Não é de hoje que surgem reclamações e até acidentes por causa do minimalismo exagerado que algumas montadoras vêm adotando. Hoje, boa parte das fabricantes, muito delas chinesas, estão viciadas em encher o carro de telas e deixar tudo concentrado na central multimídia. É bonito no visual, mas na prática, o motorista perde totalmente a atenção no trânsito. E é justamente isso que pode estar com os dias contados.
Euro NCAP vai mudar as regras
O Euro NCAP, órgão europeu responsável pelos testes de segurança dos carros novos, anunciou que a partir de 2026 vai penalizar modelos que não tenham botões físicos para funções consideradas essenciais. Na próxima atualização de protocolos, marcada para janeiro de 2026, os veículos que dependerem apenas de telas para operar itens básicos terão mais dificuldade para alcançar as cobiçadas cinco estrelas de segurança.
As novas diretrizes do órgão recomendam que os carros tragam controles físicos para a buzina, setas, faróis, pisca-alerta, limpadores de para-brisa e botão de emergência (SOS). A ideia é justamente permitir que o motorista faça essas ações sem precisar tirar os olhos da estrada.
Quando o minimalismo vira risco

Nos últimos anos, o design dos carros entrou numa fase de limpeza visual que virou moda. As montadoras substituíram interruptores e teclas por superfícies sensíveis ao toque para dar um ar mais moderno e, claro, reduzir custos.
Mas o resultado é o contrário do que tanto dizem: segurança. Sem botões reais, o motorista perde o feeling tátil e precisa olhar para a tela para ajustar até o ar-condicionado, o retrovisor ou o limpador.

As empresas que vivem falando em segurança estão perdendo a mão. Algumas chegam ao ponto de colocar ajuste de retrovisor e do volante dentro da central multimídia. Fala-se muito em tecnologia e prevenção, mas se o motorista precisa navegar por menus para acionar um limpador, algo está errado.
Como vai funcionar o novo sistema
O Euro NCAP avalia os veículos com base em quatro pilares: direção segura, prevenção de acidentes, proteção em caso de acidente e resposta pós-acidente. A partir de 2026, a categoria direção segura vai ganhar mais peso e adicionar a exigência de botões físicos como parte da pontuação.

Inicialmente, os fabricantes precisarão atender a 60% dos requisitos de direção segura para obter cinco estrelas. Esse percentual vai subir para 70% em 2027 e 80% em 2028, dando tempo para adaptação da indústria.
O retorno dos botões
Com a nova regra, o mercado pode ver um retorno dos botões físicos nos carros. E isso é uma ótima notícia. Algumas montadoras já se anteciparam, como foi o caso da Volkswagen e Mercedes-Benz que confirmaram que vão trazer de volta botões e comandos tradicionais em seus próximos lançamentos. É esperado que outras sigam o mesmo caminho, para ser mais fácil alcançar a nota máxima nos testes de segurança.

Além dos comandos físicos, os protocolos de 2026 também vão aumentar o peso dos sistemas de monitoramento do motorista, que passarão a valer até 25 pontos. Esses sistemas terão que identificar movimentos de cabeça e olhos, detectar sinais de sonolência e emitir alertas imediatos.
Outra mudança é a ampliação da proteção ativa dos ocupantes. Os carros precisarão reconhecer quem está sentado, em que posição e como está o cinto, ajustando automaticamente os airbags e tensores de segurança para diminuir o risco de lesões em caso de colisão.
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