Nos últimos anos, os carros chineses deixaram de ser promessa para virar realidade no mercado brasileiro. BYD, GWM, Zeekr, Geely, entre outras, vem conquistando espaço com híbridos e elétricos competitivos, mas a movimentação não para por aí. Várias outras fabricantes da China já rodam em testes por aqui, muitas vezes camufladas, preparando sua chegada oficial nos próximos meses.
O Auto+ reuniu as montadoras que ainda não vendem seus carros no Brasil, mas já ensaiam uma entrada em peso. São marcas que prometem trazer SUVs, sedans e até caminhonetes, com aposta em preço mais agressivo e pacotes tecnológicos para disputar diretamente com os modelos de fabricantes já consolidados no mercado.
MG

A MG é uma marca sino-britânica que faz parte do grupo SAIC e está cada vez mais perto do Brasil, já que testa seus modelos em nosso território. Dois deles já foram flagrados, como o hatch elétrico MG4 e o SUV ES5, que tem porte semelhante ao de um Caoa Chery Tiggo 7.
O ES5 utiliza motor elétrico traseiro de 170 cv e 25,5 kgfm, com opções de bateria de 49,1 kWh e 62,2 kWh, capazes de entregar entre 425 km e 515 km de autonomia no otimista ciclo chinês. Ele mede 4,48 m de comprimento e 2,73 m de entre-eixos, números que o colocam entre os SUVs médios.

Já o MG4, que também aparece em registros do Inmetro, será oferecido em versões Comfort e Luxury, com a mesma bateria de 64 kWh de 163 cv. A autonomia deve chegar perto de 364 km, na configuração de tração traseira, e 279 km, na opção integral. O hatch tem 4,39 m de comprimento, 1,84 m de largura e 2,75 m de entre-eixos, sendo rival direto do BYD Dolphin.
Jetour

A Jetour é mais uma submarca da Chery que também já testa seus SUVs no Brasil, podendo em breve desembarcar oficialmente. Três modelos foram flagrados em São Paulo. O Dashing, o T2 e o T1. O Dashing é o mais moderno do trio, com conjunto híbrido plug-in que combina motor 1.5 turbo a um sistema elétrico, o mesmo usado por Jaecoo 7 e Tiggo 7, e porte equivalente a rivais como BYD Song Plus e GWM Haval H6.
Já o T2 tem uma pegada mais off-road, por mais que utilize carroceria monobloco. Ele traz opções de motores 1.5 e 2.0 turbo, diferencial e até versão alongada de sete lugares. O desenho foi assinado por um ex-Porsche.

Por fim, o modelo de entrada será o T1, também baseado no Tiggo 7, com o mesmo conjunto mecânico do T2, mas estilo intermediário, mirando rivais como o Ford Bronco Sport.
Ainda não está definido quem cuidará da operação no Brasil — se a CAOA, que já gerencia a Chery, ou outro grupo como o Gandini, atual responsável pela Kia , mas a presença de carros em testes mostra que a estreia está próxima.
Changan

A Changan era conhecida no Brasil como Chana e vendia ente 2006 e 2016 minivans e caminhõezinhos. Agora, a marca prepara seu retorno ao mercado nacional em uma nova fase voltada para SUVs com dois modelos — o CS75 Plus e o UNI-T.
O CS75 Plus chama atenção pelo porte, praticamente o de um Jeep Commander, com 4,77 metros de comprimento e 2,80 m de entre-eixos. Diferente das estreias das rivais chinesas, o SUV não chega eletrificado — na China é vendido apenas com motores a gasolina. São duas opções. O 1.5 turbo de 189 cv e 31 kgfm ou 2.0 turbo de 232 cv e 39,8 kgfm, sempre com câmbio automático de oito marchas da Aisin.

Já o UNI-T aposta em um estilo de SUV cupê para disputar espaço com Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos. Mede 4,51 metros de comprimento e 2,71 m de entre-eixos, ficando exatamente no meio do segmento.
Também aqui a Changan opta por trazer motores a combustão, com o 1.5 turbo de 188 cv e 30,6 kgfm. Em alguns mercados há uma versão 2.0 turbo de 230 cv, mas ainda não está claro se virá ao Brasil.Há rumores de que a operação brasileira pode ter apoio da CAOA.
Lynk & Co

Ainda sem carros flagrados em testes por aqui, a Lynk & Co já confirmou oficialmente que vai estrear no Brasil em 2026, com operação própria e não por meio de importadores independentes. A marca faz parte do grupo Geely, o mesmo que comanda Volvo, Zeekr, Lotus, entre outras diversas, e já atua na Europa desde 2021.
A marca já deu o primeiro passo no Brasil criando seu perfil oficial no Instagram, onde publicou uma mensagem dando boas-vindas ao público brasileiro. Os primeiros modelos cotados para o lançamento são o Lynk & Co 01, SUV híbrido plug-in já conhecido na Europa, e o Lynk & Co 06, um SUV compacto mais acessível voltado ao uso urbano.

Na China e na Europa, a Lynk & Co oferece desde motores 1.5 turbo em versões híbridas até conjuntos 2.0 turbo com eletrificação, que compartilham base técnica com Volvo XC60 e XC90.
Leapmotor

A Leapmotor já testou seus carros no Brasil e está desembarcando eles no Porto de Santos (SP). A fabricante chinesa, que agora tem 51% de sua operação global controlada pela Stellantis, aposta em dois SUVs elétricos, o C10 e o B10.
O B10 é o menor dos dois e tem porte semelhante ao Jeep Compass. Ele oferece 177 cv ou 214 cv, sempre com tração dianteira, e baterias de 56,2 kWh ou 67,1 kWh, que no ciclo chinês CLTC prometem 510 a 600 km de autonomia.

Já o C10 mira rivais maiores como BYD Song Plus e GWM Haval H6. Ele pode ser oferecido totalmente elétrico, com motor de 231 cv e até 530 km de autonomia, ou como REEV (Range Extended Electric Vehicle), no qual um motor 1.5 a gasolina atua apenas como gerador para recarregar a bateria.
Nessa configuração, o alcance total chega a impressionantes 950 km, somando os dois sistemas. Ainda não está definido qual versão desembarcará primeiro, mas a 100% elétrica é praticamente certa.
Avatr 11

O Avatr 11 é um SUV cupê fruto da parceria entre Changan, Huawei e CATL que também já foi flagrado rodando em território nacional, inclusive sem nenhum disfarce. Ele combina motores elétricos desenvolvidos pela Huawei, que juntos entregam 586 cv e 66,1 kgfm de torque com 0 a 100 km/h em apenas 3,9 segundos.
As baterias, fornecidas pela CATL, têm 90 kWh ou 116 kWh, com autonomia declarada de até 710 km no ciclo chinês. São 4,88 m, ou seja, porte de SUV grande.
Maxus

Essa última não será necessariamente uma montadora chinesa, mas sim a nova geração da Volkswagen Amarok que roda no Brasil em uma picape chinesa. A nova Amarok nasce de uma parceria com a Maxus Interstellar X, da SAIC. O projeto, batizado de Amarok South America, terá produção em Pacheco, na Argentina, a partir de 2027 com um aporte de US$ 580 milhões.
Os protótipos já foram flagrados em testes e mostram dimensões de 5,50 m de comprimento e 3,30 m de entre-eixos, superando a Amarok atual. Todo o acerto final e o design ficarão a cargo do time da Volkswagen na América do Sul, sob comando do brasileiro José Carlos Pavone.
Qual montadora vai se dar melhor no mercado brasileiro? Deixe seu comentário!




Da MG, eu gostaria de ver à venda por aqui o MG7, um sedan esportivo, que pode ter motor 1.5 ou 2.0. Belíssimo sedan e na versão 2.0, com um ronco delicioso!
Da Avatr, existem igualmente dois “sedans” muito interessantes e que existem em versões elétricas ou híbridas, o 06 e o 12. Gostaria de ver aqui o 06 brigando com o “trio de ferro” alemão, em especial na versão Royal Edition.
Seria interessante fazer um comparativo da tecnologia das baterias destes carros chineses que estão chegando e apontar a mais modernas com mais tempo de duração.
Com certeza a AVATR , está trazendo algo diferente do normal, montadora que traz carros do mesmo padrão que está hoje, vai ter dificuldades, a nao ser que tenha preço muito competitivo.