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5 carros que exageraram na engenharia

A engenharia automotiva criou carros icônicos, mas em alguns casos, a complexidade trouxe desafios e problemas inesperados

5 min de leitura

Ao longo das décadas, alguns carros se destacaram pela beleza ou pelo desempenho. No entanto, também houve aqueles que levaram a complexidade técnica e a engenharia ao extremo, adotando soluções inovadoras para a época — o que os tornou caros e, em alguns casos, até problemáticos.

Essa busca pela sofisticação levou engenheiros a desenvolverem sistemas avançados que, embora impressionantes, nem sempre eram práticos ou confiáveis a longo prazo. Suspensões hidráulicas, motores tecnológicos e eletrônica embarcada inovadora muitas vezes tornaram esses carros verdadeiras maravilhas da engenharia, mas também pesadelos de manutenção.

Toyota Century V12

Toyota Century V12 preto parado de lateral
Toyota Century V12 [Divulgação]

O Century foi o primeiro e único carro de produção da Toyota a ser equipado com um motor V12 5.0 (código 1GZ-FE), capaz de entregar 280 cv e 49 kgfm. Produzido entre 1997 e 2017, ele tinha como principal destaque o silêncio absoluto de rodagem.

Para alcançar esse nível de refinamento, a engenharia projetou o motor para operar como dois seis cilindros em linha independentes, contando com duas ECUs, dois sistemas de injeção de combustível e dois módulos de ignição. Além disso, sua construção envolvia tecnologias avançadas para reduzir ruídos e vibrações ao mínimo.

O V12 do Century nunca foi utilizado em nenhum outro modelo da Toyota ou da Lexus, tornando-o uma raridade. E grande parte do processo de manufatura era feito à mão. Em 2018, o Century foi revivido em uma nova geração, mas equipado com um V8 híbrido.

Mazda RX-7

Mazda RX-7 vermelho de traseira andando na estrada
Mazda RX-7 [Divulgação]

O RX-7 é um dos carros mais icônicos e complexos já produzidos pela Mazda. Sob o capô, ele trazia o lendário motor Wankel 13B-REW, um rotativo 1.3 biturbo que entregava 280 cv no Japão, com redline de 8.000 rpm.

Diferente dos motores convencionais, o 13B-REW não utilizava pistões, mas sim dois rotores girando dentro de uma câmara oval. Essa configuração reduzia vibrações e permitia uma rotação muito mais alta.

No entanto, a complexidade vinha com algumas desvantagens: o motor consumia grandes quantidades de óleo, já que parte do lubrificante era queimada junto com o combustível para resfriar e selar os rotores, exigindo revisões frequentes. Além disso, era sensível ao superaquecimento e as vedações dos rotores sofriam desgaste prematuro.

Outro desafio estava no sistema de turbos sequenciais, que operava de forma bastante sofisticada: o primeiro era acionado em baixas rotações, enquanto o segundo entrava em ação a partir de 4.500 rpm. Isso permitia um fluxo contínuo de potência, porém, exigia experiência técnica para manutenção e reparos.

Rolls-Royce Silver Seraph

Rolls-Royce Silver Seraph preto parado no asfalto com árvores ao fundo foium carro com engenharia complexa
Rolls-Royce Silver Seraph [Divulgação]

Equipado com um motor V12 5.4 derivado do BMW Série 7 (E38), o Rolls-Royce Silver Seraph foi projetado para ser o mais silencioso possível, entregando 326 cv e 50 kgfm de forma extremamente linear.

A complexidade da engenharia vinha, em grande parte, da sofisticada ECU da BMW. Qualquer falha no sistema eletrônico poderia comprometer completamente o funcionamento do veículo. O motor tinha tendência a superaquecimento, o que poderia resultar em custos elevados de reparo, especialmente devido à dificuldade de encontrar peças.

Outro ponto de manutenção cara era a suspensão autonivelante, que ajustava automaticamente a altura do carro para garantir máximo conforto, mas exigia cuidados constantes e peças caras para eventuais reparos.

Mercedes-Benz 300 SL

A engenharia da Mercedes-Benz 300 SL trouxe as portas com abertura no estilo Asa de Gaivota
Mercedes-Benz 300 SL [Divulgação]

O Mercedes-Benz 300 SL Asa de Gaivota foi um modelo revolucionário, sendo o primeiro carro de produção equipado com injeção direta de combustível. No entanto, essa não foi sua única complexidade de engenharia.

Produzido entre 1954 e 1963, o 300 SL apresentava um chassi tubular, que exigiu da Mercedes-Benz a criação das icônicas portas no estilo Asa de Gaivota — uma solução necessária devido à altura das laterais do chassi. Apesar de espetacular, o design também trazia desafios: o acesso ao interior era difícil, e a cabine tendia a esquentar bastante.

Citroën DS

Citroën DS preto parado de frente é um dos carros com engenharia complexa
Citroën DS [Divulgação]

Atualmente, suspensões ajustáveis não são exatamente uma novidade. Elas estão presentes em modelos de luxo, e até mesmo a Ram 1500 possui um sistema regulável em cinco níveis. No entanto, na década de 1950, a história era bem diferente.

O Citroën DS revolucionou ao introduzir a suspensão hidropneumática, que ajustava automaticamente a altura do carro, proporcionando níveis excepcionais de conforto. Diferente dos sistemas convencionais, ele não utilizava molas e amortecedores tradicionais, mas sim esferas preenchidas com gás e óleo pressurizado.

Altamente complexa, essa tecnologia exigia mecânicos especializados para reparos, e sua manutenção era frequente. Além disso, o DS dependia de um sistema hidráulico central que controlava não apenas a suspensão, mas também os freios, a direção e a embreagem. Se houvesse uma falha nesse sistema, o carro poderia ficar completamente inutilizado.

Conhece outro carro com uma engenharia tão complexa quanto esses? Comente!


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1 comentário em “5 carros que exageraram na engenharia”

  1. Rafael

    Nenhum desses chegou perto do Fiat Marea!!!

Os comentários estão encerrado.

Rafael Dea

Cursou Jornalismo para trabalhar com carros. Formado em 2005, atuou na mídia impressa por mais de 16 anos e também em veículos on-line. Embora tenha uma paixão por caminhonetes, não dispensa um esportivo — inclusive, foi o único brasileiro a participar do lançamento global do Porsche Panamera GTS.

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