A Leapmotor vai estrear no Brasil em novembro com o SUV C10, e junto com ele chega uma tecnologia por aqui chamada REEV, sigla em inglês para Range Extended Electric Vehicle, ou Veículo Elétrico de Alcance Estendido. É um sistema que já deu as caras por aqui de forma parecida com a BMW e agora será o único veículo a oferecer essa tecnologia.
Apesar de a montadora chinesa o chamar de Ultra-Híbrido, o C10 é, tecnicamente, um elétrico com extensor de autonomia, diferente dos híbridos tradicionais que usamos como referência no mercado.
Como funciona o sistema REEV
A base do conceito do sistema REEV é simples. O carro se move exclusivamente por propulsão elétrica. As rodas são tracionadas apenas pelos motores elétricos, em nenhum momento o motor a combustão movimenta o veículo diretamente.

O motor a gasolina atua apenas como gerador de energia, recarregando a bateria quando o nível de carga está baixo. Dessa forma, o condutor não depende de pontos de recarga e também não enfrenta o que a Leapmotor chama de ansiedade de alcance — o medo de ficar sem bateria no meio do caminho.
Esse sistema funciona da seguinte maneira: enquanto há energia suficiente, o carro roda como um elétrico puro, com acelerações instantâneas e silêncio total. Mas quando a bateria chega a um nível baixo, o motor a combustão é acionado automaticamente para gerar eletricidade e manter as baterias funcionando que mantém movendo o veículo.

Ou seja, a experiência de condução é sempre a de um carro elétrico, mesmo quando o motor térmico entra em ação.
Diferenças em relação aos híbridos convencionais
Nos híbridos tradicionais, como o Toyota Corolla Hybrid, o motor a combustão e o elétrico se alternam para tracionar as rodas. Em alguns momentos, ambos trabalham juntos. Já no caso do REEV da Leapmotor, o motor a combustão nunca traciona as rodas, ele apenas gera energia elétrica.
Um exemplo parecido é o antigo BMW i3 REX, que também utilizava um pequeno motor a gasolina de dois cilindros apenas para carregar a bateria. A diferença é que o sistema da Leapmotor é mais moderno, com baterias de maior capacidade e gerador mais potente, permitindo autonomia total próxima dos 1.000 km.

Há paralelos também com o sistema e:HEV da Honda, usado em modelos como Civic, Accord e CR-V, mas com uma distinção importante: na Leapmotor, o motor elétrico é responsável por 100% da tração o tempo todo, sem exceções.
Arquitetura e desempenho do Leapmotor C10
No C10, o sistema REEV combina um motor 1.5 aspirado a gasolina, de 96 cv, com um conjunto elétrico que oferece 218 cv e 32,6 kgfm de torque. Esse torque é instantâneo, como de veículos elétricos, oferecendo aceleração forte desde as baixas rotações.

O motor a combustão é de quatro cilindros, com injeção multiponto e duplo comando de válvulas. Ele atua somente como gerador, recarregando uma bateria de 28,4 kWh, que alimenta dois motores elétricos montados no eixo traseiro.
Com isso, o SUV oferece tração traseira e entrega desempenho consistente mesmo com quase duas toneladas. Segundo dados divulgados na China, o modelo roda 145 km no modo 100% elétrico (sem o motor a combustão atuando) e alcança autonomia total superior a 950 km, podendo chegar a 1.000 km dependendo do uso.

Além da autonomia impressionante, o sistema tem consumo médio de 21 km/l no ciclo urbano, um número que, para um SUV grande de 4,73 metros de comprimento, é digno de chamar atenção.
Por ser movido sempre pelos motores elétricos, o C10 oferece respostas imediatas ao acelerador, funcionamento suave e silêncio de rodagem. O sistema gerencia automaticamente a distribuição de energia entre a bateria e o gerador, priorizando a eficiência.

A recarga da bateria pode ser feita em tomadas comuns ou em carregadores rápidos, mas o consumidor também pode optar por abastecê-lo em um posto de combustível para deixar o motor a combustão em funcionamento e carregar as baterias.
Você acha que esse tipo de tecnologia tem potencial para conquistar o público brasileiro em outros veículos? Deixe seu comentário!




Sem dúvidas é uma solução engenhosa. O motor a combustão trabalhando como gerador para bateria trabalhará sem arrancadas, sem caixa de câmbio, quase que estacionário, reduzindo desgastes e manutenções. E o motor elétrico entrega muito mais por bem menos. Parabéns à Leapmotors por manter o carregador lento. Grande sacada!
Se existe o motor a combustão para alimentar a bateria, por que o carro tem a autonomia de 1000km?
O carro com a bateria completa roda 145 km + com um tanque de combustível líquido completo roda no total até 1000 km sem reabastecer; por isso dizem que a autonomia é de até 1000km . O quanto roda entre um reabastecimento e o reabastecimento seguinte.
O Design não me agradou, nem externo nem interno parece simples demais. Esse eu passo…
Precisam adaptar essa tecnologia para ser flex e possibilitar o uso do etanol no lugar da gasolina.
Deve ser “interessante” a experiência de viajar nele. Anda 145km como um carro elétrico e depois disso um motor de 96cv gera energia para alimentar os motores elétricos, que com as perdas na conversão deve sobrar uns 85cv, pra um carro de 2 toneladas vai ser a relação peso potência de um Fusca dos anos 80…
Nesse caso, acho que se fosse bateria menor, sem plug in seria muito mais leve e mais econômico (sistema parecido com o e-power da nissan). Achei exagero 2 ton de peso total.
O Nissan e-power é o mesmo princípio e não precisa de tomada
Demorou para as montadoras enxergar esse tipo de tecnologia para movimentar os autos. Eu sempre imaginei essa tecnologia usando um motor de Honda bis que faz 45km com um litro de combustível.
Grande sacada para um país ainda com pouca infra de carregamento.
Ponto negativo; se tiver problemas com a bateria, fica sem carro ao contrário dos PHEV.
Tecnologia interessante. Pelo visto o brasileiro Lecar usará este mesmo tipo de tecnologia. Achei o consumo bastante interessante para um carro grande. Vamos ver se o mercado brasileiro vai dar boas respostas (em vendas) a este novo tipo de tecnologia. Como já foi dito, um motor flex seria ótimo para dar opção de uso do etanol.
O King da byd é assim!! Qual a novidade??
Que o combustão não movimenta as rodas diretamente