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Fiat Argo 1.3 Drive CVT agrada, mas não faz sentido |Avaliação

Econômico e bom de andar, o Fiat Argo 1.3 Drive CVT é simples demais, e fica perdido até mesmo dentro da Stellantis

6 min de leitura

O Fiat Argo já pode ser considerado um veterano em nosso mercado. Não no sentido de estar obsoleto. Pelo contrário, ele continua sendo um carro bom, mas já está entre nós há sete anos. E, neste período, poucas mudanças foram feitas. Na realidade, o Argo foi bastante simplificado ao longo dos anos, mas isso eu explico ao longo do texto.

A versão testada foi a Drive CVT, que é equipada com o câmbio CVT e motor 1.3 flex de 107 cv e 13,7 kgfm de torque, com etanol, e 98 cv e 13,2 kgfm de torque, com gasolina. Com esses números, não espere um desempenho acima da média. No entanto, o Argo é um carro leve e dá conta do recado.

O maior problema é a simplicidade desta versão, que não traz nem rodas de liga leve e faróis de neblina. E seu preço hoje é de R$ 97.990, mais caro que um Citroën C3 You, que conta com o motor 1.0 turbo de 130 cv e câmbio CVT, e perto dos R$ 99.990 cobrados pelo novo Peugeot 208 Allure turbo, com o mesmo conjunto mecânico do C3. Ou seja, até mesmo no Universo Stellantis, o Fiat Argo Drive CVT está perdido.

Fiat Argo Drive 1.3 CVT [Auto+/Leo Alves]
Fiat Argo Drive 1.3 CVT [Auto+/Leo Alves]

Ao volante com o Fiat Argo Drive CVT

Logo que saí com o Fiat Argo CVT, me chamou a atenção a leveza da direção elétrica. Em baixas velocidades, e até mesmo na hora de manobrar, a direção facilita bastante o processo. Conforme a velocidade sobe, o sistema progressivo aumenta o peso, mas sem deixar a direção desconfortável. É, realmente, algo a se elogiar no hatch.

E por falar em velocidades maiores, o Argo se comporta muito bem em estradas. Por conta do local onde moro, preciso pegar rodovias com frequência, o que ajuda na hora de avaliar os carros que testo. A suspensão tem um ótimo acerto, com o hatch fazendo curvas muito bem. A estabilidade, de maneira geral, é bastante positiva.

Fiat Argo Drive 1.3 CVT [Auto+/Leo Alves]
Fiat Argo Drive 1.3 CVT [Auto+/Leo Alves]

Na cidade, o Argo com motor 1.3 e câmbio CVT encontra o seu habitat. Compacto e leve de guiar, ele ainda tem a facilidade de se ter uma transmissão automática disponível, o que é útil no trânsito frenético de São Paulo. E por ter pouco mais de 4 metros de comprimento, é fácil encaixar o modelo em uma vaga. Hatches ainda conseguem ser bastante práticos, e para a maioria das pessoas um carro deste tamanho seria suficiente.

Como mencionei o câmbio automático, acho que cabe aqui uma reflexão. É comum nós, jornalistas, falarmos que a transmissão CVT lembra uma enceradeira. De fato, ao cravar o pé no acelerador, o câmbio eleva o giro e o motor do hatch grita. Porém, isso é feito pouquíssimas vezes, como em uma ultrapassagem ou ao encarar uma subida mais íngreme. 

Fiat Argo Drive 1.3 CVT [Auto+/Leo Alves]
Fiat Argo Drive 1.3 CVT [Auto+/Leo Alves]

Será que não pegamos muito no pé dessa transmissão? Afinal, ninguém dirige o tempo todo com o pé cravado. E, caso você dirija assim, algo não está certo. Foi apenas uma pensata, mas o comportamento do CVT do Argo não me irritou. Pelo contrário, ele responde bem e está bem acertado com o motor.

Espaço amplo

Outro ponto de destaque do Argo é o espaço. Por incrível que pareça, ele consegue ter um espaço traseiro maior que o de muita picape. Recentemente, testei uma Ford Maverick. E eu, com meu 1,87 m, me sentia completamente espremido no banco traseiro. No Argo, eu me acomodava confortavelmente. O entre-eixos, de 2,52 m, não é imenso. Mas o aproveitamento de espaço é muito bom no hatch.

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

No porta-malas, os 300 litros de capacidade estão dentro da realidade do segmento. É um carro compacto, então a litragem pode ser considerada boa. Pena que essa versão não tem nem banco bipartido, porque isso amplia a usabilidade do carro. Como disse, a Fiat simplificou bastante o Argo. Em alguns pontos, até demais.

Simples, mas funcional

Realmente, a simplicidade do Argo Drive CVT salta aos olhos tanto no visual externo, com as calotas, e também no interior. A cabine é praticamente a mesma desde a estreia. Há uma central multimídia, mas ela tem apenas 5 polegadas. A tela do seu celular é maior do que isso. Só existe duas portas USB em toda a cabine. Não existe saída de ar para a traseira, tão pouco mais airbags do que os dois obrigatórios por lei.

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

Os plásticos estão por toda parte na cabine. Isso passa despercebido em uma versão de entrada, mas em um modelo de quase R$ 100 mil e que é praticamente o topo de linha do modelo (há ainda a versão Trekking, com preço inicial de R$ 103.990), essa falta de cuidado com o interior é um ponto bastante negativo.

O Argo também é carente em porta-objetos. Simplesmente não existe um bom lugar para deixar seu celular, enquanto ele espelha a tela, por cabos, na central multimídia. O único local que encontrei foi na frente do seletor de marchas. O problema é que para colocar em P, era preciso tirar o celular dali. Ou seja, já passou da hora da cabine ser atualizada.

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

Veredicto

Por R$ 97.990, é difícil justificar a compra dessa versão para pessoas físicas. A impressão que fica é que o Fiat Argo Drive CVT foi pensado para frotas, principalmente locadoras. Por R$ 2 mil a menos, o Citroën C3 You oferece mais itens e mais potência. Por R$ 2 mil a mais, há o Peugeot 208 Allure, que é melhor em quase tudo, exceto espaço interno.

Eu gosto dessa configuração 1.3 + câmbio CVT. O motor aspirado pode não entregar um ótimo desempenho, mas não deve também. E o consumo é bom, com 12,6 km/l (gasolina) e 9,1 km/l (etanol), na cidade. E na estrada, com 13,9 km/l (gasolina) e 10,1 km/l (etanol). Dessa forma, se você procura um hatch automático na casa dos R$ 100 mil, é melhor olhar a concorrência. O Argo é ótimo e merecia um cuidado melhor. Mas, infelizmente, ele se tornou simples demais nesta versão.

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

Você teria um Fiat Argo nesta versão? Deixe nos comentários a sua opinião.



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9 comentários em “Fiat Argo 1.3 Drive CVT agrada, mas não faz sentido |Avaliação”

  1. Edmundo Junior Kajueiro

    Gosto das avaliações do site, mas achei um erro avaliarem o Argo por 97k… Entendo que é o preço de tabela dele, mas na prática essa versão drive CVT sai por 89.990…

    Pra efeito de comparação o Peugeot sai por 99.990, e o C3 por 95.990… ou seja a diferença não é tão pequena quanto a reportagem sugeriu.

    No mais, é um carro correto, macio e confortável por dia a dia… Espero que com essa reestilização ano que vem, deixem o modelo com mais fôlego perante a concorrência até a chegada da nova geração.

  2. PAULO SARACELLI

    Dico triste pelo argo tá de escanteio a Fiat tem esse péssimo costume, fez isso com o uno, com o Palio, com o Punto, com o bravo… Simplesmente não da pra entender…

  3. Bart

    Mas é a tabela do carro
    nao faz sentido avaliar por preço de desconto na concessionária
    nenhum veículo de jornalismo automotivo faz isso
    a não ser quando tem preços promocionais oficializados como os da Peugeot, mas que não é o caso do Argo
    inclusive a matéria cita o fato de não fazer sentido a ponto de parecer que é carro pensado pra frota, pois é vendido com muitos descontos

    • Edmundo Junior Kajueiro

      A Tabela do C3 é de 99.990 e ele sai por 95.990 na prática, que é o mesmo valor que a reportagem colocou.

      A tabela do Argo é 97.990, mas o carro sai a 89.990 e há tempos isso é anunciado para clientes comuns, se for levar em conta dos descontos para pcd sai mais barato ainda.

      • Bart

        A tabela do C3 não sai a 99.990
        A Citroen até teve q emitir uma nota falando sobre isso
        O preço de 99 mil é uma burocracia da legislação pra carros que são vendidos na internet
        Mas a assessoria da Citroen explicou que o preço é 95 mil

    • RO

      Se for por preço de tabela, o C3 não sai por R$95.990 e o 208 não custa R$99.990.

  4. Francisco Magalhães de Aquino

    Parece q o único modelo q sai ileso é a Toro

  5. RO

    Ele faz sentido no momento que, na prática, a Fiat o vende por R$89.990. É preço de 1.0 aspirado manual na concorrência.

  6. awatenor

    Na realidade, parece que a Fiat como um todo anda meio abandonada em função do monte de marcas que ela gere… Parece mais interessada na Jipe que qualquer outra coisa.

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