Sucesso de vendas nos EUA, a Ford Maverick nunca conseguiu repetir o mesmo feito no Brasil. A culpa era dividida entre os norte-americanos que absorviam toda a produção da caminhonete, da Ford do Brasil que a equipou mal e da Stellantis com Fiat Toro e Ram Rampage. Mas aí a Ford Maverick ganhou mudanças e a versão Tremor de R$ 239.900 para brigar com a Rampage Rebel.
E, tirando o infernal retrovisor com zoom do lado esquerdo, posso te garantir que todos os problemas que a Ford Maverick tinha foram resolvidos com essa mudança. E, ainda por cima, ela ficou melhor de dirigir e com preço muito bem acertado. Se a Ford der atenção e mídia para ela, tranquilamente dobra as vendas. Mas o que foi feito?
Era tudo que faltava
Uma reclamação constante que tinha sobre a Ford Maverick era a inexplicável ausência de sensor de estacionamento. Na linha 2025, ela ganhou o item na dianteira e na traseira, enquanto a câmera de ré evoluiu para uma 360 graus. O sistema de som, que era bom, agora é assinado pela Bang & Olufsen.

Ela não tinha piloto automático adaptativo ou alerta de ponto cego, agora são itens de série junto do sistema de manutenção em faixa e do alerta de tráfego cruzado. Além disso, a Ford Maverick é a única caminhonete intermediária com teto solar, mesmo que seja um vidro pequeno.
A lista de itens de série ainda traz ar-condicionado digital de duas zonas, chave presencial, bancos dianteiros e volante com aquecimento, partida remota, banco do motorista com regulagem elétrica, banco do passageiro com regulagem de altura, volante com regulagem de altura e profundidade.

Há ainda faróis de LED com acendimento automático, seis airbags, assistente de partida em rampa e de descida, indicador de fadiga, frenagem autônoma de emergência, vidros elétricos nas quatro portas com função um toque, start-stop, auto-hold, controle de tração e estabilidade. Ok, temos resolvidos os problemas de equipamentos.
Ronquinho de esportivo, ela tem
Algo que mais me surpreendeu na Ford Maverick 2025 é a sua sonoridade. Já havia tido contato com o motor 2.0 turbo atualizado no Bronco Sport. Ele recebeu diversas alterações e melhorias para ser mais econômico, menos poluente e, ainda por cima, entregar números melhores.

São 253 cv e 38.7 kgfm de torque entregues pelo quatro cilindros turbo a gasolina que…espera aí…isso é um quatro cilindros? Por incrível que pareça, a Ford conseguiu fazer uma sonoridade genuína de um motor com pelo menos dois cilindros a mais. É um ronco grave, encorpado e forte. E nada de som simulado porco, como fazem algumas marcas.
É possível ouvir o som do turbo espirrando, do ar sendo puxado pelo motor e o tom borbulhante dos cilindros trabalhando. E isso também se traduziu em uma agilidade invejável. Nada de delay de acelerador, as respostas da Ford Maverick Tremor são instantâneas.

Prova disso é que ela chega aos 100 km/h em 7.2 segundos, mas tem velocidade máxima limitada a 175 km/h. A transmissão automática de oito marchas completa com chave de ouro o conjunto mecânico. Ela entrega trocas rápidas e muito suaves, com reduções bem rápidas quando solicitada.
O problema é que o consumo desanima. Oficialmente, ela marca 8.4 km/l na cidade e 10.7 km/l na estrada – lembrando que a Ford Maverick bebe apenas gasolina. Só que a Tremor conta com pneus 235/65 R17 de perfil off-road. Ou seja, são bem ruidosos no uso em asfalto e aumentam a resistência de rolagem, prejudicando o consumo.

Durante nossos testes, a Maverick Tremor marcou média de 8.2 km/l entre cidade e estrada, sendo 50% do trajeto para cada situação. Como ela é um carro instigante para andar rápido, esse consumo pode piorar ainda mais.
Asfalto e terra
Inegavelmente, a Ford Maverick sempre foi um carro bom de asfalto, mas o tratamento Tremor poderia trazer bem-aventuranças na terra? O tratamento off-road da caminhonete trouxe consigo suspensão elevada a qual ampliou o vão livre do solo em 2.2 cm, totalizando saudáveis 22.6 cm (0,3 cm maior do que o da Ram Rampage).

Além disso, o conjunto de suspensão foi todo retrabalahdo com novas molas, amortecedores, barra estabilizadora menos rígida com o objetivo de permitir maior curso de atuação da suspensão. Temos ainda para-choque dianteiro recuado que elevou o ângulo de entrada de 20,6° para a 30,9° (auxiliado também pela suspensão mais alta).
No ângulo de saída, ela foi de 20,4° para 21,3°, enquanto o de transposição de rampas alcança 20°. Ou seja, aquela reclamação corriqueira de que a Maverick era baixa ou raspava demais, foi de arrasta para cima com a Tremor. Só que não é só isso. Se muita gente tinha dó de colocar a FX4 na terra, a Tremor ama esse cenário.
![Ford Maverick Tremor [Auto+ / João Brigato]](https://uploads.automaistv.com.br/2025/08/Ford-Maverick-Tremor-avalia-21-1320x743.webp)
Ela traz tração 4×4 com bloqueio eletrônico de diferencial traseiro e vetorização de torque. Ela chega bem próxima de fazer o nível de off-road que o Bronco Sport faz, limitada somente ao seu tamanho maior por ser uma caminhonete. E a terra se torna seu cenário ideal. Onde ela anda com muito conforto, robustez e aguenta até alguns saltos.
Já no asfalto, a grande capacidade de curvas da Ford Maverick foi levemente reduzida por conta dos pneus e suspensão off-road. Mas ela ainda não nega ter a mesma plataforma do Focus, entregando muita diversão. A direção, recalibrada nessa versão, é firminha como um típico Ford.
Melhorou muita coisa, mas piorou algo

Por dentro, a Ford Maverick Tremor não entrega o mesmo nível de sofisticação de uma Ram Rampage, mas empata com a qualidade interna da Fiat Toro. A reestilização trouxe algumas importantes novidades, mas um regresso em termos de ergonomia, visto que os comandos do ar-condicionado foram para a central multimídia, infelizmente.
O painel de instrumentos agora é totalmente digital, sendo o mesmo das versões de entrada da Ranger. Ele é simples, mas bem feito e dá conta do recado. Só é lento na operação dos menus. Já a central multimídia ficou excelente. Primeiro porque eliminou o porta-objetos mais inútil do mundo que ficava na lateral da tela no modelo anterior.


Ainda que a tela deveria ter ganho um pouco de inclinação para cima para facilitar a leitura, ela tem excelente definição, é rápida e intuitiva de usar, além de bonita. Tem Android Auto e Apple CarPlay sem fio, mas quem quiser usar cabo tem opção USB C ou UBS normal. Há ainda carregador de celular por indução, caso necessário.
As portas da Maverick Tremor são geniais, com espaço para uma garrafa grande em pé, além de vários nichos para colocar objetos. O console central tem lugar para deixar o celular em pé, dois porta-copos e o descansa-braço com mais espaço para cacarecos. Debaixo do banco traseiro, há ainda um alçapão que funciona como mini porta-malas.
Espaço referência



No segmento de caminhonetes intermediárias, todas, menos a Ford Maverick, são apertadas. Toro, Rampage, Oroch e Montana não tratam bem quem senta atrás, ao contrário do modelo da Ford. Como as colunas são bem retas, a cabeça tem muito espaço, enquanto o entre-eixos longo permite que os joelhos tenham área para mexer.
Como as portas traseiras também trazem diversos nichos de armazenamento, a Ford migrou a caixa de som para a coluna C. Já a janela traseira é aberta eletricamente, coisa que nem a F-150 tem.

Com 943 litros de capacidade, a caçamba é bem grande e larga. Ela conta com tomada residencial no canto esquerdo e com um espaço fechado do lado direito. A tampa é bem leve, mas despenca com tudo ao ser aberta. Contudo, traz gancho para limitar a abertura e até abridor de garrafa. Agora a capota marítima é item de série.
Veredicto
Antigamente, os consumidores de caminhonetes reclamavam que a Maverick era baixa, mal equipada e cara. Tudo isso foi solucionado na linha 2025 com a chegada de toda pegada off-road da Maverick Tremor, mais equipamentos em todas as versões e redução de preço. Inclusive, a Tremor custa o mesmo de um Rampage de entrada!

No final das contas, a fórmula da Maverick foi aperfeiçoada na medida certa e agora se torna uma caminhonete verdadeiramente interessante no mercado. Porém, não é sofisticada igual a Ram Rampage. Mas anda mais e é mais divertida. Ford, só não esqueça que ela existe, como fez com o modelo anterior.
Você teria uma Ford Maverick Tremor? Conte nos comentários.



Velocidade final de 175 km x 220 (210) Rampage, interior bem mais pobre , menos itens de conforto , manutenções mais caras e o pós vendas sofrível da Ford , tornam a situação complicada para Maverick e isso se reflete nos números de vendas.
Estou aguardando a maverick hibrid…ve vier nestas condições, com certeza vou adquirir uma.
Gosto da Maverick, tenho ima 2022 com 9.500 km
Devo trocar pela tremor ano q vem.
Gostei muito do carro. Estou saindo da Toro ultra. É mais equipada e muito boa de dirigir. Só estou aguardando chegar!
Comprei uma Tremor justamente pelas qualidades e custo-benefício em relação a Rampage. Esta última tem mais qualidade do acabamento, mas é bem mais cara e também não possui câmeras 360°. Não me arrependo, foi uma escolha tanto mais racional (preço) e emocional (equipamentos) do que a Rampage.
Além disso, pra quem deseja um carro com cores que fujam do tradicional preto/prata/cinza/branco, a Maverick é ótima, tem uma paleta de cores perfeita!
A minha Ranger realizou o rico de troca do para-brisa três vezes. A Ford sabe que o problema é estrutural, mas até hoje não resolveu. O carro apresentou problemas elétricos, falhas no câmbio que nunca foram corrigidas substituição do multimídia duas vezes diversas panes por problemas de alimentação de combustível e por último agora tive que realizar um recall para abrir o motor e trocar duas peças. Depois disso a caminhonete não foi mais a mesma.
Camionete de festa de peão.
Ford nunca mais na minha vida.
Sofri tudo que eu não merecia com uma Ranger V6 que comprei no começo desse ano. A qualidade da Ford caiu muito. Neste meio de ano ela já tinha mais de 100 recalls nos Estados Unidos, mais do que o ano passado inteiro.
O Maverick também é outro encrenca. Não vale a pena. Cheio de recalls.
Eu tenho uma 2022 e o grande defeito é não ter ar-condicionado para passageiros no banco de trás e inacreditavelmente não foi corrigido, falta sensor de chuva e rebater espelhos, Ford não se importa com brasileiros, assistência técnica precária fora dos grandes centros e manutenção caríssima.
Não troco minha trailblazer por nada! Essa sim é um carro bom!