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Refinado e pega barro

Jeep Commander 2026 encara trilha com finesse, ficou mais barato e continua entregando muito | Impressões

Versão topo de linha foi testada impressiona pelo desempenho com tração 4x4, conforto para sete pessoas e desempenho digno de SUV maior

7 min de leitura

A Jeep lançou nesta segunda-feira (18) a linha 2026 do Commander, seu SUV grande de sete lugares que nunca havia recebido um facelift desde que chegou ao mercado, em 2021. A estreia da linha aconteceu em Mendoza, na Argentina, e a Jeep não economizou no roteiro, já que teve estrada, trilha pesada, pedras soltas, areia, subidas íngremes e até descidas inclinadas dignas de picapes grandes para off-road. 

E o Commander encarou tudo com uma naturalidade impressionante — ainda mais considerando que é um SUV grande, pesado e voltado para a família. Tivemos contato com a versão Blackhawk, que aposta em um visual mais esportivo e traz sob o capô o motor 2.0 Hurricane turbo de 272 cv — o mais forte de quatro cilindros da Stellantis hoje no Brasil.

Visual atualizado, mas sem exagero

Por fora, o Commander mudou pouco, mas o suficiente para parecer mais atual. A dianteira ganhou uma peça horizontal acima dos faróis, que são full LED com DRL integrado ao conjunto óptico. O para-choque também mudou, está mais retilíneo, com nova moldura para o farol de neblina. As rodas são novas e a traseira agora traz uma faixa em LED que atravessa a tampa do porta-malas — discreto, mas moderno.

Jeep Commander Blackhawk [Divulgação]

Por dentro, a grande (e única) mudança está nas versões com tração integral, ou seja, a Overland e Blackhawk, que agora têm a manopla giratória de câmbio, chamada rotary shifter — o mesmo utilizado pela Rampage e o Grand Cherokee

De resto, o interior permanece o mesmo, com acabamento refinado, painel com materiais macios ao toque, mistura de suede couro, tela central de 10,1” com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, além de som premium assinado pela Harman Kardon, com subwoofer.

A ergonomia também segue boa, mas os bancos dianteiros têm abas laterais mais duras, o que pode incomodar em viagens longas para pessoas maiores. Fora isso, é espaço de sobra para sete pessoas. Pena que o ocupante da terceira fileira não terá ventilação na cabeça, porque o Commander não oferece, algo que carros mais simples de sete lugares já apresenta.

Um motor que empurra forte (e com prazer)

A reestilização não trouxe nenhuma mudança mecânica no Commander, e sem a versão micro-híbrida de 48 volts que ficará para 2026. A versão Blackhawk testada é equipada com o motor 2.0 Hurricane turbo a gasolina, que entrega 272 cv e 40,8 kgfm de torque. Ele vem sempre com câmbio automático de nove marchas (com conversor de torque) e tração integral. E aqui começa o show.

Motor 2.0 Hurricane de 272 cv e 40,8 kgfm de torque do Jeep Commander Blackhawk 2026
Jeep Commander Blackhawk [Divulgação]

O Commander pesa cerca de 1.886 kg, mas acelera de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos. E isso você sente na prática. As retomadas são ainda mais impressionantes, abaixo dos 5 segundos, sem esforço. É torque de sobra, potência em qualquer faixa de rotação, e uma entrega bem linear. Basta pisar que ele responde.

O câmbio tem trocas suaves, rápidas e bem escalonadas. Mas como todo turbo forte, há um pequeno lag nas saídas — a força máxima só chega nos 3.000 rpm, e a potência plena aparece aos 5.200 rpm. Mesmo assim, o conjunto é tão bem calibrado que isso quase não incomoda.

Jeep Commander Blackhawk 2026 branco na trilha de areia
Jeep Commander Blackhawk [Divulgação]

Embora seja um SUV de porte grande, o Commander não gera aqueles sacolejos de modelos maiores — carro bem equilibrado e estável, mesmo em velocidades mais altas. E o melhor: a versão Blackhawk ficou mais barata. Agora parte de R$ 324.990, R$ 16 mil a menos que antes. Para o que entrega, é um bom negócio.

No asfalto, um conforto exemplar

Rodamos com o Commander em um trecho rodoviário ao sul de Mendoza, com asfalto bom, liso, que dá gosto de dirigir. E o carro se mostrou extremamente confortável. A suspensão é independente nas quatro rodas (McPherson na frente, multilink atrás), e tem curso longo, o que ajuda a absorver bem as imperfeições e deixa a carroceria estável.

Jeep Commander Blackhawk 2026 branco na trilha de areia
Jeep Commander Blackhawk [Divulgação]

É um carro que isola bem o ruído da cabine, tem direção progressiva, com resposta direta, além de uma assistência elétrica bem dosada e entrega uma experiência refinada, sem exageros. Mesmo com rodas grandes, o conjunto é macio, agradável e ótimo para longas viagens com a família.

E no fora de estrada? O Commander mostrou força

A Jeep quis mostrar que o Commander, mesmo grande e familiar, pode encarar trilhas. E nos levou a Potrerillos, uma região no interior de Mendoza, com trechos realmente desafiadores. Subidas inclinadas, descidas escorregadias, pedras grandes, areia e terreno irregular. E ele foi.

Jeep Commander Blackhawk 2026 branco na trilha de areia
Jeep Commander Blackhawk [Divulgação]

O destaque vai para a tração 4×4 sob demanda. No modo Auto, o carro envia força para a frente e só joga para trás quando sente necessidade — e faz isso rápido. Ainda há os modos Snow (40% dianteira, 60% traseira), Sand/Mud (50/50) e o botão Lock, que trava a tração integral — feito justamente para piso sem aderência.

O modelo também conta com o modo Low, que não é uma reduzida real, mas aciona a primeira marcha (normalmente pulada no uso urbano), para garantir força total nas rodas. A força não muda, mas a forma como ela é distribuída faz diferença. 

Jeep Commander Blackhawk 2026 branco na trilha de areia
Jeep Commander Blackhawk [Divulgação]

E como funciona. Em subidas em que parecia que o carro ia tombar, bastava tocar no acelerador com calma que o Commander subia com tranquilidade, sem escorregar ou perder tração.

A suspensão ajudou muito: o fim de curso longo evita batidas secas e mantém o conforto, mesmo com sete pessoas a bordo. Só o ângulo de ataque de 21,7º limita um pouco nas entradas de rampa ou valas, mas, no geral, ele se mostrou muito mais capaz do que parece.

Jeep Commander Blackhawk 2026 branco na trilha de areia
Jeep Commander Blackhawk [Divulgação]

Outro ponto que impressiona é o assistente de descida. Em rampas bem inclinadas, o carro desce sozinho, controlando a velocidade com os freios e o freio motor. Mesmo na areia fofa, o sistema funcionou bem e passou bastante segurança.

Veredicto

O Commander Blackhawk entrega um belo equilíbrio entre sofisticação, desempenho e capacidade fora de estrada. A Jeep não resolveu uma questão que poderia ter especialmente nesta versão: um modo Sport. Poderia ter até um som melhorado no escapamento para escoar os 272 cv, sistema esse presente no Fastback Abarth, por exemplo. 

Jeep Commander Blackhawk 2026 branco na trilha de areia
Jeep Commander Blackhawk [Divulgação]

Exceto esse pênalti, é um SUV que se dá bem no asfalto, roda suave e silencioso, e que encara trilhas leves e médias com a mesma segurança. O motor Hurricane dá um show de força, e a suspensão ajuda a manter o conforto e equilíbrio em velocidades maiores ou até em terrenos difíceis. O acabamento interno, o som Harman Kardon e a lista de equipamentos reforçam o lado premium.

No fim das contas, o Commander Blackhawk é um SUV para quem precisa de espaço para a família, mas também quer potência para levar os filhos na escola mais rápido, além da segurança de saber que, se for preciso sair da estrada para um acampamento, ele dá conta do recado. Um carro completo — e agora, mais acessível.

Eu gostei do Jeep Commander, e você? Teria um na garagem, ou ainda vai de Toyota SW4? Deixe sua opinião nos comentários!


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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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