AMG GT é um Mercedes-Benz raiz com quê de Porsche | Impressões

Ainda que tenha demorado mais do que deveria para chegar ao Brasil, o Mercedes-Benz AMG GT ainda é um MB raiz. Mesmo eletrificado e modernizado, o esportivo traz o melhor que a marca sabe fazer quando insere a sigla AMG em seus modelos. O Porsche 911 da Daimler segue vivo e forte.

Brutalidade que fala

Antigamente, os Mercedes-Benz AMG eram conhecidos pelo motor V8 com ronco extraordinário e torque capaz de alterar o eixo da terra. Pois bem, isso segue vivo no AMG GT brasileiro. Ele traz um 4.0 V8 biturbo de 612 cv e 86.7 kgfm de torque. Está bom para você? Se não, tudo bem, tem mais.

O 4.0 V8 ainda é combinado a um motor elétrico de 204 cv e 32,6 kgfm que, sozinho, já teria números interessantes para um carro do dia-a-dia. Como conclusão, são absurdos 144,8 kgfm de torque. O mesmo de um caminhão ou algo digno de arrancar um pedaço de asfalto. A potência é de humildes 816 cv.

Como resultado, você tem um verdadeiro torpedo que dispara aos 100 kmh/ em ridículos 2,8 segundos e não para de acelerar até chegar aos 320 km/h. Ou 130 km/h se você resolver andar só no modo elétrico – mas aí também vai demorar mais para chegar à velocidade máxima do AMG GT.

Só a autonomia elétrica é pífia, com 9 km apenas. O câmbio é um automático tradicional de nove marchas que faz a dança entre o motor a combustão e o elétrico ser o mais harmoniosa quanto possível. A tração é entregue nas quatro rodas, mas se você colocar no Sport+.

Arrasta para cima

Sabe o que mais me chateou no C63 AMG? É o fato de que ele não tem mais motor V8 e perdeu a capacidade de sentir que você vai morrer em uma curva do jeito errado. É preciso braço para andar nos modelos mais antigos, o que os tornam muito mais divertidos. Até rodei com ele novamente na mesma pista que testei o AMG GT para lembrar disso.

Meu medo, com razão, era que a eletrificação fizesse o mesmo com o AMG GT, por mais que ele mantenha o motor V8. Mas não, ainda bem que não. A traseira ainda é alegre, saindo fácil quando o acelerador é provocado em uma curva mais forte. Ainda assim, você tem uma certa dose de precisão para manter as coisas no lugar.

Não é um carro sobre trilhos como o C63, e ainda bem, mais ainda assim é menos assustador do que os AMG clássicos. A direção pesada é rápida e direta para facilitar a tocada mais esportiva. E, como a frente é longa e você senta quaes no eixo traseiro, tem a sensação de que o controle de tração é o seu traseiro.

Equilíbrio de tudo

Ao custar salgadíssimos R$ 1.697.900, o Mercedes-Benz AMG GT entrega verdadeiros níveis de luxo. Nada de couro que não é couro ou tecido de baixa qualidade, como visto em outros modelos da marca. Toda superfície do painel é macia e bem cuidada, assim como os bancos. É interessante que o volante mistura fibra de carbono, couro e alcantara.

Como parte da nova identidade visual da Mercedes-Benz, o AMG GT tem tela retangular verticalizada e levemente inclinada. O painel de instrumentos fica em um recuo que deixa o estilo mais instigante e esportivo, mas segue o padrão visual da marca nos elementos internos. 

Espaço traseiro é praticamente inexistente, com o banco muito pequeno e mais duro do que deveria. Por fim, temos porta-malas de 182 litros com surpreendente abertura elétrica.

Veredicto

Cansou do Porsche 911 e quer algo mais forte, igualmente luxuoso e moderno? O Mercedes-Benz AMG GT consegue ser o tipo de carro que entrega muito…custando muito. É o esportivo que volta a honrar a sigla AMG que carrega e ainda traz um toque a mais de personalidade. 

Você teria um Mercedes-AMG GT? Conte nos comentários.