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E nenhum é do Brasil

5 carros que são gambiarras sobre rodas

Apesar de gambiarra ser uma especialidade brasileira, nenhum desses carros foi projetado, vendido ou sequer cogitado para o Brasil

5 min de leitura

Gambiarra é uma arte do brasileiro. Já viu povo mais criativo que o nós? Quando não damos jeito em algo criamos uma gambiarra. Pode até não ser a solução ideal, mas funciona (e às vezes muito bem). Só que, existem algumas fabricantes que criam carros que usam dessa arte tão controversa. E, por pura ironia ou não, nenhum dos carros da lista das gambiarras foi feito ou desenvolvido no Brasil.

Modelos que surgiram de um remendo feito de uma geração em outra, ou a base de um carro com corpo de outro ou até misturas exóticas de outras marcas, os carros gambiarra surpreendem em sua execução criativa. Só que parece que o consumidor saca na hora a gambiarra, pois todos eles venderam menos do que o esperado. Ou seja, o barato sai caro na maioria dos casos. Confira!

Nissan Kicks Indiano

Nissan Kicks Indiano [divulgação]
Nissan Kicks Indiano [divulgação]

Calma, que esse não é o Nissan Kicks Play. Muito menos o novo Kait. Se você ainda não percebeu há algo de errado com esse Kicks, repare novamente nas proporções estranhas dele. Percebeu? Ao contrário da versão brasileira, que usa base de March e Versa, o Kicks indiano era feito sobre a plataforma do antigo Renault Duster.

Por conta da plataforma de Duster, que é maior que a originalmente usada pela Nissan, o Kicks Indiano é maior em algumas dimensões. Como resultado, acabou distorcendo o belo e harmônico desenho do SUV compacto. É por isso que ele tem para-brisa mais inclinado e a sensação de que é um Kicks com caxumba. Por dentro ele tem mais peças de Renault, como volante de Sandero, botões de Captur e maçaneta de Fluence.

Volkswagen Golf Cabrio mk4

Volkswagen Golf Cabrio [divulgação] conversível
Volkswagen Golf Cabrio [Foto: Divulgação]

A maior gambiarra que a Volkswagen já fez em sua história se chama Golf MK4 Cabrio. Para economizar o custo de desenvolvimento de um modelo de nicho, visto que já tinha gasto uma grana gigantesca no desenvolvimento da quarta geração do Golf, a VW foi para o caminho mais curto com o conversível.

A marca pegou o do Golf de terceira geração e mesclou com os faróis, para-choque e desenho do capô do modelo seguinte. A traseira trazia nova tampa do porta-malas e para-choque, mas a lanterna ainda era antiga, assim como o interior. No final das contas, era uma salada pois as linhas redondas dos elementos dianteiros Golf sapão não casaram com a carroceria quadrada do mk3.

Lada Largus

Lada Largus [divulgação] Renault Logan
Lada Largus [divulgação]

Apesar de ter sido vendida para o governo russo por um pão-de-queijo, a Lada já foi parte do grupo Renault. Por isso, ela podia se aproveitar de alguns carros da francesa. Mas o que ela fez com a perua Logan já está no nível da gambiarra. A Lada Largus nada mais era que a primeira geração da Logan MCV com algumas modificações para se adequar ao visual mais atual da marca.

Ela durou até 2023, quando a Renault vendeu a operação da Lada. Mas, pouco antes de morrer, a marca decidiu dar a ela uma cara mais Lada e menos Renault/Dacia. Projetou uma dianteira totalmente nova, com grade frontal estilo X, típico da montadora russa. Só que a gambiarra veio quando pegou empresado os faróis dos Sandero e Logan brasileiros pré-reestilização.

Ford Territory

Ford Territory [divulgação]
Ford Territory [divulgação]

Diferentemente da atual geração, que é um carro genuinamente Ford, o primeiro Territory era a junção de vários carros e de várias marcas em um SUV. A base era fornecida pela Landwind, a qual copiou a plataforma da Toyota. O motor vinha da Mitsubishi e o câmbio CVT era o mesmo que a JAC usava em seus carros. Só que não para por aí: o Territory nada mais era que um Yusheng S330 com visual levemente modificado.

Para piorar a situação, o Yusheng era um clone do Land Rover Evoque. Para-lamas, portas, teto e partes metálicas da traseira são as mesmas. Mas o Territory antigo tinha para-choques próprios, lanternas e faróis diferentes e interior totalmente repaginado.

Mercedes-Benz CLC

É um hatch ou um cupê? A discussão que já permeou um episódio do Podcast Auto+ tem tudo a ver com o Mercedes-Benz CLC. Quando a terceira geração do Mercedes-Benz Classe C foi lançada, a marca decidiu que não precisava investir tanto em seu modelo mais nichado, o SportCoupé. Produzido no Brasil, mas exportado para a Europa, o modelo quando se transformou em CLC, virou gambiarra.

Ele surgiu em 2000 como Classe C SportCoupé. Tinha comprimento encurtado em relação ao sedã de segunda geração (W203) e uma traseira ousada com vidro dividido. Em 2008, quando ganhou a dianteira da terceira geração (W204) e o nome CLC, se tornou um carro com frente e traseira novas, mas corpo antigo. Por isso, as linhas não se conversavam e ele foi substituído pelo Classe C Coupé tradicional em 2011.

Qual outro carro gambiarra você se lembra? Conte nos comentários.


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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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