Há 35 anos eu tinha apenas oito anos. Naquele 1990, o mundo via a reunificação oficial da Alemanha, o lançamento do console Super Nintendo, enquanto o Brasil celebrava o bicampeonato mundial de Ayrton Senna na Fórmula 1, assistia a posse de Fernando Collor de Mello como presidente e o auge do rock nacional. Em paralelo, um carro de linhas quadradas movimentava o mercado automotivo brasileiro: o Fiat Uno Mille.
O Uno havia estreado em 1984, tornando-se um dos grandes responsáveis por motorizar os brasileiros. Seis anos depois, em 1990, chegava o Uno Mille, versão simplificada criada para se enquadrar no programa de carros populares do governo, que previa motores 1.0 com alíquota reduzida de IPI. Ele rivalizou com modelos como Chevrolet Chevette Junior e Corsa Wind, Ford Escort Hobby e até com o Fusca 1600, que voltou à produção em 1993.
O tempo passou rápido: 35 anos se foram como um sopro. E, mesmo após sua despedida em dezembro de 2013, com a série Grazie Mille, encerrada devido às novas exigências de segurança que tornaram obrigatórios os freios ABS e o duplo airbag, o Uno Mille segue como um ícone. Relembre momentos marcantes de sua trajetória no mercado brasileiro.

Quem era o Fiat Uno Mille?
Lançado em agosto de 1990, o Uno Mille foi o primeiro carro 1.0 do Brasil. As capacidade aos volante eram de acelerar de 0 a 100 km/h em 21 segundos e cravar 135 km/h de velocidade máxima. Em 1991 surgiu o Mille Brio, com carburador de corpo duplo e potência de 54 cv.
Logo em 1992, a Fiat lançou o Mille Electronic, com ignição digital, carburador de corpo duplo e maior taxa de compressão. A linha também ganhou a versão ELX, de visual renovado e equipada com itens de conforto como ar-condicionado, vidros e travas elétricas – itens à época de segmentos superiores. Contudo, o ápice do Uno veio em 1994, com a chegada do primeiro carro nacional equipado com turbocompressor de fábrica.


O icônico Uno Turbo i.e., empregava um propulsor 1.372 cm³ importado da Itália, aliado ao turbo Garrett T2 de 0,8 bar, entregava 118 cv e 17,5 kgfm, garantindo 195 km/h de velocidade máxima e 0 a 100 km/h em 9,2 segundos. Além do Uno Turbo i.e., a esportividade já tinha dado as caras no Uno tanto no 1.5 R (86 cv e 12,9 kgfm) e no 1.6 R de 1990, o qual rendia 84 cv, na versão a gasolina, e 88 cv, no modelo que queimava etanol.
Em 1993, a potência do Uno 1.6 R aumentou para 92 cv, por conta da introdução da injeção eletrônica, mas apenas o motor a gasolina passou a ser disponibilizado. Aliás, a chegada da injeção eletrônica em 1995 modernizou a linha. Já em 1997, o foco foi a versão SX e, nesse mesmo período, surgiu a série limitada Young, reconhecida pelo painel de fundo claro e adesivos exclusivos.


A maior reestilização do Uno
Em 1998, a versão SX virou EX, até ser substituída, em março de 2000, pela configuração Smart, que estreava grade frontal redesenhada e volante de quatro raios. Em julho daquele ano, o Uno recebeu o moderno motor Fire de 55 cv.
No início de 2004, aconteceu a reestilização mais profunda: dianteira redesenhada com novos faróis, grade e para-choques, além de capô, tampa traseira e lanternas revistas. A modernização continuou em 2005, quando surgiu o Uno Mille Flex, capaz de rodar com álcool, gasolina ou a mistura dos dois. Em 2006, foi lançado o kit Way, que adicionava apelo aventureiro ao hatch.


Em 2008, chegou a versão Mille Economy, com melhorias de motor, suspensão e pneus de baixa resistência ao rolamento, que a tornaram cerca de 10% mais eficiente no consumo. Após mais de duas décadas de história, em 2013 a Fiat lançou a série especial Grazie Mille, limitada a 2 mil unidades, marcando a despedida do modelo.
Você tem alguma história com o Fiat Uno Mille? Se ainda tem um na garagem, compartilhe sua experiência nos comentários!



