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Estratégia delicada

Alfa Romeo e Maserati se unem para sobreviver via sinergia da Stellantis 

Com as queda nas vendas, duas das marcas mais icônicas da Itália vão compartilhar recursos para se manter vivas no grupo Stellantis

3 min de leitura

A Stellantis está a poucas semanas de anunciar um plano estratégico que pode ser decisivo para o futuro das marcas Alfa Romeo e Maserati. As duas montadoras italianas vêm passando por uma forte queda nas vendas e perderam espaço no mercado global, mesmo com lançamentos recentes. Agora, a solução passa por uma parceria, sem fusão, para cortar custos, dividir plataformas e salvar ambas da possível extinção.

A proposta está sendo chamada de sinergia inteligente e, segundo o CEO conjunto das duas marcas, Santo Filici, à mídia australiana e asiática, o plano já está estruturado e deve ser apresentado logo após a posse do novo CEO global da Stellantis, Antonio Filosa, marcado para o dia 23 de junho. 

A ideia é que Maserati e Alfa Romeo sigam como marcas separadas, mas compartilhem elementos estratégicos como desenvolvimento de produto, estrutura organizacional, rede de concessionárias e até fábricas na Itália. Algo como Volkswagen e Audi fazem na Europa. Ou aqui no Brasil em que temos Jeep e Ram bem íntimas.

Alfa Romeo Tonale [divulgação]
Alfa Romeo Tonale [divulgação]

As vendas das fabricantes não andam bem. A Alfa Romeo fechou 2024 com uma queda estimada de 20% nas entregas, vendendo metade do que vendeu em 2018. Já na Maserati os volumes caíram mais de 50% no último ano. 

Vale lembrar que em 2023 a Alfa Romeo apresentou o Tonale, primeiro carro eletrificado da marca, no caso, um SUV PHEV. Já a Maserati o Grecale, SUV elétrico lançado em 2022, e MC20, esportivo lançado em 2020. Ambos, contudo, não tem vendido o esperado pela Stellantis.

Maserati MC20 [divulgação]
Maserati MC20 [divulgação]

A Stellantis deu dez anos para cada uma de suas 14 marcas mostrar que é financeiramente viável. Caso contrário, o destino pode ser o fechamento ou venda. No caso da Maserati, rumores sobre uma possível venda foram negados pelos executivos. Isso se deu por causa das declarações de Carlos Tavares, ex-CEO do grupo, em agosto de 2024, dizendo que “não podemos manter marcas que não dão lucro”.

A Alfa Romeo, que havia anunciado planos de eletrificação total, também voltou atrás. O próximo Stelvio, SUV que será lançado até 2026, deverá continuar com a motorização a combustão, com versões híbridas. A linha de produção do modelo já está pronta na Itália, mas nenhum protótipo com motor a gasolina foi montado até agora.

Novo Alfa Romeo Stelvio camuflado de frente andando na neve
Novo Alfa Romeo Stelvio [Carscoops.com]

O plano da Stellantis é aproveitar a plataforma STLA Large — que será base para o novo Giulia, o próximo Stelvio e modelos da Maserati como o Levante e futuros GTs eletrificados. Com isso, as duas marcas conseguem dividir os custos de engenharia e continuar com suas características próprias e evitam competir diretamente entre si.

A presença nos Estados Unidos também deve ser reavaliada, já que cerca de 30% das vendas da Maserati e 15% das da Alfa vêm de lá. A recente imposição de tarifas por parte do governo Trump complicou ainda mais a situação. A McKinsey, consultoria estratégica, foi contratada para ajudar a definir o futuro das duas divisões.

Acha que essa união da Alfa Romeo e Maserati vai dar certo? Deixe sua opinião nos comentários! 


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3 comentários em “Alfa Romeo e Maserati se unem para sobreviver via sinergia da Stellantis ”

  1. ANTONIO SOUZA

    O Tonale tem umna cara de anos 90/2.000…

  2. Georges

    Tive um 156. Carro excepcional. Podiam ter trazido a produção para cá. Torço para que as 2 consigam superar os problemas.

  3. Alexandre Barros

    Marcas icônicas perdendo espaço por falta de design condizente. Automóveis que deveriam ser clássicos e imponentes, aderem aos modismos baratos e artificiais!

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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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