Fabricantes de automóveis pressionam e União Europeia (UE) flexibiliza metas de emissões de CO2 e estabelece metas média entre 2025 e 2027. Caso uma flexibilização não fosse feita agora, o mandato original poderia resultar em € 15 bilhões em multas somente este ano, alertou a indústria automotiva.
A decisão foi tomada após lobby realizado com grandes nomes do setor esta semana. A flexibilização não poderia ter vindo em momento mais oportuno para a indústria automotiva, visto a agressividade do mercado chinês e as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Antes da flexibilização as montadoras europeias tinham como meta reduzir as emissões de CO2 em 15% até 2025 em comparação com os números de 2021. As fabricantes que descumprissem a regra pagariam uma multa de € 95 (aproximadamente US$ 107) por cada grama de CO2 acima do limite e multiplicado por cada carro vendido.
Ou seja, um número que se torna estratosférico rapidamente. Por isso, as montadoras classificaram a imposição como impraticável. Com isso, o executivo do Parlamento Europeu apresentou uma emenda mais favorável ao setor. Agora ao invés de exigir uma redução de 15% em 2025, será feita uma média entre os anos de 2025, 2026 e 2027.
Como foi a votação para novas regras de emissões
Para a indústria automotiva isso significa mais tempo para produzir e amadurecer as vendas carros elétricos para compensar as emissões dos carros à combustão. Dos 573 membros do Parlamento Europeu presentes, 458 votaram a favor da mudança, 101 contra e 14 se abstiveram.
Apesar da mudança ajudar significativamente as marcas europeias, nem todos ficaram satisfeitos com as mudanças. Principalmente marcas menores que já têm focado no segmento de elétricos.
“É irônico que a UE esteja adiando as metas de emissões para a indústria automobilística justamente quando as vendas de veículos elétricos disparam”, disse Lucien Mathieu, diretor de carros da ONG Transporte e Meio Ambiente.
Ele também completou dizendo que “O crescimento se deve aos novos modelos mais acessíveis que as montadoras lançaram para cumprir a meta original da UE. Esse atraso permitirá que a indústria tire o pé do acelerador para o lançamento de veículos elétricos, ao mesmo tempo em que desacelera os investimentos”.
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