Houve um tempo em que os adornos de capô eram sinônimo de luxo, especialmente entre 1905 e 1910. Da estrela de três pontas da Mercedes-Benz à Spirit of Ecstasy, criada pelo escultor Charles Sykes para o Rolls-Royce Silver Ghost de 1911, passando por modelos da Jaguar e da Bugatti, os primeiros ornamentos eram, na verdade, tampas de radiador personalizadas.
Essas peças valorizavam a estética da carroceria, mas deixaram de ser aplicadas principalmente por causa das normas de segurança e dos custos de produção. Para relembrar esse glamour sobre quatro rodas, reunimos cinco modelos cujos adornos de capô parecem verdadeiras obras de arte, dignos de serem exibidos em uma estante ou cristaleira.
Duesenberg Model J


Os irmãos Fred e August Duesenberg, imigrantes alemães, fundaram a Duesenberg em 1913, nos Estados Unidos. Após a Primeira Guerra Mundial, a empresa passou a fabricar automóveis de passeio, sendo o Model A, lançado em 1921, o primeiro carro americano equipado com freios hidráulicos nas quatro rodas.
O Model J, equipado com motor de oito cilindros em linha, foi um dos carros mais luxuosos da época. Esse glamour ficava evidente no adorno de capô em bronze polido, que representava uma mulher inclinada para frente, com os braços esticados para trás, transmitindo movimento e elegância. A Duesenberg encerrou suas atividades em 1937 devido à Grande Depressão e aos altos custos de produção.
Packard 740 Super Eight


O Packard Super Eight foi um modelo da alto luxo da Packard a partir de meados da década de 1930. A escultura sobre o capô, chamada de Goddess of Speed, representava figura de uma mulher em posição de voo segurando uma roda estilizada, sendo feita de cromo polido ou níquel. Algumas até feitas de cristal Lalique ou vidro soprado.
O adorno de capô do modelo Super Eight (produzido de 1926 a 1937) foi desenhado por John D. Wilson, com o desenho baseado na deusa grega da vitória Nike, cuja representação no Packard Super Eight era pela velocidade, pela elegância e também pela força. A Packard encerrou as atividades em 1958.
Auburn 851 Supercharged Cabriolet


Com carroceria assinada por Gordon Buehrig, responsável pelo Duesenberg Model J, o adorno de capô do Auburn 851 Supercharged Cabriolet 1935 é um dos mais impressionantes da era Art Déco. Produzido em cromo polido, era chamado de Auburn Flying Lady: uma figura feminina em posição de voo, com os braços estendidos para frente.
Atualmente, é um dos adornos de capô mais valorizados, tanto pela estética da escultura quanto por representar o design americano do período pré-Segunda Guerra Mundial (1939–1945). Outra verdadeira obra de arte para deixar em exposição na sala dentro de uma cristaleira ou sobre uma prateleira.
Minerva AF Town Car


A Minerva Motor Company foi fundada em 1897 por Sylvian de Jong, e sua fama estava associada ao luxo de marcas como Rolls-Royce, Hispano-Suiza e Isotta Fraschini. A construção dos modelos era artesanal, e o AF Town Car, nomenclatura também usada pela Lincoln, era um dos automóveis topo de linha da marca belga.
Uma das características do AF Town Car 1926 era a posição aberta para o motorista, enquanto a cabine permanecia fechada. O adorno de capô, feito em níquel ou prata, representava a deusa romana Minerva, com expressão serena, simbolizando o lema da marca: “Silence and Power” (silêncio e força).
Buick Super


Nos anos 1940 e 1950, a Buick passou a incorporar elementos aerodinâmicos inspirados na era militar e espacial. O adorno de capô Buick Bomb Sight, ou Bombsight, tinha o formato estilizado de uma bomba ou foguete, simbolizando potência e tecnologia, muitas vezes em cromo polido e harmonizado com as linhas da grade do carro.
O Buick Super, produzido entre 1940 e 1958, exibia o adorno que reforçava as linhas aerodinâmicas da carroceria, criada pelo centro de estilo da General Motors sob a supervisão de Harley Earl, responsável por definir o estilo da Buick no pós-guerra.
Qual desses adornos de capô você considera o mais belo? Escreva sua opinião nos comentários para prepararmos a segunda parte desta lista!


