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Caoa encerra era Hyundai em Anápolis e abre caminho para Chery e Changan

A fábrica goiana inicia uma nova fase com SUVs chineses e produção ampliada após o fim de uma parceria histórica

4 min de leitura

A Caoa acaba de encerrar a parceria mais duradoura de sua história com uma montadora. Depois de 26 anos lado a lado com a Hyundai, a parceria chegou oficialmente ao fim em 2025. Em Anápolis (GO), a fábrica que simbolizou essa aliança produziu nomes conhecidos, como o Tucson, HR, HD e até o ix35. O último capítulo dessa história finalizou no dia 31 de outubro, quando o último caminhão Hyundai HR saiu da linha de montagem.

De acordo com o site AutoData, a planta goiana não produz mais nenhum modelo da marca sul-coreana. A Caoa agora vira totalmente a chave para uma nova fase, que será dividida entre Chery e Changan

Caoa Changan e Caoa Chery

A Chery já produz em Anápolis os SUVs Tiggo 5X, Tiggo 7 e Tiggo 8. Somando tudo, são mais de 150 mil unidades montadas até agora. A Changan, recém-chegada ao Brasil e apresentada oficialmente no Salão do Automóvel, deve começar sua produção local em um futuro próximo, mas ainda sem modelos confirmados.

CAOA Chery Tiggo 8 PHEV branco de traseira andando em uma rua
CAOA Chery Tiggo 8 PHEV [divulgação]

A fábrica está passando por uma expansão pesada em dobrar a capacidade anual de 80 mil para 160 mil veículos. Os investimentos previstos chegam a cerca de R$ 3 bilhões, envolvendo compra de maquinário e construção de uma nova área produtiva. Parte desses equipamentos veio da antiga unidade da Ford em Camaçari, na Bahia, que encerrou as atividades em 2021.

Essa virada da Caoa também fecha um ciclo enorme com a Hyundai. A parceria começou em 1999, quando Carlos Alberto de Oliveira Andrade trouxe a marca coreana para o país, estruturou rede, investiu em marketing e viu o Tucson virar febre de vendas. 

Início do desgaste

carros
Hyundai Tucson [divulgação]

Em 2007 veio a produção nacional. Em 2012, a Hyundai inaugurou sua fábrica em Piracicaba (SP), o que desencadeou uma disputa judicial pela representação da marca no Brasil. A questão foi parar na Corte Internacional de Paris, onde a Caoa venceu.

Mesmo assim, anos depois a relação continuou se desgastando. Em 2024, a Caoa assinou um acordo abrindo mão da exclusividade das importações. A marca coreana ganhou liberdade para conduzir sua própria operação. 

Porteira aberta

Hyundai Kona Hybrid cinza de frente andando em uma pista
Hyundai Kona Hybrid [divulgação]

E é por isso que hoje vemos modelos da Hyundai cada vez mais variados chegando ao Brasil. Com a porteira aberta, a Hyundai já trouxe em um ano acesso a carros que antes nunca chegariam junto com a Caoa, como Palisade, Ioniq 5 e Kona Hybrid.

Durante esse período de disputa com a Hyundai, a Caoa não ficou parada. A empresa ampliou sua atuação com a Chery, parceria iniciada em 2017, e começou a buscar novas marcas para preencher o espaço que seria deixado pelos coreanos. 

Changan CS75 Plus prata de frente
Changan CS75 Plus [Divulgação]

De acordo com a Autodata, as conversas com a Changan começaram em 2019, mas a pandemia travou o avanço da negociação. Agora, essa parceria finalmente ganha forma.

A Changan apresentou dois modelos da submarca premium Avatar no Salão do Automóvel, o Avatar 11 e o Avatar 12. Eles chamaram atenção pela pegada futurista, mas esses não serão os únicos carros da marca no país. 

Changan Uni-T azul parado de traseira na rua
Changan Uni-T [Divulgação]

A Caoa já trabalha com dois modelos de volume para o mercado brasileiro. O Changan CS75 Plus, que deve brigar com BYD Song Plus e GWM Haval H6, e o Changan Uni-T, um SUV cupê médio que enfrenta Toyota Corolla Cross, Jeep Compass e companhia. O Auto+ já flagrou os dois modelos rodando no Brasil..

E você, o que acha dessa virada da Caoa e da volta da Changan no Brasil? Compartilhe sua opinião nos comentários!


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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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