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Caminho da RAM

Mercedes admite erro e vai abandonar motor 4 cilindros híbrido no AMG C63 em prol do V8

Após fraca aceitação do público, marca confirma volta dos seis e oito cilindros nos esportivos

4 min de leitura

O mercado automotivo está cheio de acertos, mas também de deslizes difíceis de entender. A RAM que o diga quando tirou o V8 HEMI das picapes 1500 e 2500, apostou no seis cilindros e viu o público reagir mal. A marca recuou, ouviu os clientes e trouxe o V8 de volta. Agora é a vez da Mercedes-Benz fazer o mesmo caminho com a linha AMG.

Em 2022, a marca alemã apresentou a quinta geração do AMG C63 com uma proposta extremamente ousada em trocar o tradicional V8 por um conjunto híbrido plug-in com motor 2.0 de quatro cilindros. No papel, os números são ótimos, com 680 cv e 104 kgfm de torque, mas só com a bateria cheia. Na prática, a falta de carisma e o peso extra do sistema decepcionaram os fãs mais puristas da linha AMG.

A geração anterior, com motor V8 biturbo 4.0, entregava 510 cv e 71,4 kgfm, tudo isso sem depender de eletrificação. Mesmo com potência inferior, o conjunto era bem mais envolvente, visceral, além do ronco único dos V8 da Mercedes, fiel ao DNA da divisão AMG.

Mercedes-AMG GLC Coupe [Divulgação]

Três anos depois do lançamento, a marca admite que errou. Em entrevista à revista britânica Autocar, um alto executivo da empresa confirmou que a estratégia com o quatro cilindros não funcionou. “Tecnicamente, o quatro cilindros é um dos sistemas mais avançados disponíveis em um carro de produção. Também entrega muito desempenho. Mas, mesmo assim, ele não conseguiu conquistar nossos clientes tradicionais. Reconhecemos isso”, afirmou a fonte.

Com isso, a Mercedes-AMG prepara uma reviravolta em voltar com os motores maiores. Segundo a Autocar, a marca vai apostar em uma nova geração do motor V6 em linha e também no retorno do V8 — agora com virabrequim plano, semelhante ao usado no GT Black Series.

Mercedes-AMG GLC Coupe [Divulgação]

Sem data e custos altos

Ainda não há uma data exata para o fim do motor 2.0 híbrido plug-in, mas ele será gradualmente substituído. A decisão também passa pelo custo alto de desenvolvimento para adaptar esse conjunto às exigências da futura norma de emissões Euro 7. 

“Não há dúvidas sobre o potencial desse motor. É um dos mais sofisticados que já construímos. Mas o investimento para torná-lo compatível com o Euro 7 é muito alto”, completou o executivo.

Mercedes-AMG C 63 S Performance [Auto+/João Brigato]

A mudança de rumo impacta não só o C63, mas também outros modelos que usam o motor M139, como o GLC 63 e até o SL 43. Alguns desses devem migrar para o novo seis cilindros com turbo. Outros, como o C63, devem mesmo retomar o caminho do V8, agora eletrificado com sistema híbrido-leve (MHEV) ou totalmente híbrido (HEV), como o Porsche 911 T-Hybrid, como disse Markus Schäfer, diretor de tecnologia da Mercedes.

“AMG vai seguir com uma estratégia de dois pilares. O pilar elétrico vai crescer bastante. Mas o segundo, motores a combustão eletrificados, também continuará. Estamos desenvolvendo um motor V8 totalmente novo, que já vai nascer compatível com os futuros padrões de emissões”, declarou Schäfer.

Mercedes-AMG GLC Coupe [Divulgação]

A Mercedes volta atrás após uma decisão esdrúxula, mas para isso acontecer, precisou esperar três anos de queda nas vendas dos modelos que substituíram o oito para o quatro cilindros. Atualmente, no Brasil, o C63 S E Performance é oferecido a partir de R$ 914.000 e o GLC Coupe 63 AMG parte de R$ 1.076.250. 

A decisão da Mercedes-Benz está certa? O que você acha? Comente para nós!

1 comentário em “Mercedes admite erro e vai abandonar motor 4 cilindros híbrido no AMG C63 em prol do V8”

  1. Walter Fazzeri

    Tenho uma Mercedes C200 híbrida, 2019 , esse motor também pode dar problema?

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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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