No começo dos anos 2000, o queijo gorgonzola dos franceses estava estragado. Porque foi nessa época em que os carros mais bizarros da França surgiram. Entre eles, está o Peugeot mais exótico de todos os tempos, o 1007. Ele era um misto de hatch subcompacto com minivan e…lanternas de Hoggar?
A história do Peugeot 1007 começou em 2002, quando a marca francesa apresentou o conceito Sésame. Tratava-se de uma minivan encolhida com portas laterais deslizantes e frente muito parecida com a do 306 e volante de 206. A ideia era oferecer uma solução urbana prática e econômica, mas que não deveria passar de um conceito.
A traseira era um tanto quanto esquisita porque contava com uma mochilinha como se fosse uma caixa de estepe. Só que nada mais era do que uma extensão do porta-malas porque a área era aberta junto da tampa do porta-malas. Apesar de ser um carro pequeno, ele tinha rodas de liga-leve de 17 polegadas e teto de vidro.
Urbaninho
Dada a repercussão positiva do Sésame, a Peugeot lançou em 2004 o 1007. Ele era o primeiro carro da marca com dois 0 no nome, indicando tratar-se de um modelo totalmente diferente do que a marca oferecia até então, mas sem substituir o 106 / 107. A designação depois seria usada somente para os SUVs da marca.
Em relação ao conceito Sésame, o Peugeot 1007 perdeu a mochilinha na traseira e a frente ganhou a nova identidade visual da marca com grade frontal enorme e sorridente no para-choque. Mas as exóticas portas laterais deslizantes foram mantidas. A ideia da marca era usar isso como argumento de vendas.

Elas eram abertas e fechadas de maneira elétrica e economizavam muito espaço. Como eram grandes, permitiam que os passageiros traseiros entrassem sem precisar jogar o banco dianteiro muito para a frente. Além disso, em estacionamentos havia mais área para entrar e sair sem esbarrar em outro carro.
Por dentro, ele tinha apenas quatro lugares, com os dois bancos traseiros individuais e deslizantes. Assim, era possível dobrar um deles para usar como área de cargas, visto que o porta-malas era minúsculo e as costas dos bancos eram de plástico. A remoção total dos assentos também era fácil.

O painel era moderno, com manopla de câmbio no console e comandos dos vidros logo atrás. Além disso, ele tinha saídas de ar de Citroën C3, painel de instrumentos analógico com três mostradores e uma tela na parte central para uso de GPS. Em algumas versões era possível ter detalhes em vermelho, amarelo, verde limão ou azul na cabine.
Hoggar, é você?
Um dos truques visuais mais interessantes que a Peugeot adotou no 1007 foi a integração do trilho da porta com uma barra cinza na traseira que servia de topo para as lanternas. O nome Peugeot vinha escrito nessa barra e…se reparar bem…os brasileiros conhecem essa lanterna traseira.
![Peugeot 1007 [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2025/10/peugeot_1007_7.webp)
Ela é a mesma da caminhonete compacta Hoggar, vendida exclusivamente no nosso mercado e derivada do 207, que era o 206 brasileiro reestilizado. A Peugeot usou uma barra preta conectando as duas lanternas e o visual surpreendentemente funcionou. Ainda que, no 1007, havia uma integração visual com o vidro traseiro, ausente na caminhonete.
Pequeno notável
Com 3,73 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,62 m de altura e entre-eixos de 2,31 m, o Peugeot 1007 é um carro surpreendentemente grande. Em comparação ao Fiat Mobi, por exemplo, ele é 23 cm mais longo, 16 cm mais largo, 7 cm mais alto e tem entre-eixos 1 cm mais longo apenas.
![Peugeot 1007 [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2025/10/peugeot_1007_20.webp)
Só que o mecanismo das portas e toda sua estrutura fazia com que ele fosse um carro pesado. Com 1.291 kg ele é mais pesado do que um Volkswagen T-Cross Comfortline, um carro bem maior. Por isso, a performance não empolgava, visto que a maioria dos motores que ele usava eram fracos.
Ele trazia os motores 1.4 8V (75 cv), 1.4 16V (88 cv) e 1.6 16V (110 cv) já conhecidos do Peugeot 206. Além disso, havia opção diesel 1.4 (68 cv( ou 1.6 (111 cv). Para piorar a situação, a PSA oferecia o câmbio automatizado de embreagem única 2-Tronic, uma espécie de Dualogic francês igualmente problemático.
Grande fracasso
Apesar de ter sido lançado na época em que minivans estavam na moda e com seu visual bem exótico, o Peugeot 1007 vendeu mal. Seu melhor ano foi 2005 com 53.800 emplacamentos. Em 2006 ele caiu para 34.100 unidades, depois despencou feio. Segundo publicações da época, a Peugeot perdia dinheiro em cada 1007 vendido.
Você teria um Peugeot 1007? Conte nos comentários.


