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Próximo passo do dono de Creta?

Hyundai Kona Hybrid finalmente faz sentido | Impressões

Com mais potência e visual mais chamativo que o Toyota Corolla Cross, Hyundai Kona Hybrid é surpreendente

6 min de leitura

Pouca gente lembra, mas a Hyundai vendeu a primeira geração do Kona no Brasil em versões híbrida e elétrica. O problema é que ele veio quando a CAOA ainda geria a linha de importados e o trouxe no momento em que ele saiu de linha lá fora. Agora sob comando total da Hyundai, o Kona Hybrid volta fazendo muito mais sentido.

Aqui no Brrasil, o Hyundai Kona será vendido em duas versões: Ultimate de R$ 214.990 e a Signature de R$ 234.990. Percebe que ele fica exatamente no meio do Toyota Corolla Cross Hybrid? O SUV japonês conta somente com a versão XRX com motor híbrido e parte de R$ 219.890 (R$ 221.910 com pintura metálica ou R$ 222.220 no branco lunar).

E é de olho no sucesso do Toyota Corolla Cross, mas na falta que a versão Hybrid tem, que o Hyundai Kona chega ao Brasil. Só que, finalmente, ele passa a fazer sentido dentro do portfólio da marca. Afinal, agora se torna um próximo passo lógico para quem sai de um Creta e ainda não tem o Tucson para olhar.

Hyundai Kona Hybrid cinza de frente
Hyundai Kona Hybrid [Auto+ / João Brigato]

Muito mais força

Debaixo do capô, o Hyundai Kona Hybrid conta com motor 1.6 quatro cilindros combinado a um motor elétrico. Ao todo, são 171 cv e 27 kgfm de torque – bem mais que os 122 cv providos pelo motor 1.8 híbrido flex do Corolla Cross. Ambos, vale lembrar, são híbridos de verdade, mas que não precisam de tomada para recarregar.

A transmissão é automatizada de dupla embreagem com seis marchas. É um câmbio parecido com o do Creta, mas com uma marcha a menos e embreagens a seco. A marca garante que ele aguenta pelo menos 300 mil km rodados com manutenção adequada. Então sem ficar com medo de ser um Powershift.

Hyundai Kona Hybrid [Auto+ / João Brigato]

Dinamicamente, o Kona surpreende pela suavidade. O motor 1.6 junto do elétrico forma um conjunto muito mais esperto que o Corolla Cross, acelerando sem medo e ganhando velocidade fácil. Contudo, o câmbio parece trabalhar quase como um CVT, mantendo a rotação do motor alta e demorando a fazer trocas.

Além disso, mesmo em trânsito leve, é possível ver o motor girando a 2.2 mil rpm para carregar o sistema elétrico, depois baixando para 1.5 mil giros no mesmo ritmo de aceleração e velocidade. Se a bateria atinge carga suficiente, ele desliga e passa a usar somente o motor elétrico. 

Hyundai Kona Hybrid cinza de traseira
Hyundai Kona Hybrid [Auto+ / João Brigato]

Isso torna o Kona um carro muito linear e suave. A troca dos motores não é percebida, enquanto o silêncio à bordo se faz bem presente. Claro que, em acelerações mais fortes, o motor 1.6 canta alto, mas nada fora do comum em um carro andando mais rápido do que deveria.

Conforto em pauta

Seguindo a escola do rival Toyota Corolla Cross, o Hyundai Kona Hybrid é um carro macio e confortável. A suspensão absorve bem os impactos e é nitidamente calibrada para o conforto. Já a direção é leve, mas rápida nas respostas. A assistência elétrica é bem leve nas manobras, vale destacar.

Hyundai Kona Hybrid cinza de lado
Hyundai Kona Hybrid [Auto+ / João Brigato]

Quanto aos sistemas de auxílio à condução, vale pontuar algumas situações. A Hyundai permite que o Kona ande com sistema de manutenção em faixa ou o de centralização em faixa ativados de maneira independente e controlados por um botão no volante. Contudo, o de centralização corrige a trajetória com soquinhos no volante, não sendo natural como o sistema da Honda.

Além disso, o alerta de ponto cego é um tanto quanto desesperado, lembrando muito o de modelos chineses como o GWM Haval H6, que é rival em preço, mas não em porte. Por falar em porte, o Hyundai Kona é um SUV compacto que tenta se passar como médio no Brasil por conta do posicionamento do Creta. E isso trouxe consequências.

Acabamento é bom, mas…

cabine do hyundai kona
Hyundai Kona Hybrid [Auto+ / João Brigato]

A cabine do Hyundai Kona é bem feita, mas está bem longe do padrão que SUVs médios como Jeep Compass e o próprio Toyota Corolla Cross estabeleceram. Ele é, essencialmente, um SUV compacto. Com isso, tem plásticos duros por várias partes da cabine, ainda que conte também com couro natural em boa parte das portas (na versão Signature).

Entretanto, não há nenhum material macio ao toque ou superfícies emborrachadas. Mas, vale destacar, ainda assim é um acabamento bem melhor do que o do Toyota Corolla Cross ou do que o do Honda ZR-V. A Hyundai também merece palmas por ter colocado comandos físicos para o ar-condicionado e para alguns comandos da central multimídia.

cabine do hyundai kona
Hyundai Kona Hybrid [Auto+ / João Brigato]

A central conta com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, além de ótima definição de tela e rapidez de comandos. O painel de instrumentos, também totalmente digital, é uma tela de ótima qualidade e que conta com três layouts de instrumentos que se alteram de acordo com o modo de condução escolhido.

Destaques internos

Criativa no layout do interior do Kona, a Hyundai deu ao SUV um console central muito espaçoso e modular. Ele tem dois porta-copos que podem ser recolhidos e o porta-objetos abaixo do descanso de braço é removível. Com isso, fica quase um mini porta-malas onde caberia uma mochila ali.

O console central ainda tem uma barra com duas entradas USB, sendo que a do lado mais próximo ao motorista pode ser usada para carregamento ou para conexão com a central multimídia. A função é alternada com o pressionar de um botão. Destaque ainda para o espaço traseiro farto.

Mesmo sendo um SUV compacto, o Kona trata bem quem senta atrás. O banco é suficientemente alto para deixar as pernas mais dobradas como em uma cadeira, tudo sem comprometer o espaço para a cabeça. O porta-malas leva 407 litros, enquanto o Creta carrega 422 litros. Mas é suficientemente grande.

Veredicto

Bem equipado e bem precificado, o Hyundai Kona Hybrid finalmente pode ter espaço no Brasil. Ele mira nas pessoas que sentem que o Corolla Cross é fraco demais e que o Haval H6 tem tamanho de ônibus. Além disso, a confiabilidade dos sul-coreanos pesa bastante na hora da compra.

A diferença de R$ 20 mil da versão de entrada para a top acaba compensando por ter couro natural no interior, porta-malas com abertura elétrica, sistema de câmeras 360º e câmera de ponto cego, além de melhor isolamento acústico. É mais caro que o Corolla Cross? Sim, mas também é mais carro. Só perde no acabamento.

Você teria um Hyundai Kona? Conte nos comentários.


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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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