior onde está o estepe. Mas não quando você opta pelo pacote opcional com som Beats. Nesse caso, o subwoofer no porta-malas impede que toda a área de carga seja usada.

Gula

Aquele que comete o pecado da gula, tende a exagerar no que coloca para dentro e o T-Cross Highline comete esse pecado pelo bem. É um carro bem recheado de itens de série. Vem equipado com ar-condicionado digital de uma zona (poderia ter duas), chave presencial, faróis com acendimento automático, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Além disso, traz controle de tração e estabilidade, seis airbags, volante com ajuste de altura e profundidade, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, câmera de ré, faróis de neblina, luz diurna de LED, vidros elétricos nas quatro portas, carregador de celular por indução, painel digital e retrovisor elétrico com rebatimento elétrico.

Há ainda sistema de vetorização de torque, monitoramento de pressão dos pneus, indicador de fadiga, retrovisor eletrocrômico, luz ambiente, start-stop, direção elétrica e banco traseiro bipartido com regulagem de inclinação em duas posições.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]

Inveja

Deixei de propósito dois itens de fora da lista: frenagem autônoma de emergência e piloto automático adaptativo. Isso porque foram dois itens que seus irmãos Taos e Nivus já nasceram equipados e o T-Cross ficou sem. Com inveja, o SUV compacto incorporou os dois equipamentos à sua lista de itens de série na linha 2023.

Só que deles também virá a inspiração para sua primeira reestilização. O T-Cross ditou as regras visuais dos SUVs da Volkswagen, mas Nivus e Taos as aprimoraram. As primeiras mudanças de estilo estão programadas para o próximo ano na Europa e aqui no Brasil o modelo já roda com camuflagem. Mas o Auto+ já antecipou que o interior vai melhorar.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]

Ira

Na hora de andar, o Volkswagen T-Cross Highline mostra um tipo de temperamento não muito esperado por um SUV com a aparência que ele tem. O esportivo da família é o Nivus, mas quem anda bem de verdade é o T-Cross. Ele usa o mesmo motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm de torque do Polo GTS. Mas curiosamente ronca como ele.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
O som nervoso do sistema de escape se faz presente como se fosse um T-Cross GTS, mas não é. Chega a soar até um pouco incoerente (mas divertido) que um SUV com pegada familiar e nada esportiva, na teoria, tenha o mesmo som de um hatch apimentado. Isso se reflete também no comportamento dele.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
O T-Cross é esperto, anda bem e não tem medo de encarar estradas e retomadas fortes. Ainda que a transmissão automática de seis marchas seja relutante algumas vezes. Ela vacila entre quinta e sexta marcha na estrada e demora um pouco para fazer reduções no momento do pé fundo no acelerador (kickdown).

A surpresa ficou por conta do consumo, que é bom para um carro com motor de 150 cv. Oficialmente a Volkswagen declara 8,2 km/l com etanol na cidade e 10 km/l na estrada com o mesmo combustível. Durante nossos testes, ele ficou com média de 10,2 km/l, rodando 65% do trecho em estrada. Com gasolina faz 11,8 km/l na cidade e 14,2 km/l na estrada.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]

Preguiça

De nada adiantaria o tempero esportivo do motor, se o T-Cross fosse um carro preguiçoso, molenga. E ele não é. A direção é pesada, nitidamente mais que a média da categoria, mas também bem mais direta e responsiva. Parece que a Volkswagen temperou o modelo como se estivesse fazendo um hatch, mas que no meio do caminho percebeu que era um SUV.

Isso é ruim? Nem um pouco. Afinal existem tantos SUVs hoje em dia no mercado brasileiro tão divertidos de dirigir quanto ver manteiga derreter no microondas. A suspensão é durinha típico Volkswagen: ótima para fazer curvas mais abusadas sem que a carroceria role muito ou fique balançando. Na estrada ele é estável e pouco suscetível a ventos laterais.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Só que as rodas de liga-leve de 17 polegadas e a suspensão mais dura fazem com que o T-Cross reclame um pouco dos buracos. Nitidamente andar na terra é algo que ele odeia fazer, como boa parte dos SUVs compactos. É um modelo bom de asfalto e, entre os rivais da categoria, o mais dinâmico e bem acertado na hora de dirigir. Nisso ele honra o que custa.

Veredicto

A verdade é que o grande pecado capital do Volkswagen T-Cross é o acabamento ruim. Esse é o ponto no qual o SUV compacto decepciona. O custo é mais alto que boa parte dos rivais, mas ainda assim não está tão fora da casinha quanto o Honda HR-V com motores turbo. Além disso, precisa de opcionais para custar tanto, já que o Highline de base está dentro da média.

Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]
Mais dinâmico e gostoso de dirigir que qualquer outro SUV compacto na categoria dele, o T-Cross tem bom espaço interno e lista de itens de série farta. Isso explica o motivo pelo qual ele é o SUV compacto mais vendido do Brasil: tem mais qualidades que defeitos. E esse grande pecado, a Volks promete resolver na reestilização e precisa para o T-Cross não vá ao purgatório.

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17 comentários em “Volkswagen T-Cross tem poucos pecados a confessar | Avaliação”

  1. REJEKIBET

    Adorei a análise sobre o Volkswagen T-Cross! Concordo que ele se destaca em muitos aspectos, mas gostaria de saber a sua opinião sobre o desempenho em estradas mais desafiadoras. Vale a pena?

  2. 1XBET APP

    Muito interessante a análise! Concordo que o T-Cross tem qualidades que o destacam no segmento, mas realmente faltam alguns recursos que poderiam torná-lo ainda mais competitivo. Seria ótimo ver melhorias nas próximas versões!

  3. 1Xbet aPK

    Adorei a análise! O T-Cross realmente parece equilibrar bom desempenho e conforto. Estou curioso para saber mais sobre a experiência de dirigir na cidade versus na estrada. Alguma consideração sobre isso?

  4. jaya slot

    Ótima análise! Concordo que o T-Cross é uma opção muito interessante no segmento dos SUVs compactos, mas acho que poderia ter um pouco mais de tecnologia embarcada. As características de conforto são incríveis, mas sinto falta de alguns recursos que são standard em modelos concorrentes.

  5. jaya slot

    Adorei a avaliação do T-Cross! É impressionante como a Volkswagen conseguiu equilibrar espaço, conforto e tecnologia nesse modelo. Mal posso esperar para conferir pessoalmente!

  6. SPRUNKI PHASE 3 ONLINE

    Excelente análise! A T-Cross realmente se destaca pelo seu design e conforto. Estou curioso para saber mais sobre o desempenho dela em estrada e nas cidades!

  7. Sprunki Phase 3 Online

    Ótima análise! Concordo que o T-Cross é um excelente SUV urbano, com um design atraente e boa performance. É interessante ver como ele se destaca em comparação com a concorrência. Mal posso esperar para testar pessoalmente!

  8. H89 Slots

    Adorei a análise do T-Cross! Concordo que, apesar de alguns pequenos defeitos, é um SUV que entrega muito em termos de conforto e tecnologia. Estou ansioso para ver como ele se comporta em condições de estrada mais difíceis. Obrigado pelo post!

  9. H89

    Ótima análise! O Volkswagen T-Cross realmente parece conquistar em vários aspectos, mas é bom saber que tem alguns pontos a melhorar. Estou curioso para testar pessoalmente!

  10. BUNTY GAME

    Adorei a avaliação do T-Cross! Concordo que ele se destaca em conforto e tecnologia, mas fiquei curioso sobre o desempenho em estradas mais desafiadoras. Alguém já testou?

  11. bunty Game

    Adorei a avaliação do T-Cross! É incrível como ele consegue equilibrar conforto e performance. Concordo que os poucos “pecados” são facilmente perdoados diante das suas qualidades. Mal posso esperar para fazer um test drive!

  12. Ri188

    Adorei a avaliação do Volkswagen T-Cross! Fiquei impressionado com os pontos positivos mencionados e realmente parece ser uma ótima opção no segmento dos SUVs compactos. Mal posso esperar para fazer um test drive e conferir esses poucos “pecados” de perto!

  13. tt789

    Ótima avaliação! É interessante ver que o T-Cross tem mais qualidades do que defeitos. A experiência de dirigir parece realmente agradável, e os detalhes de conforto são um grande atrativo. Vou considerar esse SUV na minha próxima compra!

  14. 82 LOTTERY GAME

    Adorei a análise do T-Cross! É impressionante como ele consegue equilibrar estilo e praticidade. Fiquei curioso para saber mais sobre a performance em estrada e se realmente vale a pena em comparação aos concorrentes. Obrigado pelo conteúdo!

  15. bDg Game

    Ótima avaliação! A T-Cross realmente parece ser uma opção equilibrada no segmento de SUV. Adorei os pontos que você destacou sobre o espaço interno e a tecnologia. Será que a manutenção dela também é acessível?

  16. d06

    Ótima análise! Fico feliz em ver que o T-Cross tem pouco a reclamar, especialmente em um segmento tão competitivo. As informações sobre o desempenho e conforto são muito úteis. Estou ansioso para testar!

  17. sm605

    Ótima análise! Concordo que o T-Cross tem muitos pontos positivos, mas realmente faltam algumas funcionalidades que poderiam torná-lo ainda mais competitivo no segmento. Vale a pena considerar essas melhorias nas próximas versões!

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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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