Mitsubishi se tornou um catadão de Renault na Europa

A Mitsubishi se tornou a filha de um divórcio. Agregada à Aliança Renault-Nissan em 2016 quando a Nissan adquiriu parte da marca então rival. Só que a marca dos três diamantes nunca se beneficiou totalmente da junção com o grupo e, até hoje, só um carro usa plataforma compartilhada, o Outlander vendido no Brasil. Mas a situação da marca japonesa na Europa é bastante desesperadora. 

Nos países do Velho Continente em que ainda atua, a exceção do Outlander, do Eclipse Cross e de um compacto jurássico, todo o seu portfólio é formado por carros da Renault. Só que com a traição da Nissan no casamento com a Renault, a Mitsubishi ficou perdida no meio da briga das suas mães. E como ficou a situação dela na Europa? Em calamidade.

Meio Renault, meio Mit

Atualmente a Mitsubishi oferece uma linha grande na Europa: Space Star, Colt, ASX, Grandis, Eclipse Cross e o recém apresentado Eclipse Cross BEV. Contudo, só o Space Star e o Eclipse Cross são modelos originais da marca. Afinal, o Colt não passa de um Renault Clio da geração anterior com grade frontal diferente. O mesmo vale para o ASX, que é um Renault Captur que só agora tem mais detalhes diferentes do que a grade.

A marca também apresentou neste ano o Grandis, que é o Renault Symbioz com outra dianteira. Aliás, vale o adendo de que o Symbioz não passa de um Captur esticado, como se fosse uma versão perua de um SUV e sem sete lugares. O nome Grandis já foi usado no passado para uma minivan de sete lugares.

Mas essa não é a única coincidência envolvendo minivans. O Renault Scénic, que agora é um SUV 100% elétrico, não mais uma minivan, serviu de base para o Eclipse Cross BEV. Dessa vez, contudo, é preciso elogiar a Mitsubishi porque não trocou somente o logotipo, como fez em outros carros. Mas, apesar das alterações, não esconde ser um Renault.

Passado que acompanha

Original da Mitsubishi, são dois modelos com bastante tempo de carreira. O Space Star é a versão europeia do Mirage. O modelo foi lançado em 2012 e reestilizado duas vezes desde então. Ele é um carro bem polêmico, recebendo avaliações muito negativas tanto nos EUA, quanto na Europa. É um carro de baixo custo e custa na faixa dos 15 mil euros, sendo disponível em poucos mercados.

O único carro mais atualizado que a marca tem e original é o Eclipse Cross. O SUV cupê lançado em 2018 é oferecido também no Brasil e é um dos modelos de maior sucesso da marca por lá. Diferentemente do nosso país, os europeus têm acesso a uma versão PHEV do Eclipse que usa motor 2.4 aspirado com sistema híbrido plug-in.

O grande problema é que hoje a Mitsubishi não vende a nova Triton na Europa, nem oferece o Pajero em todos os mercados, sendo seus produtos de maior força. Não há planos de desenvolvimento de novos carros para o Velho Continente, enquanto a Renault vai jogando seus modelos na concessionária da marca japonesa para tentar ter alguma novidade.

Acha que a Mitsubishi vai sobreviver na Europa? Conte nos comentários.