Porsche prepara o adeus do Macan a combustão para dar lugar à versão elétrica

A Porsche vem passando por uma grande transição global para cada vez mais eletrificação e menos motores a combustão. A linha 718, por exemplo, se despede agora em 2025 para dar lugar à nova geração elétrica. E o próximo da fila é o Macan, que vai deixar de ser produzido para finalizar uma trajetória que começou há mais de uma década. 

De acordo com a divulgação do Motor1.com, o CFO da Porsche, Jochen Breckner, comentou na conferência de resultados do terceiro trimestre da marca que os últimos exemplares do Macan a gasolina deixarão a linha de montagem até meados de 2026. Em alguns mercados fora da Europa, estoques remanescentes até podem ter alguns exemplares, mas a produção será oficialmente encerrada.

O fim da versão a combustão acontece por uma série de motivos, porém o principal é devido a regulação de cibersegurança (GSR2), que exige todas as fabricantes de automóveis implementem um Sistema de Gestão de Cibersegurança para identificar, avaliar e mitigar riscos cibernéticos durante todo o ciclo de vida do veículo. 

No caso do Macan, a Porsche entendeu que não seria economicamente viável adaptar-se às novas normas. Essa exigência entrou em vigor em julho de 2024. Outra questão é que o Macan fora da Europa estava ainda com boas vendas, mas a Porsche já vinha preparando o terreno para o Macan elétrico.

E os números do Macan elétrico são positivos para a marca. Em 2025, quase 60% das vendas do Macan já são da opção a bateria, que superou o modelo a gasolina. Foram 64.783 unidades entregues globalmente. Destes, 36.250 unidades eram os modelos elétricos, enquanto 28.533 emplacamentos com motor a combustão foram entregues, grande maioria fora da União Europeia. Ou seja, um indicativo que a estratégia deu certo.

História de sucesso

O Macan foi lançado em 2014 e rapidamente virou um dos pilares da Porsche no mundo, acumulando cerca de 1 milhão de unidades produzidas em 12 anos. Só em 2023, mesmo perto do fim do ciclo, o SUV foi o segundo carro mais vendido da marca, com 87.355 unidades, perdendo apenas para o Cayenne.

Mas as regras mudaram e a Porsche teve que se adaptar. A Marca de Stuttgart precisou tirar o Macan a gasolina da Europa em 2024 por não atender às novas exigências, porém fora da Europa as vendas continuam, como é o caso do Brasil, onde o SUV parte de R$ 530.000.

O Macan elétrico, por sua vez, que é vendido no Brasil desde novembro de 2024 e começa em R$ 700.000, é construído sobre a nova plataforma PPE (Premium Platform Electric), desenvolvida junto com a Audi. Mesmo assim, a Porsche percebeu que ainda existe um público fiel que quer um SUV a combustão e mais acessível que o Cayenne, todavia com o mesmo DNA de esportividade.

E é aí que entra o plano para o novo SUV a gasolina e híbrido, que poderá ser lançado em torno de 2028. A fabricante ainda estuda lançar um sucessor espiritual do modelo, mas sem o nome Macan. 

Para isso, a Porsche pode aproveitar a sinergia com o Grupo Volkswagen e utilizar a plataforma Premium Platform Combustion (PPC), a mesma base do novo Audi Q5 e A5.

Mas para não assustar seus consumidores fieis, a Porsche não vai matar todos os modelos a combustão, e nem é o que ela quer. Além de um provável sucessor do Macan, a Porsche vai manter o Panamera, Cayenne e o lendário 911 com versões a combustão e híbridas, pelo menos até o final da década. 

A ideia é ter rentabilidade nos principais mercados e adaptar a linha de acordo com as demandas locais e as regras de emissões. Ainda assim, a Porsche terá um vazio de cerca de dois anos entre o fim do Macan atual e a provável chegada do novo SUV. 

E você, acha que a Porsche vai conseguir deixar o mesmo prestígio com seus SUVs elétricos? Deixe seu comentário!

---