GWM Wey 07 mostra que os chineses foram longe demais | Impressões

Quem ainda duvida que os chineses aprenderam rápido demais a fazer carros bons precisa dar uma volta pelas concessionárias por aí. Quando falamos de luxo de verdade, até agora só a Zeekr tinha mostrado que era possível uma marca chinesa fazer. Pois agora chega a vez da GWM com o Wey 07.

Esse SUV grande de R$ 429 mil tem uma pegada bem diferente do que estamos acostumados a ver em Audi, BMW, Mercedes-Benz e Volvo. Seu luxo não é ostensivo, mas sim feito a partir de mimos e regalias. É uma pegada bem chinesa, em que a tecnologia e o cuidado encantam ao invés da ostentação.

Quer um exemplo prático disso? O banco dianteiro pode ser inclinado em 110 graus para maximizar o conforto sem forçar nenhuma área do corpo. Por isso até a GWM instalou o cinto de segurança no encosto do assento. Outro ponto é que a marca transformou a fileira central em uma primeira classe.

Ao invés do tradicional banco com três posições, ele foi dividido em duas poltronas individuais bem largas com descanso de braço dos dois lados. Cada assento pode ser controlado eletricamente de maneira individual, além de contar com aquecimento, resfriamento e massagem. Só a turma do fundão não tem massagem e resfriamento.

E se você for viajar, o GWM Wey 07 conta com uma geladeira no meio do console que é capaz de manter alimentos aquecidos ou resfriar bebidas a ponto de quase congelá-las. Se houver briga pela temperatura do ar-condicionado, o motorista tem uma zona, o passageiro da frente tem outra e o restante do carro mais uma. Todo mundo com saídas individuais.

Preço agregado

A grande questão do Wey 07 é oferecer essa tonelada de luxo e refinamento em um carro relativamente barato. Afinal, pelo porte dele, as marcas premium só terão carros acima de meio milhão. São 5,15 m de comprimento, 1,80 m de altura, 1,98 m de largura e 3,05 m de entre-eixos.

Isso garante espaço em todas as fileiras, inclusive, surpreendentemente, na terceira fileira. Eu com 1,87 m de altura consigo sentar lá atrás com conforto se o passageiro central empurrar o banco um pouco para a frente. Espaço para a cabeça até sobra. O porta-malas leva 239 litros com os três bancos em uso ou 1.040 litros com a terceira fileira recolhida.

E não importa em que fileira você está, o acabamento é impecável. A GWM equipou o Wey 07 com couro nappa que é usado em todas as superfícies que você constantemente toca. Até mesmo a tampa do porta-luvas é macia, para ter noção no nível de cuidado. Pena que o visual minimalista não passe a sensação de refinamento, parecendo simples demais.

Um, dois, três

Assim como o Haval H6, o GWM Wey 07 é equipado com motor 1.5 quatro cilindros turbo a gasolina ligado a dois motores elétricos, um na dianteira e outro na traseira. Ao todo, são 517 cv e 83,6 kgfm de torque, que entregam uma aceleração de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos. 

Algo interessante do comportamento do Wey 07, que se repete com o Haval, é que ele acelera bem na arrancada, depois engata a próxima marcha e aí sim ganha velocidade com tudo. Em retomadas, isso também acontece, onde parece que o SUV tem mais facilidade de fazer o velocímetro correr mais rápido quando está em alta velocidade.

Os três motores trabalham em absoluta harmonia sem fazer ser percebida a atuação de um ou de outro. Também, com o nível de isolamento acústico obsessivo que a GWM instalou no carro, não é de se surpreender. Afinal, ele tem janelas laminadas nas duas fileiras dianteiras, muito material isolante e até pneus com redutor de ruído.

Barca

Por ser um SUV verdadeiramente grande, o GWM Wey 07 tem comportamento de barca, mas não uma barca chinesa. Afinal, a suspensão de pudim não é uma realidade para a GWM, ao contrário de várias outras marcas do mesmo país. O que surpreendeu é que as condições das vias do test-drive eram péssimas e o Wey as encarou tranquilo.

Fomos até o interior da Bahia, onde foi preciso rodar por ruas de areia e terra logo após uma chuva forte. Ou seja, havia mais buraco do que rua. A suspensão do Wey 07 trabalhou muito bem absorvendo todos os impactos com conforto, mesmo quando dirigido no modo sem dó. A carroceria não range e ele não parece estar estranho ao ambiente.

A direção é bem calibrada, pendendo mais para o conforto, mas com respostas a contento e calibragem ao gosto do brasileiro. A GWM também soube calibrar melhor os sistemas ADAS, diminuindo o excesso de apitos e avisos que estão presentes em outros modelos da marca, como o Haval H6.

Veredicto

Custando o que custa, o GWM Wey 07 parece uma pechincha. Ele entrega luxo e porte de Volvo XC90 com preço de XC60 e ainda é muito mais eficiente do que o sistema híbrido da Volvo. Claro que é uma aventura para clientes premium que costumam ser extremamente tradicionalistas, especialmente os donos de BMW e Audi.

É, facilmente, o carro mais luxuoso que temos no Brasil hoje por R$ 429 mil, mas que só vai convencer os compradores que forem até a GWM para ver o Wey 07 ao vivo. Afinal, esse SUV não passa a sensação de refino que tem pelas fotos. Uma pena. 

Você teria um GWM Wey 07? Conte nos comentários.

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