Com a expectativa de termos mais de 10 novas marcas de carros chineses no Brasil até o final do ano, quem chega atrasado precisa se diferenciar. Afinal, o território de híbridos e elétricos já está dominado por BYD e GWM. Cada marca vai apostar em uma fórmula diferente, mas a Chery, com Omoda e Jaecoo, tem um triunfo único.
Diferentemente de todas as outras fabricantes de carros chineses que vêm ao Brasil, a Omoda e Jaecoo não existe na China. As duas marcas, apesar de atuarem juntas como uma coisa só, foram desenvolvidas para atuar em mercados em que a Chery já vendeu seus carros no passado. Período, onde a qualidade passava longe.
Na prática, Omoda e Jaecoo foram desenhadas para dar um novo começo ä Chery, que se queimou em vários lugares. No Brasil, por conta da CAOA, essa virada de imagem já aconteceu. Afinal, pouca gente se lembra dos desastrosos tempos de QQ, Face, Cielo e do primeiro Tiggo.

No Brasil, por conta do excelente trabalho de marketing, engenharia e de vendas da CAOA, a Chery conseguiu virar sua imagem com os modelos da linha Tiggo e os esquecidos (mas competentes) sedans Arrizo. Ou seja, aqui a imagem queimada da Chery não aconteceu, o que atrapalha um pouco a essência da Omoda e Jaecoo.
Da China para o mundo
O principal diferencial da Omoda e Jaecoo para qualquer outra chinesa é que nenhum de seus carros é pensado para a China. Eles são desenhados para mercados de exportação e somente alguns deles são comercializados internamente, mas como Chery. Simplesmente não existe Omoda ou Jaecoo na China.

Essa diferença de comportamento é grande frente as rivais, incluso a GWM, que tem costume de modificar fortemente seus carros no Brasil para agradar ao consumidor local. Contudo, existe si alguns modelos das duas marcas sendo vendidos como Chery. O Omoda 5, é Chery Omoda 5 na China e o Jaecoo 7 que é o Chery TJ-1.
Contudo, os novos modelos de ambas as marcas, como Omoda e 7 ou Jaecoo 5 não serão oferecidos por lá. O SUV compacto Omoda 3, por exemplo, foi desenhado para o Brasil e para a Europa. Ele tem tamanho demasiadamente diminuto para a realidade chinesa, mas encaixa perfeitamente no segmento mais disputado de Brasil e Europa.

Além disso, o conjunto de motor 1.0 três cilindros turbo com motor elétrico provendo um sistema híbrido HEV (não recarregável na tomada, como o dos Toyota Corolla e Corolla Cross), é exclusivo para o Brasil. Não haverá esse sistema em outros mercados, nem mesmo na China, somente para nós.
Isso deixa claro que a Chery pensa na Omoda e Jaecoo como marcas para o mundo, Não para o consumo local. Isso faz com que algumas excentricidades exclusivas dos chineses e elementos de design um tanto quanto estranhos a nós sejam abdicados em favor de um gosto mais europeu e brasileiro. Em acerto dinâmico também.

A CAOA Chery vai sair perdendo com a Omoda e Jaecoo?
A longo prazo, a relação entre CAOA e Chery pode azedar com a Omoda e Jaecoo. Primeiro porque a matriz tem investido nas novas marcas para trabalhar em mercados de exportação, colocando também a marca Jetour nessa conta. Com isso, é uma tendencia que os Chery se tornem mais chineses.
Como até marcas internacionais estão investindo em linhas de carros destinados exclusivamente ao mercado local, a própria Chery deve fortalecer seus modelos locais a longo prazo. Como Omoda e Jaecoo já são pensadas para fora, não há necessidade de que os modelos Tiggo e Arrizo atendam aos anseios ocidentais.

A vantagem é que a CAOA tem engenharia local e produção nacional, podendo adaptar fortemente os modelos Chery para o nosso mercado. Resta saber como essa relação entre CAOA e Chery, que é tortuosa desde a chegada de Omoda e Jaecoo no Brasil, se desenrolará nos próximos anos no nosso país.
Você acredita mais no sucesso da Omoda e Jaecoo ou no da CAOA Chery a longo prazo no Brasil? Conte nos comentários.



caoa chery por ter o nome caoa que é muito forte e dar mais confiança na hora da compra.
Na minha opinião a caoa tem que começar a criar seus proprios carros 100% brasileiro já tem fabrica, equipe de engenharia e centro de pesquisa.
Precisa resolver a questão da fábrica. Seria interessante a Chery adquirir em definitivo os 50% da fábrica de Jacareí que pertencem a CAOA, já que a CAOA não quer ajudar em nada mesmo.
Em 2028, veículos montados em regime CKD/SKD terão alíquota de 35%, o que vai forçar a adoção de maior conteúdo local. Nisso, apesar do regime fiscal mais favorável no Nordeste, operar em SP, onde há uma ampla cadeia local de fornecedores de autopeças, maior proximidade com os principais mercados consumidores e uma logística mais favorável, ajuda a operação a diluir custos.
Isso deveria ser levado em conta na hora de decidir o local de produção.