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Porsche revela carro de corrida movido a lixo e vento. Será esse o futuro?

Combustível renovável da Porsche usa resíduos orgânicos e biomassa para diminuir o CO2 e deixar os esportivos longe das tomadas

4 min de leitura

A Porsche revelou o novo carro de corrida da Porsche Cup 2026, que chega com melhorias técnicas e principalmente uma grande novidade que é o uso exclusivo de eFuel, combustível sintético feito a partir de fontes renováveis. O modelo será usado na temporada de 2026 da Porsche Mobil 1 Supercup e em outras competições da Carrera Cup.

Baseado na reestilização da geração 992 (a mesma do 911 de rua), o novo carro foi desenvolvido desde janeiro de 2024 e terá produção iniciada no segundo semestre de 2025, na sede da marca em Zuffenhausen, na Alemanha.

A Porsche promete melhorias na aerodinâmica dianteira, nos freios, na eletrônica embarcada, no câmbio e no comportamento geral do carro. Todo o desenvolvimento do modelo teve testes feitos em pistas como Monza (Itália), Lausitzring (Alemanha) e no circuito de testes da própria marca, em Weissach.

Carro da Porsche Cup de dianteira estático que utiliza Combustível fóssil
Porsche Cup 2026 [Divulgação/Porsche]

“Já estamos em um nível de performance muito alto com o atual GT3 Cup. Por isso, conseguimos focar no feedback das copas monomarca ao redor do mundo e refinar o carro em diversos aspectos”, disse Jan Feldmann, gerente de projeto da divisão GT da Porsche Motorsport.

Nada de gasolina comum, só eFuel

O novo carro não foi testado com gasolina convencional. Todo o desenvolvimento foi feito utilizando exclusivamente um combustível sintético renovável, o mesmo usado na Porsche Mobil 1 Supercup de 2025. 

Carro da Porsche Cup de lado em movimento que utiliza Combustível fóssil
Porsche Cup 2026 [Divulgação/Porsche]

Diferente da gasolina comum, que vem do petróleo, esse tipo de combustível é produzido a partir de matéria-prima renovável, como resíduos orgânicos, biomassa e até CO2 capturado da atmosfera. 

Ou seja, ele é feito a partir de restos de plantas e alimentos que sobram em lavouras e indústria, como bagaço de cana-de-açúcar, palha de milho, casca de arroz ou resto de madeira. Tudo isso pode virar etanol — o mesmo tipo de álcool que usamos no Brasil, mas com resíduos ou sobras —, metanol ou gás dependendo do processo químico. Esse etanol entra para aumentar a octanagem e deixar o combustível mais eficiente.

Porsche 911 GT3 [Divulgação]

A ideia é fazer um combustível que não dependa do petróleo, que leva milhões de anos para se formar, e que emita muito menos gás carbônico ao longo de todo o processo, do início da produção até o uso no carro.

Enquanto o combustível fóssil emite CO2 que estava preso há milhões de anos no subsolo, o eFuel usa CO2 que já está no ciclo natural, o que pode ajudar a zerar ou ao menos reduzir bastante as emissões

Porsche 911 GT3 [Divulgação]

Além disso, segundo a Porsche, esse combustível é voltado para os motores boxer da marca, mas os aprendizados que foram ganhos na pista podem futuramente chegar aos carros de rua  — para amantes do motor a combustão, isso pode ser uma luz no fim do túnel. A montadora já deixou disse que não irá abandonar os motores a gasolina tão cedo.

Produção no Chile

O combustível utilizado no novo Porsche Cup é produzido pela empresa HIF, no projeto-piloto Haru Oni, no sul do Chile. Por lá, toda a energia elétrica usada no processo vem de fontes 100% renováveis, principalmente energia eólica. 

Porsche 911 GT3 [Divulgação]

Além disso, as emissões de CO2 que ocorrem inevitavelmente no transporte são compensadas com créditos de carbono de usinas renováveis da América do Sul.

Você acha que o combustível fóssil é a solução ou acredita que os carros elétricos é o melhor caminho? Deixe sua opinião nos comentários!


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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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